Estudos mediúnicos e doutrinários da Revelação Espiritual

Para o que me cabe dizer aos senhores, devo afirmar inicialmente que não sou uma pessoa de fé. Não tenho fé se, por “ter fé” estivermos entendendo “acreditar em alguma coisa”. Eu não consigo acreditar em nada do que,  eu mesmo, não possa perceber. Prefiro nem correr o risco de acreditar, ou deixar de acreditar.  

Eu não posso provar a ninguém, mas eu não “acredito” em espíritos; eu sei que eles existem. Eu “não acredito” em extraterrestres. Eu só sei que eles existem. O que é muito diferente! Estas frases podem parecer presunçosas, mas são as únicas frases que eu tenho para dizer. Eu sei que eles existem e, isto, por vivências pessoais minhas.  

Mas, se me perguntarem: – “O que é que os espíritos fizeram para você  ter essa certeza?” Se eu fosse contar tudo, ninguém iria acreditar. Então, eu prefiro não contar. Mas, eu não sei se eles estão falando a verdade, ou se sou eu que não estou entendendo direito. Todos eles afirmam, simplesmente, que Jesus vai voltar. E, desde 1978, é que eles afirmam isto. Não só para mim, mas para muitas pessoas; eu sou mais um. 

Então:  

  • se não for uma brincadeira de mau gosto de espíritos maravilhosos, que já curaram pessoas e que, também, já fizeram mil e umas coisas na minha frente;  
  • se não for uma brincadeira de mau gosto destas duas hostes que resolveram pegar alguém da Terra para enlouquecer, eu não tenho outra alternativa a não ser a de dizer a vocês que eu sei que Jesus vai voltar. 

Novamente, não é uma questão de acreditar e, conforme eu já disse: isto eu sei. Mas, eu não posso dizer os motivos por que sei. Ademais, repito, nem vocês iriam acreditar. Por isso, é melhor nem falar. Por outro lado, todo o universo conspira afirmando isto, e é impressionante o silêncio que existe em torno deste assunto nos centros espíritas, nas igrejas, etc. Algumas até falam que Jesus vai voltar. Mas, ele vai voltar como? Ninguém sabe, ou seja, é um tema delicado. Entretanto, este é um assunto que, nestes dias, deveria estar sendo abordado, estudado e discutido de forma mais clara e abrangente. 

Mesmo porque, o apocalipse não foi inventado por nenhum dos seres humanos da atualidade. O apocalipse foi escrito há mil e novecentos anos atrás o que, por certo, nos predispõe a fazer as seguintes indagações:   

  • Será que isto, que lá está escrito, é passível de vir a ocorrer? 
  • Será que nós, nos dias de hoje, ao estarmos lendo o apocalipse, de mil e novecentos anos atrás, não poderíamos nos perguntar se a época – em que isto foi profetizado – está a coincidir com a época em que estamos vivendo?  
  • Será que não seria de boa prudência o homem moderno refletir a respeito disto?  

Seria sim! Mas, o orgulho intelectual de não querer correr o risco, de pelo menos dizer: – “Não sei, eu estou estudando…” Isto ninguém quer correr. Eu não tenho mais “juízo”, ou bom senso, do que os demais. E, por que estou correndo todos os riscos? 

É porque eu tenho motivo seríssimo para correr. O motivo mais sério que eu tenho é de não ter podido fugir disto. Não nego que eu teria preferido poder escolher a vida com minha família, sem ter o ônus de ter que afirmar isto diante de qualquer pessoa, de câmeras de TV, de grupos, etc. Sei que não respeitam e acham que é pilantragem, doidice…  

Mas, se estou fazendo isto – eu só estou dizendo para mim mesmo, vocês só estão escutando – é porque eu tenho todos os motivos para fazê-lo. E não é questão de crença. Por favor, ninguém acredite em nada do que eu estou dizendo. Cada um reflita e faça o que acha o que deve fazer da vida.  

Nem a minha sombra me segue. Ela tem mais inteligência do que eu! Seguidores, eu também não tenho, e é bom que se diga isto. Inclusive, nem mesmo os amigos – que são tão generosos e me ajudam – são meus seguidores. Não são, não! Mal dou conta de minha vida, e como é que eu vou me propor a dar conta de outras pessoas?  

Então, estou exercendo o meu direito de expressar o que julgo estar entendendo a respeito do que me dizem os mentores. Posso estar profundamente enganado; seguramente, que sim! Mas, não posso dizer diferente do que eu estou dizendo! 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

A superficialidade presente nas análises das tendências do corpo biológico do gênero humano é por vezes perigosa, porque se apega aos efeitos e se esquece das causas. 

Os seres humanos, da mesma forma que os animais, fazem sexo. No entanto, os seres humanos se amam, ou pelo menos têm a capacidade de se amar; os animais, não. Assim, há uma mesma predisposição genética para um mesmo ato, em ambas as famílias, sendo que uma tem a graça divina da racionalidade e a outra, não.  

Essas duas famílias agem movidas por instinto que, quando despertado, enche seus corpos biológicos de substâncias químicas que os predispõem ao ato sexual. É normal ao grupo não pensante que, simplesmente, extravase a sua carga de necessidades; e, seria também normal, que a outra família agisse com o mesmo intento, só que de maneira racional.  

Mas, o que seria uma “postura racional” ante o aclamado determinismo biológico? É exatamente o “fator pensante” dos seres humanos terrenos que deveria separar – dentre estes e os animais irracionais – as atitudes verificadas não somente no campo da sexualidade, mas em todos os demais aspectos da vida humana, como a alimentação, o relacionamento com os demais, a administração das próprias emoções, etc. 

Afinal, o Espírito humano já detém a graça da herança maior – do Pai Celestial – de ser plenamente responsável pelos próprios atos, de possuir a condição pensante, a condição de analisar; coisa que o leão e o cachorro não podem fazer. 

Então, analisadas as atitudes de animais e de homens, sob a ótica das leis cósmicas, não é lícito que se espere desses dois grupos uma mesma forma de agir, pelo simples fato de que um pode pensar e o outro, não. Porém, o que se percebe é uma profunda inquietação da pretensa racionalidade humana ante o conjunto das necessidades corporais, sejam elas quais forem. É como se o ser humano, cada vez mais, se inabilitasse para administrar a si mesmo, enquanto ser pensante. 

Dos animais, nada se pode esperar e, ainda assim, no campo da sexualidade e da alimentação, alguns de seus representantes parecem até ter mais juízo que os homens. Entretanto, do gênero humano dito pensante – uma vez que nas suas almas já se encontra despertada a condição de herdeiros dos atributos do Pai Celestial e, daí, serem considerados como tendo sido feitos à sua imagem e semelhança –, é que muito se espera porque, simplesmente, todos são espécies de protodeuses.  

Se, de fato, os seres humanos são conscientes da capacidade de pensar, apesar de sentirem – quando estão encarnados – as mesmas tendências provenientes das necessidades primitivas de seus corpos animais, não se  pode ter a inconsequente pretensão de que os seus atos sejam analisados sob a ótica simplista e superficial de uma mera questão genética, que a tudo determina. 

Já foi dito que o psiquismo, herança maior do Pai Celestial, dentro da condição evolutiva da natureza terrena:  

  • dorme, quando agregado ao reino mineral;  
  • sonha, quando agregado a um vegetal;  
  • desperta, e se torna instinto, quando dá vida aos animais;  
  • por fim, torna-se pensante na condição de ser humano terrestre;  
  • depois, “angeliza-se” nas diversas classes de seres mais evoluídos que a condição conhecida na Terra;  
  • mais tarde, torna-se uno com a Deidade, o chamado nível Crístico. 

O Pai Celestial executa, assim, o amoroso plano das jornadas evolutivas a partir dos reinos das realidades transitórias, com suas especificidades, como é, por exemplo, o caso da Terra. 

Mesmo porque, a mesma condição energética psíquica anima: 

  • um mineral inerte;  
  • um vegetal, que já sente quando lhe perturbamos o corpo ou o ambiente em que ele se encontra;  
  • um animal que brada o seu reino, na forma de expressar o seu instinto;  
  • um homem, com as suas formas de expressar o pensamento e o sentimento;  
  • o ser cósmico – anjo, extraterrestre – no exercício consciente de suas cidadanias cósmicas;  
  • o ser crístico, preposto do Pai, que faz parte da administração celeste.  

Enfim, uma mesma condição vibratória, uma mesma chama da Deidade, uma mesma célula do amor do Pai, animando situações especiais e distintas, cada uma com suas características e possibilidades de evolução. 

Portanto, responsabilizar, creditar às necessidades biológicas de um corpo animal – comum aos reinos transitórios da evolução espiritual, que requer corpos que nasçam e morram –, simplificar a atitude que, infelizmente, caracteriza o ser humano terreno, de se permitir mergulhar nos oceanos profundos e de águas turvas de suas paixões, é mera atitude inconsequente, diante dos fatos já passíveis de serem percebidos pela humanidade. 

Posturas e atitudes complicadas no campo da psicossexualidade, hábitos alimentares primitivos e tendências a posturas viciadas – que levam à alteração da consciência, como drogas em geral – são passatempos fatais para o Espírito eterno de cada um, que termina por incrustar na sua própria organização energética as consequências cármicas desse desatino. Dessa maneira, o peso da inclinação dos próprios hábitos irresponsáveis torna-se tendência, quase irrefreável, a lhe perseguir os passos em cada reencarnação, até que se reforme intimamente. 

O pior é que muitos creditam tudo isso a uma necessidade biológica – de forma simplista, pelo primitivismo da análise, e ignorante, quanto ao jogo das causas e efeitos –, como se o reino fosse do corpo sobre o espírito. Ledo e infeliz engano. Não, queridos irmãos e irmãs aqui presentes, não podemos simplificar a atitude existencial do ser terreno, e lhe dizer que muitas das mazelas, que hoje caracterizam a vida neste planeta, são devidas a uma questão de fatalismo biológico do corpo carnal que seria, sob esta ótica cômoda e irresponsável, o repositório inexorável das responsabilidades sobre essas atitudes deploráveis.  

Quem assim pensa, aniquila a participação do livre-arbítrio espiritual e torna-se mais animal do que os próprios animais. Não é por menos que muitos desencarnam – com suas organizações espirituais completamente dependentes da materialidade que cultuaram em plena vida – e que, mesmo não mais possuindo um corpo carnal, ainda sentem todas as necessidades decorrentes dos vícios que se acostumaram a praticar, e dos quais dependem, já que somente disto se preocupou a sua psicologia existencial. 

Aceitar esse ponto de vista seria o mesmo que afirmar que o espírito está a pilotar corpos que, inevitavelmente, hão de forçá-lo a cometer certos equívocos, porque seria impossível não praticá-los. Na verdade, se espíritos ainda habitam corpos com essas tendências, é porque ainda não se tornaram habilitados, no campo das conquistas morais, para que possam vir a ser imantados a corpos planetários mais evoluídos que os terrenos, tão primitiva é, ainda, a atual vibração espiritual, já que viciada na dependência das necessidades carnais. Se os espíritos – congregados neste orbe – somente podem imantar as suas condições espirituais a esses corpos tão primários, é porque não merecem algo mais. 

Se assim é, não vamos pretender transferir para esses corpos transitórios, que nascem e morrem, a responsabilidade que pertence ao nosso espírito eterno. Não nos é mais permitido confundir efeito com causa, já que somos seres pensantes, prestes a reassumir a nossa condição plena da cidadania cósmica. 

Não esqueçamos que foi na posse desses mesmíssimos corpos transitórios, e tão complicados, que as figuras maravilhosas de Francisco de Assis, de Mahatma Gandhi, de Antônio de Pádua, de Jesus, de Sidarta Gautama, de Chico Xavier, de Teresa de Calcutá e de tantas outras personalidades – tão caras à memória terrestre – que, também como os demais humanos, tendentes e inclinados às mesmas mazelas e necessidades, provaram ser possível viver na Terra de forma digna e fraterna, priorizando a conquista das suas soberanias espirituais, por meio do controle das emoções.  

Esses espíritos conseguem, mesmo em corpos animais, viver como cidadãos cósmicos desenvolvidos, aspecto esse no qual residem muitos dos seus méritos. 

Assim sendo, não está e nunca esteve na condição biológica do corpo, que transitoriamente o espírito ocupa a cada reencarnação, a responsabilidade inerente aos cidadãos cósmicos – seres pensantes do cosmos – de serem plenamente responsáveis por suas atitudes. 

É óbvio que as características dos corpos carnais típicos da Terra, adubadas pela inconsequência constante da administração pouco vigilante das nossas consciências, em muito dificultam a nossa escalada espiritual. Mas, se assim é, é porque fizemos por onde assim fosse. Cabe a cada um, e a todos, desatar “esse nó cármico” que produzimos e que alimentamos a cada vida terrena, sem disso nos apercebermos.  

Somente a busca do autoconhecimento e a prática da solidariedade fraterna hão de nos habilitar para rompermos com a perigosa mesmice do jogo das sensações terrenas. Muito além dos valores transitórios da Terra, existem os valores eternos da alma.  

Pena que, disso, estejamos todos esquecidos. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 25-29. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

 A morte, chave do infinito, é porta que abre painéis da eternidade. Os espíritos que vivem em mundos transitórios necessitam subir ao palco da vida e depois sair, para observar como foi a sua encenação, como foi a sua performance, retornando a esse palco tantas vezes quantas forem necessárias, para que aprendam a encenar o bem viver e a conduta da prática amorosa, dentre outras.  

O nascimento é a única oportunidade que os espíritos – profundamente empedernidos em seus comportamentos teimosos – têm ao longo da sua existência cósmica, de novamente edificar suas personalidades transitórias sob o influxo de novas informações, com novas tendências e novos aconselhamentos. 

Por volta dos 30 ou 40 anos, os espíritos que vivem encarnados na Terra não mais aceitam a opinião nem o conselho de ninguém. Quanto mais envelhecemos, menos aceitamos aquilo que venha a ferir os nossos princípios, opiniões e comodidades psicológicas. 

Quando estamos vivendo aí na Terra, precisamos morrer para renascer e, nesse renascimento, ter uma nova oportunidade de ajustar nossos procedimentos mentais, para que não incorramos nos eternos erros do nosso orgulho. 

A infância, como fase das mais importantes ao processo da vida terrena, é a etapa que nos oferece as possibilidades dos necessários ajustes, dos imprescindíveis aconselhamentos e orientações, bem como das indispensáveis oportunidades de correções de percurso, quanto a escolhas equivocadas. 

Enquanto estamos formando nosso caráter recebemos dos nossos pais, professores, mestres, amigos e daqueles que convivem conosco no ambiente em que estamos inseridos, todo o conteúdo com o qual constituiremos nossos aspectos morais, éticos, humanistas, espirituais, bem como  aspectos práticos da nossa vida. 

Muitos pais terrenos perdem a oportunidade de exercer o direito, o dever e a responsabilidade que lhes compete e, por falta de tempo, de sensibilidade, por equívoco ou por incontinências psicológicas – no sentido de não exercer o ônus de assumir certas posturas diante da educação dos pequenos – não se tornam parceiros de seus amados filhos e filhas, nesta vida terrena. 

Apesar das boas intenções, há pais não cumprem seu papel – não o de impor a seus filhos o conjunto de suas opiniões e crenças, porque seria o outro lado da medalha – mas, o de dar a devida sinalização com salutares exemplos de vida, a começar pelos próprios, assim como com os conhecimentos adquiridos.  

Se lhes faltar esses conhecimentos, devem ter a sensibilidade de procurar – junto a professores e mestres da escola, parentes mais próximos – alguém ou alguns que possam servir de salutares exemplos; enfim, uma espécie de apadrinhamento formativo e informativo para aquele pequeno ser, que está novamente em processo de constituição de seu caráter, de sua personalidade. 

A formação desse caráter e dessa personalidade, até aproximadamente os doze ou treze anos, corre por conta das influências do mundo e, em especial, da família. A partir de certo ponto, os arquivos espirituais da própria herança magnética do espírito começam a ser despertados.  

As sensações e tendências de vidas passadas começam a se misturar com o conteúdo adquirido naquela vida, a título de aprendizado. Portanto, é inconcebível, além de desastrosa, a ausência ou a desistência dos pais de se abastecerem de todas as possibilidades que o amor oferece para o bom acompanhamento de seus filhos, durante o crescimento corporal e espiritual. 

Para exemplificar, citaremos o exemplo de alguém que, ao assumir a posição de chefia, em alguma organização terrena: 

  • tem de liderar;  
  • tem de chefiar determinada parte dessa organização, dentre outras atribuições e competências. 

Além disso, esse alguém – por dever de ofício – há de também assumir: 

  • o ônus intransferível de dizer sim ou não;  
  • o ônus de ter que se esforçar;  
  • o ônus de ter que se dedicar a construir os melhores procedimentos, adotando os melhores instrumentos para que a organização tenha os seus objetivos atingidos.  

De igual modo, quando estamos desempenhando o papel de pai ou mãe de família, temos a nossa organização familiar para liderar, chefiar, administrar, enfim – com consciência e o melhor de nossa competência – as responsabilidades e os compromissos assumidos. 

Assim sendo:   

  • temos de arranjar tempo e disponibilidade; 
  • temos de nos preparar, nos adestrar, ler sobre os mais diversos assuntos; 
  • temos de pesquisar as melhores metodologias para conviver de forma edificante com os nossos filhos; 
  • temos de assumir o bônus e o ônus dessa posição de pai e de mãe, sabendo dizer sim ou não para as tendências das crianças, diante de  pendores morais e psicológicos, sempre que necessário. 

A propósito, o atleta que pretende se sair bem na competição há de treinar muito para atingir o objetivo pretendido. Tudo o que se edifica na Terra há de ter a devida preparação e o devido esforço. Tanto que, para passar no vestibular, em concursos e outros, por exemplo, há a necessidade de exaustivos estudos.  

E, ante o exercício da maior profissão amorosa de pai e mãe, por que não haver também a devida preparação, a devida exigência amorosa, de si mesmo, quanto à adoção de novos estudos, novas posturas, novos padrões de respostas a velhas preocupações? 

A pergunta do nosso amado irmão reside no que os pais devem fazer, para dar o que têm de melhor em benefício dos filhos. O bom senso e a sabedoria espiritual ainda são produtos raros na Terra. Com boa vontade, perseverança e esforço, devem os pais procurar os bons caminhos, as boas atitudes de amor, tornando o melhor possível a própria vida e a daqueles que os rodeiam. 

É imperioso saber que todos nós, espíritos profundamente tendentes ao exercício do orgulho e do egoísmo, necessitamos durante a nossa infância receber alguns “nãos”. Necessitamos receber amor que, dentre outros, promovam a educação, a disciplina, o respeito por si e pelos outros. E não aquele amor irresponsável e permissivo, advindo de determinadas posturas amorosas equivocadas e doentias. 

Deve ser dado o devido espaço para que a criança possa trilhar seu próprio caminho de evolução, mediante suas próprias experiências, seus próprios acertos e erros – formando seus padrões sem nenhum excesso de cuidados, superproteção e mimos – sem prescindir, contudo, do acompanhamento amoroso, equilibrado e constante de seus pais. 

Com essas atitudes, os pais terão logrado habilitar o pequeno ser para quando, no futuro, ele tiver de enfrentar os descaminhos e as competitividades superlativas da vida terrena.  

Em realidade, não há escola melhor do que a própria vida – para aprendermos a melhorar a nós mesmos – e, assim, inspirar aqueles que nos estão próximos a melhorar, também, seus espíritos. Mãos à obra! 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro II. São Paulo, Zian Editora, 2006, pp. 213-216. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

Caríssimos irmãos e irmãs! Seja meu, o maior agradecimento na noite de hoje, pela acolhida vibratória. Ao mesmo tempo, endereço ao Pai e ao nosso Mestre a minha gratidão pela permissão concedida, que tanto me apraz.  

Sou Tom Tel Tam, irmão em Cristo, e neste orbe congregado aos presentes, por efeito da rebelião já conhecida de todos. 

Somos todos irmãos de famílias cósmicas congregadas neste orbe. Tendo a consciência de ser seu companheiro e irmão na caminhada evolutiva do cosmos, aqui estou após uma espera razoável, dentro do tempo terrestre, para ofertar mais um padrão de estudo. 

Aqui estou porque sou daqueles que sabem da inevitabilidade do cumprimento das promessas do Cristo, atendendo ao mister do meu próprio espírito, porque conheço a todos e tenho ciência do que trata a mencionada inevitabilidade. 

Aqui estou tentando sensibilizar a alguns, inclusive o aparelho que ora utilizo, diante do assunto que lhes trago. Este assunto ainda não foi abordado, mas necessita a curto e médio prazo de uma atenção maior.  

Não encontrarão este assunto nos cânones do mundo, nos livros, nas apostilas, no academicismo ou fora dele, porque as reflexões do mundo ainda não mergulharam na poderosa capacidade que o ser pensante tem de gerar causas e consequências, podendo ser estas de efeitos tanto maravilhosos como danosos aos seres humanos. 

Aqui estou para lhes falar de uma forma nova sobre um conhecimento velho. Aqui estou para tentar despertar em todos os presentes a preocupação com certo aspecto da psicologia pessoal, que pode transformar coisas simples tanto em verdadeiros paraísos como em dolorosas tragédias. 

Aqui estou para lhes falar da sede consciencial, de onde surgem todas as capacidades do que entendem por paranormalidade, por mediunidade, por criatividade e por ciência. 

Aqui estou a lhes falar do instrumento que pode elevar o ser humano aos céus, ou pode causar a sua derrocada aos infernos existenciais se forem incrustados nas fixações mentais do ser. 

Aqui estou para lhes solicitar a atenção para um simples posicionamento psicológico do ser humano. 

Aqui estou para lhes falar do que chamam de “Imaginação”.  

A ciência ainda não localizou a capacidade de imaginar em nenhum lugar do cérebro. Nem mesmo o Espírito da Verdade – na época do estudo da codificação – se referiu à Ciência da Mente Espiritual, pois os tempos não permitiam. 

Ainda hoje, talvez não consigamos valorizar – diante dos olhos desta audiência – a presente abordagem, pois poderá lhes parecer secundária. Disso sabemos, mas já é chegado o tempo de abordá-lo, independentemente de como ele possa, a princípio, ser compreendido. 

Nos compartimentos da mente espiritual – desculpem-nos a falta de termos adequados – há um espaço que, às vezes, propicia ao homem e à mulher, pouco vigilantes, imaginar os seus cônjuges em determinadas situações. Dos motivos que levam à separação das famílias terrestres, a grande maioria se deve apenas ao produto da imaginação doentia dos cônjuges, na exigência e no uso do desqualificado ciúme. 

O ciúme nada mais é do que o disfarce de um egoísmo profundo e de uma doença de insegurança espiritual, ainda maior. Bilhões de casos foram constatados apenas no último milênio da história dos homens e mulheres encarnados neste orbe. Transformaram as suas vidas em verdadeiros infernos e débitos espirituais, provocados simplesmente por não saberem administrar a própria imaginação. 

Se pudéssemos, nós lhes ofertaríamos a estatística daqueles que, por meio da imaginação, se têm como donos de partes do mundo e donos de milhares de pessoas. Do usufruto estéril e criminoso da imaginação descabida, utilizam-se do poder temporal e atrasam – de forma indelével e inexorável – o progresso planetário. 

Há aqueles que se permitem lidar com os segmentos da filosofia e da religião terrena e, quando professam a sua capacidade de imaginar, impõem aos outros o jugo impiedoso e as exigências descabidas. Eles mesmos, por formularem mal essas exigências, são incapazes de atender às próprias solicitações. 

Por outro lado, o que dizer dos homens e mulheres das artes e das ciências, dos seres que trabalham com o subjetivo da vida terrena? 

No usufruto da imaginação, esses seres produzem verdadeiros milagres para as suas épocas, para as condições limitantes de certos momentos históricos. Na capacidade criativa da imaginação fecunda, semeiam as melhores das árvores, colhem os melhores dos frutos; usufruem, enfim, de um nível vibratório muito acima da média da humanidade, muito acima do que entendem por capacidade de imaginar. 

Observem a imaginação das crianças ainda livres dos freios moral e consciencial, livres ainda dos infortúnios impostos pelo Estado, pelas forças sociais e políticas, livres dos vícios da Terra. Na sua criatividade – mescla de imaginação divina – essas crianças produzem as melhores páginas dos álbuns das lembranças de seus pais. 

O que dizer da imaginação criativa da própria natureza terrena, que ensina: 

  • a certos pássaros andarem em bando, voarem um atrás do outro para pegar o vácuo das asas, poupando esforços? 
  • As formigas e abelhas, que se unem em esforços não pensados, porém intuídas numa imaginação psíquica coletiva? 

A imaginação coletiva, imposta pelas leis da natureza terrena, se casa e se coaduna com os genes evolutivos do “DNA” e do “RNA”, responsáveis pelas bactérias, pelos conjuntos celulares primitivos originados no nosso berço planetário. O que dizer da imaginação daqueles que, a todo o momento, tentam desesperadamente superar a si mesmos, na busca incessante do aperfeiçoamento espiritual? 

A sede de muitos poderes da mente é exalada neste fluído consciencial chamado de imaginação. Encontrarão livros sobre concentração, contemplação, meditação, mas não encontrarão livros sobre imaginação. 

É no campo da imaginação onde surgem os primeiros princípios mentais que, então, propiciam a contemplação, a concentração e a meditação que facultam, enfim, o controle de si mesmos, o controle das próprias energias exaladas por nós para o cosmos. 

Na sede da consciência – nessa pequena parte da consciência da mente chamada de imaginação – reside a sede do autocontrole, da educação pessoal e íntima. Também reside o poderio que a mente humana tem de exercer o seu jugo cósmico, tanto sobre toda a parte inorgânica quanto sobre o fluído vital que envolve a todos os seres presentes na Terra. 

Sempre devemos observar como está a nossa capacidade de administrar a própria imaginação pessoal. 

Quando a imaginação se permite trabalhar de forma desarmônica – imaginando infernos e tornando realidade certas fantasias –, e produz o caos ao redor de todos nós, ela se torna pior que o pior dos inimigos. Às vezes, um dos cônjuges olha para seu parceiro, e logo a imaginação lhe põe a desestruturar as defesas psíquicas. De uma simples desatenção, surgem tragédias. 

Amados irmãos e irmãs, se de nossas palestras restarem a reflexão final de que devem atentar mais para esse aspecto da psicologia existencial, chamada imaginação, na noite de hoje teremos cumprido a nossa obrigação íntima e o nosso objetivo de esclarecimento terá sido atingido. 

Rogamos que, daqui em diante, possam sempre se lembrar deste tema. Desculpe-nos falar desta forma. Este que lhes fala ou alguns de nossos irmãos – que se congregam conosco nesta falange –, estaremos muito perto deste público para, juntamente com todos, na mediunidade santificante e esclarecedora, continuarmos juntos a refletir e a desenvolver uma verdadeira codificação sobre este tema tão simples, chamado imaginação. 

Afinal, assim sou, porque me permito respeitar a imaginação religiosa de centenas de milhares de almas que, na simplicidade das condições circunstanciais e existenciais de certas religiões da Terra, endereçam as suas preces a um “Deus Pássaro” inexistente. Eu recolho todas elas – um mister renovador íntimo de mim mesmo – e, atendendo à solicitação do Mestre, eu as oferto ao Pai. 

Conforme as circunstâncias íntimas da pessoa que endereça a prece, na sua simplicidade mental de acreditar em um deus-pássaro, procuro observar, analisar e atender – em nome do Pai e com a ajuda de outros irmãos espirituais e celestiais – na medida do possível. Assim faço, respeitando a imaginação deles, em torno do máximo que podem vislumbrar sobre a figura do Pai Amantíssimo.  

Irmãos e irmãs de meu coração! Como lhes disse a princípio, sou daqueles que sabem da inevitabilidade da chegada de Cristo. Na Sagrada Escritura – como a chamam – pode conter imperfeições na interpretação e na escrita, mas afirmamos com a absoluta tranquilidade consciencial: nas promessas feitas pelo próprio Cristo não há equívocos. Ele as cumprirá uma por uma. 

Prometeu aqui vir e veio. Quando estava aqui, cumpriu em si mesmo todas as profecias a Ele referidas. Fez mais. Prometeu ressuscitar, e ressuscitou em três dias, conforme promessa feita, e prometeu voltar na sua forma de ser celestial como normalmente Ele se apresenta nesta parte da galáxia. Só falta cumprir esta última. Se Ele não o fizer, de que valerá toda a história terrena? De que valerá tudo isso? Portanto, trabalhem na sua imaginação por esta volta do Cristo. 

Dentro da psicologia não há ambiente melhor do que a imaginação. O nosso cérebro e a nossa mente espiritual ainda não lograram chegar lá. Para nos prepararmos para este evento maravilhoso, o melhor condão é a imaginação. E nesse dia, quando Ele abraçar a todos, que os encontrem despertos para a luta incessante do melhoramento íntimo, para a prática da caridade e da compreensão para com todos aqueles que os rodeiam na jornada terrestre. 

Que o nosso mestre Jesus lhes renove as forças íntimas e permaneça sempre com todos, permitindo-me, sempre que possível, retornar a esses momentos que tanto me aprazem. 

Tom Tel Tam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro II. São Paulo, Zian Editora, 2006, pp. 204-209. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

Não é o nosso forte, apesar de podermos falar algo a respeito. 

A magia da existência de seres pensantes reside naquilo que chamam potencial de imaginação. Se o princípio interno cria a beleza, se o princípio a que chamam de Deus criou a existência, será que a existência em si, de forma arquitetada, surgiu primeiro na imaginação do Pai? 

“No princípio era o verbo e o verbo estava com Deus e o verbo era Deus. Por amor, o verbo se fez carne e na carne habitou entre nós. A luz se fez entre as trevas, mas as trevas não a percebeu”. 

O verbo chamava Jesus, uno com o Pai. Diminuiu-se para poder existir entre os menores, nós, homens e mulheres da Terra. Quem sabe se toda essa estratégia – de despojar-se de sua condição excelsa de Autoridade Cósmica – não foi razão de muitas reflexões da imaginação da mente daquele que, aqui na Terra, chamamos de Mestre Jesus? 

Somente no próximo milênio, nos próximos séculos, assuntos referentes ao tema da imaginação, administrado e coordenado pelo nosso mentor Tom Tel Tam, serão devidamente estudados como ciência. 

Da mesma forma que uma pessoa tendente à hipocondria é capaz de plasmar-se doente porque primeiro surgiu a idealização deste estado, os espíritos plasmam nos seus próprios corpos perispirituais o produto das suas fixações mentais. 

Um espírito, ao largar o corpo físico material e passar a viver na espiritualidade – despido do corpo mais primitivo que lhe caracteriza a existência – se apresentará com a forma que naquele instante a sua mente espiritual plasma na sua organização perispiritual. 

Os espíritos evoluídos, razoavelmente equilibrados ou equilibrados, conseguem controlar seus potencias da mente, para plasmar a si mesmo de forma suave e equilibrada. Entretanto, se há entre os presentes aquele que exagera na beleza do corpo, não há entre nós aqueles que exageram no que não têm, ou seja, beleza espiritual. 

Aqui, onde nós, espíritos desencarnados vivemos, cada um é o que é. Não há maquiagem. Aqueles que se põem a viver fantasias da mente, ilusões perigosas do espírito, ou têm suas mentes fixadas em determinadas situações, possuem vibrações complicadas, provocadas por sentimentos de culpa, desejos de vingança, ódios etc. 

Com o poder de imaginar dos mundos mais quintessenciados, em termos de vibração molecular, esses espíritos plasmam na sua própria identidade o produto da sua imaginação. É inevitável. Uma imaginação descontrolada trará problemas para espíritos encarnados ou desencarnados. 

Na sede daquilo a que chamam de imaginação, residem as sementes da genialidade, da criatividade, do bom ânimo, etc. Nesse painel da mente também residem germes, e outros problemas provocados pela complicadíssima condição vibratória dos espíritos congregados ao orbe terrestre. 

A imaginação descontrolada de alguém pode fazer mais mal a si mesmo, do que ao seu pior inimigo. Muitos criam pesadelos em plena vida, imaginando situações de toda ordem e sorte. Passam a sofrer as consequências da ilusão e, mesmo sendo ilusão, torna-se realidade para quem nutre essa ilusão. O sofrimento torna-se a tônica da existência desse ser. 

Há muitos entre os presentes que, a toda hora, “criam” fantasmas de consequências desagradáveis pela simples incapacidade de administrar a própria imaginação, seja nos desencontros da vida; seja nos encontros impontuais; sejam cônjuges quando esperam ser amados. Exasperam-se por um atraso qualquer e passam a imaginar situações de toda ordem. Os espíritos brincalhões, quando percebem essas situações, procuram dar vida àquela situação com essa ou aquela característica. 

Muitas vezes, um mal-entendido se torna motivo de desdouro, de desamor, se agravando em problemas que terminam os relacionamentos planejados na espiritualidade. 

A imaginação desordenada é tal qual um carro sem freio ou um cavalo enlouquecido que, em desabalada carreira, sem nenhum sentido de direção, simplesmente vai até ferir-se de forma seríssima, em algum acidente de percurso. 

A herança maior, das muitas que recebemos do Pai, a capacidade de imaginar, de pensar, de criar, de projetar, de arquitetar, capazes de produzir árvores que, por sua vez, produzirão frutos maravilhosos, é também campo fértil, podendo ser usados por certas ervas daninhas. É aí que começa a produção dos nossos frutos. 

No campo psicológico, no campo energético, no campo genético, ou como queiram chamar, dizemos que toda loucura no campo da consciência tem certos painéis residentes no campo da imaginação do ser. É aí, nessa expansão não administrada, que certas mentes alheias interferem plasmando e semeando fantasmas, problemas, desilusões, etc., etc., etc. 

Amados irmãos e irmãs, muitas ciências que existem hoje no mundo em que vivem, há poucos séculos atrás, sequer eram pensadas, imaginadas, ou mesmo sonhadas. Tecnologias de toda ordem, digital, Internet, etc., etc., etc. Hoje, o mais ultrapassado na Terra é, por exemplo, o rádio. Há poucos séculos essas tecnologias sequer poderiam ser sonhadas, quanto mais imaginadas ou pensadas. 

Quantas serão as ciências que surgirão no mundo daqui a alguns séculos, que hoje os senhores são incapazes de imaginar? A imaginação é uma dessas ciências que abrirá muitas portas para o intelecto e o espírito humano desejoso de evoluir. Cuidai, pois, da vossa imaginação para ela ser sempre o degrau de uma escada que os eleve ascencionalmente na verticalidade sublime, à qual Jesus nos convidou. Cuidai para que ela não seja um escorrego fatal e estacionário na horizontalidade dos valores do mundo no qual, há muito tempo, todos nós estamos estacionados. 

Que as nossas imaginações sejam a terra fértil para que as sementes – que Jesus nos legou – possam ser adubadas pelo nosso próprio esforço e, por seu turno, possam produzir mais e mais bons frutos para que o alimento espiritual fortifique, dentro da luz, a todos que aqui vivem. 

Tom Tel Tam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Jesus, quando aqui esteve, fez absoluta questão de cumprir nele mesmo todas as profecias – que já existiam nos livros que hoje compõe o antigo testamento da bíblia – fazendo, assim, absoluta questão de demonstrar que ele era aquele sobre o qual os profetas antigos falavam.  

Até entrar em Jerusalém montado no burrico para cumprir as profecias de Zacarias (Zc 9.9), quanto ao seu conteúdo profético que dizia sobre o dia em que o Messias haveria de vir e entraria na Cidade Santa, antes de ser crucificado, montado no filho de uma jumenta. Até este tipo de detalhe, Jesus fez absoluta questão de cumprir nele mesmo.  

Se observarmos os evangelhos – em especial o de Mateus – veremos que ele escreveu com a preocupação de demonstrar aos judeus que Jesus era exatamente aquele do qual os patriarcas haviam falado; e o povo judeu não o reconheceu. Existem situações abundantes, no Evangelho de Mateus, demonstrando a preocupação de Jesus em fazer cumprir nele mesmo as profecias do Antigo Testamento. 

 Ora! O que os espíritos refletem é: “Se Jesus se preocupou em cumprir com tanto zelo as profecias que terceiros, ou seja, os outros fizeram, qual não seria o seu zelo para com as que ele mesmo fez?”  

E quais foram as profecias que ele mesmo fez? As mais conhecidas são que Jerusalém seria destruída; e foi destruída no ano 70, por Tito. Mas,  por ora, vamos deixar essas questões históricas de lado.   

Ele começou a dizer que ia morrer, mas nenhum dos seus apóstolos levou a sério; e ele morreu. Ele disse, também, que morreria e depois ressuscitaria em três dias (Lc 18.33). Ninguém levou a sério; e ele ressuscitou (Lc 24.36-43). 

Ou será que não ressuscitou? Ou será que tudo aquilo que está registrado nos evangelhos é pura invenção? Se for, devemos nós, que julgamos ser cristãos, rasgar toda a bíblia porque tudo, ali, seria invenção? Mas, de fato, os espíritos dizem que ele realmente ressuscitou. 

Porém, a profecia que ele fez de que iria voltar – e as profecias que os antigos profetas fizeram no mesmo sentido de que o tal Messias viria uma vez e retornaria depois – encontra-se registrada na Sagrada Escritura em duas mil e quinhentas oportunidades. Somente no Novo Testamento, a profecia que Jesus fez – de que iria voltar – encontra-se registrada em trezentas e dezoito oportunidades. Se isso não for verdade, para que servem as Sagradas Escrituras e o Novo Testamento? 

A questão é: se Jesus cumpriu, nele mesmo, as profecias dos outros e se, enquanto esteve vivo, cumpriu o que disse que ia acontecer, só faltando o seu retorno, por que é que nós, que nos julgamos cristãos, não devemos refletir a esse respeito, admitindo a possibilidade de que ele retorne? 

Até aí, tudo bem! A questão é, mas é agora? Sabe-se que – tal como foi esclarecido na pergunta inicial – na espiritualidade o tempo se conta um pouco diferente; todavia, o tempo que os espíritos da atualidade estão dizendo é, de fato, o agora de nossas vidas. 

Nesse sentido, os irmãos costumam dizer que é da mesma forma que quando nós vemos um fruto maduro, ainda preso na árvore – e observamos que, a qualquer momento, aquele fruto se desprenderá – e então dizemos que os tempos, de fato, são chegados e, a qualquer hora, o fruto cairá ao chão. No entanto, não há nenhum cientista que consiga dizer o dia, a hora, o minuto e o segundo em que aquele fruto se desprenderá.  

Assim, o que os espíritos dizem e vêm afirmando é que, de fato, os tempos são chegados. E que, pela cronologia das nossas vidas, esse retorno se dará ao tempo das nossas vidas; porém, nem eles sabem quanto ao mês, dia, hora e minuto. Entretanto, eles insistem em dizer que a maioria – dos que atualmente estão vivos na Terra – não verá a morte sem que, da mesma forma que estamos vendo uns aos outros aqui, possamos ver o nosso mestre e outros seres que com ele virão. 

Porque é que ele virá? 

Ciclicamente, ao longo da evolução cósmica, os amigos espirituais afirmam que os mundos passam por períodos de reciclagem espiritual. Considerando-se que o livre arbítrio de cada ser é o que permite a cada um movimentar-se na sua jornada evolutiva, como quiser, não há como negar que sempre – em cada mundo – parte dos seres que ali estão estudando, evoluindo, consegue atingir um certo nível de aprendizado e a outra parte, não.  

Quando mais da metade da população de um orbe, ou de um mundo, consegue atingir um determinado padrão de comportamento, e a minoria restante, ainda não, para que essa maioria possa progredir mais rapidamente, essa minoria há de ser exilada, ou seja, convidada a ir para outro orbe, a fim de que os que ficam neste mundo possam progredir.  

Tal seria, também, o exemplo de um professor, com uma classe de cinquenta alunos, dos quais trinta e cinco querem estudar e já atingiram um bom nível de entendimento, e quinze que só querem bagunçar. Essa turma de quinze faz de tudo, menos estudar, além de não apresentar nenhum esforço. O professor, então, comunica: 

 – Atenção, classe! O fim do período letivo se aproxima e todos terão as mesmas oportunidades de realizar, não só as diversas modalidades de avaliação, previstas para esse momento, como também as demais provas e exames finais, conforme já é do conhecimento de todos. E, na oportunidade da média final, quem não atingir a nota mínima necessária para aprovação, vai ter que se submeter a processo de recuperação em outra classe, ou repetir o ano, ou até mesmo ser expulso da escola, literalmente, se o competente conselho escolar do estabelecimento de ensino aferir que tais, quais e outros casos estão a impedir o progresso – não só daquela classe – mas de toda a escola. 

Na bíblia, o que existe é o chamado juízo final. E, como Jesus disse que teria de voltar para presidir, pessoalmente, a separação do joio e do trigo, ou o julgamento dos vivos e dos mortos, isso assumiu uma conotação terrível de fim de mundo, disso e daquilo. Mas, não é. Segundo os amigos espirituais, é um processo natural pelo qual todos os orbes passam. A propósito, existem mundos evoluídos em que isso é feito naturalmente, pois, cada um já tem um mínimo de noção para perceber que não está acompanhando o ritmo e, assim, pede para sair. 

Só que, em um hospício onde tem trezentos doidos – e ninguém se acha doido – cerca de uns duzentos e vinte passam a perceber que são doidinhos e, dessa forma, passam a tender para a melhoria de si mesmos; entretanto, os oitenta restantes continuam a perturbar. Quem, elegantemente, vai achar o quê? Não tem como!  

Aí, alguém que ama muito esses trezentos doidos, se finge de doido, assume-se como doido e, entre os doidos, vai mostrando que é possível viver de uma outra forma.   

Mas, como todo mundo está doido, ninguém percebe que o doido – que ama a todos os demais – é o normal. Todo mundo acha que este é que é o doido. Porém, ele não é doido porque ele não mente, ele não faz mal, ele não rouba, ele não mata, ele não calunia; e ele até ama! É muita loucura! Então, tira-se esse doido e o crucifica.  

Ah! Estou dizendo isso aqui, e agora, e eu sei que vocês não vão nem me entender, mas eu vou voltar. É porque eu sou o diretor do hospital, mas eu não vou fingir de doido quando voltar. Eu vou ter de separar a turma que já ficou tendente a ter juízo e tirar essa minoria, porque ela está impedindo o progresso. Com todo o amor, eu vou levar os seres dessa minoria para outro hospital, para ver se ali eles conseguem aprender. É isso o que tem que ser feito. 

Jesus vai voltar. Mas, não é só porque ele vai voltar. É porque, das quinze bilhões de almas que ainda restam por aqui, das quais seis bilhões estão encarnadas e nove bilhões, alhures, há – depois de umas boas seis, dez, quinze, vinte, cem mil reencarnações aqui na Terra – umas duas ou três bilhões de almas que estão sendo agora aferidas pela resultante de tudo o que fizeram ou deixaram de fazer.  E é importante que saibam que todos nós tivemos as mesmíssimas oportunidades, ao longo dos últimos seiscentos mil anos. 

Então, do mesmo modo que na metade do ano letivo, todos na classe já sabem que tem uns dez que já estão aprovados para continuar, pois só tiram “A”, sabe-se que também há duas ou três bilhões – no meio dessas quinze bilhões – que já têm matrícula garantida no próximo período letivo aqui na Terra, pois este planeta vai ser uma escola melhorada. Entretanto, também tem aquela turma que só tira zero, zero, zero, um, um, dois e que, nem tirando dez, dez, dez, passam. Há, infelizmente, de três a quatro bilhões de almas que não têm jeito, mesmo.  

Desde o século XIX, quando a revelação espiritual conseguiu criar caminhos para que essas almas pudessem ser ajudadas, elas já estão sendo exiladas. No entanto, existem uns sete, oito, nove bilhões de almas que ainda estão por se definirem diante das regras do jogo da vida.  

E quem é que, sem risco de cometer injustiça, pode olhar para cada um – no íntimo de cada um – e entender o porquê daquele fulano ser daquele jeito e dizer, com justiça, se ele deve ser aprovado ou não?  

Somente o Pai celestial e os seus filhos diletos, se por isso entendermos aqueles que já se unificaram a Ele em amor, que agem como o Pai agiria em qualquer canto do cosmo. Só aqueles seres que são unificados ao circuito amoroso da deidade – sendo que, o que nos toca é Jesus –, que é quem representa o Pai, e que é o nosso Pastor Cósmico. Não tem nada a ver com religião, nada a ver com fé. Isto é um fato cósmico; e é o que os nossos irmãos dizem. Por isso, tem que ser agora, pois já está em curso o que chamam de juízo final; só que está ocorrendo nos ambientes espirituais.  

 O mestre precisa voltar, por uma atitude de amor dele mesmo, para ajudar a cada um de nós a encontrar, ou reencontrar o rumo da nossa evolução cósmica. Porque nem um santo da igreja católica, nem um espírito de vulto importante do espiritismo, e nem um extraterrestre têm o condão de olhar no âmago da intimidade de cada um e dizer, com justiça, o que se deve realmente dar a cada um, conforme suas próprias obras.  

O primeiro evento que nós veremos, referente a esse processo, será exatamente quando Jesus se potencializar diante dos nossos olhos. Ah! Mas, ele vem como? Com uma capa de super-homem, voando pelas nuvens? Se ele está fora da Terra, ele tem que chegar por cima. Então, por cima, só tem duas formas: ou ele vem como super-homem, ou vem voando em alguma coisa. Mas, Jesus não precisa de uma nave! É, de fato, ele não precisa. Mas, nós precisamos que – quem venha de fora – chegue em alguma coisa. Se não, a nossa psicologia explode; a gente não tem como suportar.  

Só que ele não vai ficar muito tempo, e nem pode porque nós transferimos, irresponsavelmente, para Deus, para Jesus, para os santos, para os espíritos, responsabilidades que nos são próprias. Se Jesus ficar aqui dez minutos, durante os dez minutos ficaremos o tempo todo olhando para ele. Não conseguiremos tirar o foco da atenção dele, esperando que ele transforme o mundo numa beleza, encontre a cura de doenças incuráveis; todo mundo agora é bonito, elegante. Isto não funciona pessoal, não é assim.  

E como ele sabe disso, se ele ficar um dia, durante este dia ninguém faz nada. Ele talvez fique muito pouco. Porque quem tem de fazer com que este planeta se modifique, somos nós. E nós modificaremos a vida ao nosso redor, modificando a nós mesmos em primeiro lugar. Enquanto Jesus aqui estiver, a gente vai querer que ele coloque a mão na nossa cabeça e diga assim: – “Agora você vai ser santo…” Não é assim, pessoal!  

É hora de maioridade espiritual. Maioridade pressupõe conhecer direitos e deveres. Será dado a cada um conforme as suas próprias obras. Não é conforme a sua religião, ou mesmo se não tem religião. É conforme as suas próprias obras. E as obras passam pela atitude amorosa de cada ser humano. Porque quem mede isso não é o sucesso do mundo e nem a imprensa.  

Pode ser que, exatamente agora, a pessoa mais aquinhoada em beleza, aqui na Terra, seja um pobre coitado que mora debaixo de uma ponte e que não tem nada para ele, mas, passa a vida inteira tentando ajudar aqueles que ele ali conhece; pode ser que esse ser humano seja quem, realmente, tenha maior mérito na face da Terra. Pode ser também uma lavadeira que não tem comida nem para ela, mas cuida de trinta e poucas crianças, como já tive o privilégio de conhecer uma. 

Quem é que sabe medir o valor de cada ser humano? Nós não sabemos. O mestre sabe e, por isso, ele precisa voltar. 

Fechando a pergunta, é nesse tempo presente que ele volta. Não precisa ninguém acreditar. Não precisa ninguém mudar de religião, ou mesmo quem não tem religião passar a ter uma; isto não tem validade. O que cada um de nós pode fazer é aguardar para ver. E, enquanto isso, persistir na melhora íntima, viver a vida sendo bom, exercitar a arte de fazer o bem, ser amoroso.  

Se ele não chegar, pelo menos a vida melhora, e ninguém nada perde! 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Os amigos espirituais dizem que nos próximos milênios, dentro dos atuais padrões, não há perigo desse fato acontecer. 

Sempre caberá ao ser humano o desafio de saber lidar com aquilo que lhe é conveniente, ou não. A questão dos alimentos transgênicos é um desses desafios. 

Nós não podemos obstaculizar o progresso, pelo fato da família humana terráquea não conseguir progredir, moralmente, na mesma velocidade que o faz no campo tecnológico. 

Se, pelos fatos:  

  • do homem não saber usar o avião para fazer apenas o bem, e utilizar este meio de transporte para jogar bombas e destruir vidas;  
  • de uma seringa poder salvar vidas, por um lado, soltando nas veias o medicamento necessário à sobrevivência e, por outro,  vir a ser utilizada para conduzir ao suicídio – consciente ou não – por meio da injeção de drogas;  
  • não é o avião e nem a seringa que devem ser descartados.  

O problema da felicidade ou da infelicidade da vida humana não reside naquilo que o ser humano produz, naquilo que é exterior a ele, e sim na maturidade espiritual, na sua estatura moral quanto à utilização desses processos. 

Na espiritualidade, em suas conversas sobre esse assunto, os espíritos normalmente colocam algo bem diverso daquilo que nos causa preocupações. Isso não quer dizer que nós não devamos atentar a essas questões, porque isso é realmente um fato inquietante. Pessoalmente, sou dos que pensam que é muito cedo para que tenhamos conclusões – positivas ou negativas – a respeito da utilização desse processo. Não podemos ser vítimas de uma análise menor e apressada. 

De um lado encontram-se multinacionais, em especial uma delas que já manipulou a genética necessária, e também os “jeitinhos” necessários para que a patente fique, absolutamente, controlada por ela. Essa multinacional defende – certo ou erradamente – que esses alimentos transgênicos não representam nenhum problema, uma vez que há doze anos esse alimento foi pesquisado nas principais universidades do mundo, e jamais se encontrou nenhuma prova evidente de que ele seja danoso à saúde. Ou, mesmo, ao meio ambiente, uma vez que na lavoura dos transgênicos certos pesticidas não mais seriam necessários. 

E, de outro lado, também se encontram multinacionais que produzem inseticidas e herbicidas de todo o tipo. Então, essas multinacionais – produtoras de defensivos agrícolas – gastam milhões de dólares em propagandas para sensibilizar a opinião pública, dizendo que: 

  • tais alimentos são danosos; 
  • mesmo não havendo conclusões sobre quais tipos de danos eles podem causar diretamente ao ser humano,    
  • essas sementes e alimentos transgênicos – em contato com os substratos interiores da crosta terrena – podem vir a criar bactérias e elementos outros, capazes de danificar definitivamente aquele terreno.  
  • E é daí que saem as mais diversas notícias. 

Mais uma vez, o que está em discussão não é o benefício da humanidade, e sim o ganho capitalista das multinacionais; de um lado e de outro. É isso o que está em jogo. 

Nós, seres humanos, não podemos nos apressar, no sentido de tomar partido daquilo que ainda não se conhece. 

É sempre algo estúpido dar por sabido aquilo que a gente ainda precisa descobrir. A humanidade – não através da crença ou da fé, mas da ciência – ainda precisa descobrir o que lhe é conveniente ou não. No caso específico dos transgênicos, está longe de descobrir. 

O que se pode discutir, em termos de ética, num mundo em que cerca de dois bilhões de almas estão encarnadas em corpos que passam fome? 

Será que é ético discutir se tal ou qual questão poderá causar esse ou aquele problema, se o maior problema da humanidade é a miséria material e moral dos seres que aqui habitam, e que não há a menor preocupação em investir no ser humano, para acabar com a fome e a miséria de tantos? 

Será que esta questão dos transgênicos não poderia ser um dos caminhos que iria facilitar e baratear, em muito, a alimentação em outros campos da manipulação genética, inclusive para os que passam fome? 

Nós não sabemos; ninguém o sabe. Só pelo fato de não saber, não seria prudente deixar de estabelecer limites às possibilidades, e manter o espírito aberto à pesquisa, ao questionamento e à verificação de tudo aquilo que é importante? 

Ou, de súbito, continuar a tomar partido por esta ou aquela idéia, visto  que: 

  • nas televisões,  
  • ou nisto,  
  • ou naquilo  
  • aparece uma propaganda melhor,  
  • no sentido tal,  
  • ou por defesa mais arquitetada, em termos de argumentos lógicos, 
  • no sentido qual?  

Esse é o problema da raça humana. Ela é ignorante, no sentido de que não conhece – e não procura conhecer – o que de fato importa à vida. Mas, mesmo assim, toma partido – com opiniões menores e imaturas – sobre assuntos dos quais não logra saber absolutamente nada. 

Sobre os transgênicos, nada é sabido. Nós não podemos deter o progresso tecnológico da humanidade em alguns aspectos da vida – por mais que isso venha a doer –, pelo fato de que o homem ainda não investiu nele mesmo e não atingiu um progresso moral para lhe dar sustentação, a fim de que ele, mais e mais, possa progredir tecnologicamente. 

Precisamos investir no progresso moral e espiritual do ser humano, além do progresso tecnológico. Como isso não gera lucro, ninguém o faz. As religiões, que a isso pretendem, também não o conseguem. Assim, o ser humano permanece um cego – sendo guiado por outros cegos –, em assuntos nos quais todo mundo é cego. 

Não reside no progresso tecnológico – medido pela justa preocupação com a vida – nenhum perigo para a Terra. Esse perigo reside no íntimo da espécie biológica humana – que domina a vida aqui na Terra – e essa espécie não se cuida. 

Na Terra – para a análise que queremos fazer – existem dois tipos de seres: os que fazem fotossíntese e os que não fazem. 

O homem precisa essencialmente da atmosfera. E, desta perspectiva, é  interessante perceber que, se as plantas do mundo – por meio do processo de fotossíntese –  não transformassem o dióxido de carbono em oxigênio, a raça humana não existiria nesses corpos que aqui estão.  

Isto, sim, é matéria que toda a humanidade deveria conhecer e criar a consciência de que é necessário preservar os seres que fazem a fotossíntese, pois eles permitem a vida dos demais, já que são os únicos que possuem a capacidade de transformar dióxido de carbono em oxigênio. 

Esses assuntos importam bem mais, pois é nisso que reside o futuro da Terra. É sobre o cuidado que possamos ter com essas questões que, talvez no futuro, jamais tenhamos problemas, não só no âmbito da pergunta, como também no dos problemas ambientais. 

Porém, se não cuidarmos das questões essenciais, não será nas questões acessórias que teremos maturidade moral e conhecimento intelectual, para bem cuidar dos assuntos que interessam a esta humanidade. 

Não há, na questão posta na pergunta, nenhum perigo para a humanidade em si, até porque, tudo que se cria, primeiro é formulado no campo das idéias do ser humano. É, portanto, nesse aspecto que deve residir o nosso cuidado e o nosso apreço pela vida. 

O que deve ser percebido por todos é que nada, ou muito pouco do que se faz neste mundo é feito em função do ser humano, mas sim, em função do ganho financeiro. Isso precisa ser corrigido, se não, qualquer coisa, qualquer produto, qualquer tecnologia que o progresso venha a criar poderá ser bem ou mal utilizado, dependendo de quem o faça. E, como nós privilegiamos valores horizontais da vida e esquecemos os valores verticais, nos acostumamos a contar os cadáveres e não as benesses da vida. 

Mas, a vida em si, é generosa. 

É muito cedo para que tenhamos conclusões, positivas ou negativas, a respeito da utilização desse processo. Não podemos ser vítimas de uma análise menor e apressada. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Não será de todo tão fácil, para esta audiência, porque esse assunto não está registrado em nenhum livro ou em qualquer escrito encontrado, até o momento, no mundo em que vivem. Logo, é um estudo de boa monta para realizarem; entretanto, devem saber o momento propício para substituí-lo por outro que tenha literatura de apoio, que possa lhes ajudar. 

O estudo Atlan é importantíssimo porque poderá ativar alguns canais mediúnicos. No presente grupo de encarnados não há médium cuja consistência de sua mediunidade seja inconsciente. Todos os que aí estão, todos os que frequentam esta Casa, nos seus diversos dias de trabalho, caracterizam-se por terem mediunidade de padrão consciente.  

Diante de certos assuntos, o grande interruptor que liga a percepção cerebral do médium consciente é a imaginação, mesmo que nesse processo outras informações se misturem com as que daqui saem. Mas, não há alternativa a ser seguida, a não ser essa. No momento propício, as informações pertinentes serão separadas dos pequenos detalhes ou dos direcionamentos que surgirem. 

A mente do espírito – ou de outros seres existentes do lado de cá –, quando pretende transmitir uma mensagem, envia um fluxo para a mente do cérebro físico do médium ou da médium que está recebendo a mensagem. A mente decodifica o fluxo e o transmite conforme as suas circunstâncias perceptivas. 

A mediunidade jamais será um produto acabado. Quando se põe algum disco, o que está registrado ali, indubitavelmente será transmitido por uma caixa de som. Porém, a mediunidade não é assim; as mensagens que saem do “disco” sofrem toda uma interferência, o que é normal. 

 Mesmo porque, atravessam todo um campo – ou meio de campo – existente entre dois campos pensantes:  

  • a mente do espírito, ou do ser, que do lado de cá pretende transmitir, e  
  • a mente do cérebro físico do médium, ou da médium que, em recebendo esse fluxo, decodifica-o e o transmite conforme o que lhe foi perceptível. 

Assim, não há questão superlativa na mediunidade. Ela não é um produto acabado. A mediunidade há de ter sempre suas portas abertas para receber todo e qualquer tipo de informação e, numa análise posterior, utilizar-se um crivo ou uma avaliação clínica. 

A história passada – da civilização terráquea – tem longas páginas e painéis a serem descortinados pelo conhecimento do mundo atual. Muito se fala sobre o Império Atlante; pouco se fala do continente de Um. Mas, só a história de Atlante já é fantástica. Contudo, existem outras histórias que aconteceram paralelamente ao desenvolvimento do Império Atlante. Isso, se nos referirmos apenas aos últimos duzentos e poucos mil anos, porque mais para trás são painéis ainda inexecutáveis e sem divulgação autorizada. 

Na realidade, o que nós denominamos de Império Atlante é o conjunto de uma história que durou aproximadamente 100 mil anos terrenos. Ao longo de todo esse tempo não existiu somente um Império Atlante, não existiu somente um povo Atlante; existiram sim, diversos impérios, diversos povos, diversas histórias, diversas cidades, estados, províncias e inúmeras bases desse povo, que tem como base histórica sua formação com o componente extraterrestre. 

Por volta de 71 mil anos atrás, em apenas umas das suas muitas fases históricas, muitas bases se espalharam pela Terra por causa de um problema já ocorrido, ou que estaria prestes a ocorrer em uma célula Atlante. Essa célula ficava próxima à Ilha de Açores, num outro grande arquipélago que existia ao norte da ilha, juntamente com outro ainda maior, no extremo norte.  

Abrindo um parêntese, apenas a título de informação, no arquipélago da atual Indonésia conta-se mais de uma dezena de milhares de ilhas. E, esses dois grandes arquipélagos citados, ultrapassavam a quantidade de ilhas da Indonésia. 

Dando continuidade ao nosso relato, devido a um processo de erupção vulcânica no oceano, e prevendo-se que outras ilhas surgissem em um futuro incerto, ou ocorresse o processo inverso de desaparecimento, ou outros fenômenos naturais, muitos povos – ou as comunidades dessas ilhas – se espalharam pelo mundo, criando aquilo que hoje é chamado, no ocultismo, de Bases Atlantes Desaparecidas. 

Desses povos que se espalharam pelo mundo, um determinado grupo se dirigiu para o local em que hoje está localizada a praia da cidade de Natal. Naquela época, a maré não estava nos níveis em que atualmente se encontra. E esse determinado grupo se dirigiu para essa região porque, em outros tempos, logo no início do império Atlante, cerca de 100 mil anos atrás, aqui, em Natal, já havia sido iniciada uma de suas maiores bases. Ao longo desse tempo, a base foi ativada e desativada inúmeras vezes, por causa de leves e suaves inclinações geomagnéticas. 

A base Atlan, naquela época, tinha como maior característica o fato de ser uma espécie de ponto de atração magnética, devido a certas construções que emitiam e/ou recebiam determinadas vibrações magnéticas, conforme a posição de alguns astros e da própria inclinação do eixo magnético da Terra. Elas funcionavam da forma que, hoje, a humanidade tenta funcionar as suas centrais nucleares. O que hoje resta dessas construções, está submerso. Estamos aqui falando de um processo energético limpo e completamente diferente da combustão suja da tônica nuclear, como atualmente conhecem. 

Portanto, a base Atlan tem a sua fundação há cerca de 100 mil anos. Entretanto, entre 100 mil e 71 mil anos atrás, ela passou por diversas situações de ativação e desativação. Foi até mesmo remanejada para outros cantos, na medida em que gerações de Atlantes se substituíram no poder desses povos, dessas comunidades, já que somente depois é que começou a existir um tal de poder central. E foi assim que a base Atlan teve seus primeiros milênios de história. 

Devemos lembrar que na época referida, os Atlantes – que aportaram aqui em suas naves – tinham um tempo de vida muito superior ao que hoje conhecem como sendo o tempo de vida terrestre. 

Sabemos que este assunto choca, mas a própria Bíblia, acertadamente, refere-se a seres descendentes de outros filhos de Adão, que viveram 300, 500, 900 anos. E eis que aqueles seres apareceram na história Suméria – cerca de 60 mil anos após o momento histórico ao qual estamos nos referindo –, uma vez que os sumérios são recentes; coisa de seis, oito mil anos atrás. 

Aqueles seres viviam milênios, pois seus corpos suportavam a energia radiante da estrela a que chamam de sol. As naves e as centrais construídas por eles eram repositórios energéticos, de onde aqueles seres retiravam a componente alimentar que os mantinham vivos, sem o envelhecimento celular. 

Entretanto, ocorreu o tão temido processo de adequação das placas tectônicas terrestres – aproximadamente por volta de 67, 69 mil anos atrás –,     causando muitos problemas em diversas bases do Império Atlante. A partir daí, todas as bases que tinham alguma relação, ou proximidade com as águas oceânicas, passaram por momentos difíceis. A base Atlan não escapou ao problema. 

Abrindo outro parêntese, convém esclarecer que: 

  • o chão em que pisam é, exatamente, parte das placas tectônicas que se movimentam sobre o magma;  
  • essa crosta tem, em média, 30 km de profundidade e está boiando sobre magmas localizados no centro da Terra; 
  • no interior do planeta existe um pequeno núcleo sólido formado por níquel e ferro;  
  • ao redor desse centro, há um manto formado por magma incandescente e outras expressões materiais;  
  • boiando sobre esse grande oceano de magma encontra-se a crosta, a superfície do planeta; 
  • cada vez que o magma aflora para cima, força as placas tectônicas afastando uma placa para um canto e a outra, para o outro, para permitir a saída do magma;  
  • como exemplo, podemos citar a erupção dos vulcões; 
  • as placas tectônicas são pedaços do chão que se movimentam deslizando sobre o magma. 

Voltando à nossa explicação, passa-se o tempo e essas placas adquirem certa estabilidade, que perdura até hoje, posto que naquela época os continentes africano e americano já estavam distantes e, desse modo, ainda se apresentam até hoje. Há dezenas de bilhões de anos, eles estavam mais próximos; todavia, há centenas de bilhões de anos, estavam juntos. 

Hoje, justamente onde se encontra o Oceano Atlântico, um dia, foi uma fenda de uns poucos cinco quilômetros. O magma vindo de baixo forçou a separação das terras que hoje compõem a África e a América do Sul. Após a estabilização das placas, diversas bases foram reconstruídas e remodeladas. A base Atlan tornou-se, novamente, uma base “importante” no contexto Atlante, pois, passou a servir como uma espécie de ponto focal para naves, artefatos celestes ou qualquer outra coisa que viesse de fora. 

A primeira sinalização do planeta Terra passava pelo controle de um mecanismo magnético da base Atlan que, associada a outras poucas bases espalhadas pelo planeta – uma delas existia onde hoje chamam de Triângulo das Bermudas – formavam uma espécie de radar planetário dos atlantes. Naquela época, algumas décadas de milênios atrás a Terra, dominada pelos atlantes, era também objeto de conquista de outras civilizações extraterrestres.  

A Terra era um mundo de ninguém. Isto é, não confederada, ou sem ligação a nenhuma confederação planetária de defesa de interesses permanentes e comuns de ordem mais geral, e entregue à sanha de alguns exilados da Rebelião de Lúcifer, que vieram para cá formar o Império Atlante e dominar a Terra. O conjunto de bases formava uma espécie de fortificação magnética do planeta. 

Estamos romanceando e falando superficialmente de uma longa história, apenas para que possam utilizar algumas das informações dadas como base de estudos.  

 Com o passar do tempo, o congelamento e o descongelamento das placas polares da Terra se alternam, devido aos períodos remanescentes das eras glaciais. Na verdade, faz 2 milhões de anos que a Terra está passando por um período de era glacial. Em determinados períodos – nesses 2 milhões de anos – a temperatura quente volta a esfriar. 

Há 15 mil anos começou um processo de descongelamento provocado pelo aquecimento do clima. Esse aspecto perdura até os dias de hoje. No início desse processo muito do que hoje é água, naquele tempo era gelo. 

Se puderem, acreditem que, há 15 mil anos – em certos locais planetários – o nível da água era inferior ao de hoje, numa altura aproximada de 100 metros. Com o aumento da temperatura, muitas placas polares foram descongelando. A água do mar foi crescendo, o nível hidrostático foi subindo, aumentando, aumentando e os oceanos com as suas marés começaram a invadir áreas litorâneas.  

Este teria sido outro “fim” da base Atlan que, ao longo de sua história, já tinha passado por tantos fins semelhantes a esse. No momento, ela se encontra submersa com outras ruínas, tendo também alguns pontos que não estão submersos, mas cobertos por areias e dunas, etc., aspectos esses que ainda não nos são autorizados, de todo, a serem revelados. 

No primeiro momento é o que podemos ofertar em termos de referência e de estudos, apenas para saciar um pouco a curiosidade que é sadia, normal e deve ser cultivada. Entretanto, não percam muito tempo com assuntos que têm muito a ver com aspectos exteriores e nada, ou pouco a ver com questões interiores. Nós, seus amigos espirituais, lhes rogamos que alternem estudos que tratem das questões de reforma íntima, percepção, e conceitos dos padrões morais, etc. porque, se pudéssemos brincar, diríamos: mesmo que se tornem doutores em Base Atlan, se não aprenderem a amar, a perdoar, ser paciente e tolerante, nada estarão fazendo. 

Sabemos da dificuldade que alguns irmãos e irmãs aqui presentes têm em escutar esses assuntos, uma vez que, de fato, são questões ainda não postas à análise do mundo. São questões que mais parecem produto de ficção, mas a humanidade perdeu o elo que tinha com seu passado e, pouco a pouco, esse passado – impossível de ser recomposto de todo, por meio dos procedimentos científicos – vem sendo informado por intermédio de notícias da espiritualidade, sendo esta, pois, a última e única alternativa da humanidade terrena de, pouco a pouco, saber notícias de seu próprio passado. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro III. Natal, Conectar Editora, 2018, pp. 35-39. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

Infelizmente, sim. Qualquer um de nós pode ser instrumento de seres interessados em prejudicar o nosso entendimento, mesmo médiuns com boa vontade, dotados de toda a prudência. Ainda assim, todos nós somos falíveis, pelo fato de estarmos submetidos à condição humana. 

Esses nossos irmãos vinculados às trevas não fazem isso por maldade, fazem por desespero. Imagine alguém que vive há 50 anos dentro de uma caverna. Nasceu ali, ali permanece, e acha ótimo viver numa caverna. Se qualquer um de nós for lá, mesmo com toda a boa intenção, e convidá-lo para ver o mundo aqui fora, ele sentirá um pânico, um desespero tão grande, que não sairá. Afinal, o seu psiquismo está acostumado a viver daquele jeito. 

Cada um limita o psiquismo ao tipo de vida que está tendo. Assim, esses espíritos, a quem chamamos de trevosos, nada mais são do que almas que, a cada vida se decompõem vibratoriamente no campo do desamor, que implodem sua capacidade de amar, e ficam na tentativa vã de querer sempre impor aos demais o conteúdo das suas idéias, fé, crenças e vontades.  

Seguem durante séculos e milênios tentando dominar a todos que deles se aproximam. Esses espíritos vão introjetando neles mesmos tantas vibrações trevosas – se por isso entendermos vibrações sem nenhum tipo de amor, sem nenhum tipo de ternura, sem nenhum tipo de humanismo – que se tornam enlouquecidos e tentam, realmente, dominar a tudo e a todos. Esses espíritos vêm tendo esse problema no nosso contexto existencial há 600 mil anos. Eles vieram para cá porque foram expulsos de diversos mundos, e aqui é o último recanto que eles têm para continuar a exercer esse tipo de postura. 

Portanto, eles têm a Terra como sendo a última e única trincheira para lutar contra o que eles chamam de exército da luz. Esses espíritos, apesar de enlouquecidos, detêm habilidades e capacidades intelectuais que muito nos surpreenderiam. Para citar um exemplo, eles perceberam que um ser cósmico veio e se fez homem, habitou entre nós e prometeu que voltaria. 

Pode ser que ninguém – entre os encarnados – saiba que isso é verdade. Mas, eles, por estarem na espiritualidade, perceberam a condição vibratória de Jesus. Perceberam a assessoria que Ele tinha. Perceberam o que nós chamamos de “anjos”, subindo e descendo o tempo todo, para trabalhar junto a Ele. 

As trevas souberam que aquele homem singular – chamado Jesus – era de fato alguém muito evoluído na hierarquia do que eles chamam de exército da luz. Eles sabem que um espírito desse porte não promete em vão. Nenhum de nós tem certeza das promessas que Jesus fez de que retornaria, ou seja, se essas promessas de fato foram feitas, ou se foram inventadas pelos escribas bíblicos. Mas, as trevas sabem que Jesus prometeu retornar. E, se Ele prometeu, as trevas sabem que Ele retornará. 

Há cerca de 2.000 anos, os integrantes das trevas perceberam que a volta do Mestre lhes traria um problema, pois eles seriam exilados da Terra. Então, começaram a “minar” o entendimento humano quanto a essa questão. O primeiro veneno colocado – estratégica e inteligentemente nas tradições religiosas do mundo ocidental – foi a notícia de que, quando Jesus voltasse, o mundo se acabaria.  

Jamais alguém disse isso. Jesus nunca falou isso, nem Seus apóstolos. Somente alguns membros da igreja católica nascente começaram a deturpar o ensinamento do Cristo, exatamente embalados pelo orgulho intelectual. 

 Através do processo de obsessão, as trevas se aproximavam dessas pessoas e confundiam o final dos tempos ruins com o final do mundo. O retorno de Jesus – que é uma dádiva – foi tido por toda a humanidade como sendo um momento estranho, uma vez que, se Jesus voltasse, o mundo acabaria. 

E hoje, 2.000 anos depois, ainda existe uma enorme quantidade de pessoas – inimaginável para nós – achando que o mundo vai se acabar no dia em que Jesus voltar. Os espíritos têm essa estatística e se surpreendem com a nossa pouca capacidade para analisar os fatos, e perceber como as trevas foram competentes nessa questão. 

Por perceberem que a volta de Jesus era a questão mais importante a ser tratada pelas religiões, no século XX, esses espíritos trevosos trabalharam, por meio do processo de obsessão, no quesito da intelectualidade de muitos médiuns, para que eles assumissem as suas próprias opiniões – criando um bloqueio a tal ponto – que a espiritualidade não pudesse falar desse assunto por intermédio deles.  

Os espíritos trevosos, estrategicamente, introduziram no meio do movimento espírita a notícia de que Jesus não voltaria, pois que o surgimento do espiritismo, no século XIX, já seria o cumprimento da promessa de Jesus de aqui retornar. Ou seja, as trevas conseguiram introduzir inverdades e equívocos ao longo da evolução do pensamento religioso da humanidade, distorcendo a questão mais essencial. 

De fato, como disse o nosso irmão, numa guerra, seja ela qual for, a primeira vítima é sempre a verdade. As trevas conseguiram, nessa guerra de informação, distorcer a verdade ao longo dos milênios. 

Nos anos mais recentes começaram a atuar – por meio de certos diretores ávidos pelo ganho fácil – produzindo, em especial, filmes de catástrofe, terror e pânico envolvendo extraterrestres. Se você fizer um filme sobre  ET bonzinho ninguém assistirá. Somente a genialidade de Spielberg conseguiu fazer o contrário. Mas, se os filmes são de ETs que destroem a Terra, comem gente, é bilheteria garantida.   

Sem que nós notemos, entre os escritores, médiuns, pastores, padres, em suma, em todos os setores da sociedade, encontram-se pessoas que, às vezes, servem de instrumento para que as trevas soltem notícias equivocadas, para confundir o nosso entendimento. Infelizmente, isto é verdade e acontece a toda hora.  

Também poderá acontecer comigo ou com qualquer um de vocês, a qualquer instante. Pode estar acontecendo neste instante em que eu estou, a pedido dos espíritos, transmitindo essas explicações para vocês. 

Por isso, é importante termos prudência e não acreditar, gratuitamente, em tudo o que é dito. 

A volta de Jesus não é uma questão de acreditar ou não. É simplesmente uma questão de esperar para ver. 

Entretanto, não é somente porque Jesus vai voltar que nós temos de ser bonzinhos, amorosos uns para com os outros. Essa é a atitude mínima que o espírito – maduro, elegante e que pretende se espiritualizar – deve ter para com o próximo. Ninguém precisa ser religioso para amar o próximo. Ninguém precisa ser coisa alguma para amar o próximo; não é preciso ser doutor, nem gênio. Basta deixar que a ternura da alma possa se expressar. É necessário somente isso.  

Se nós nos amássemos, pouco importaria se Jesus virá aqui ou não, se o Pai Amantíssimo existe ou não, se existem espíritos ou não. Seria o bastante que nos amássemos. Como não nos amamos, tudo tem sido feito no sentido de tentar nos ajudar. Infelizmente, a parcela desses espíritos que pretendem que a Terra não evolua continua obtendo frutos. 

Na hora em que a Terra evoluir um pouquinho de vibração, as trevas serão desalojadas deste mundo. Para eles, isso é motivo de pânico, pavor e dor, da mesma forma que alguém – que está há 50 anos numa caverna – não quer sair para vez a luz do sol. 

Infelizmente, sim, qualquer momento é momento em que a inverdade ou o equívoco pode estar sendo semeado por qualquer um de nós. Por isso, é importante toda a prudência. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Para que serve o sal se ele perde o sabor? Para que serve uma lâmpada se ela perde a capacidade de iluminar? Qual a serventia do ser humano se ele se torna incapacitado de amar? 

Para que servem o livre-arbítrio e a responsabilidade da totalidade dos pensamentos e sentimentos que fluem de cada um de nós, a não ser para marcar, em nós mesmos, o resultado do que somos? E o que somos, o expressamos através dos pensamentos, sentimentos, posturas e atitudes. 

Sim, somos irresponsáveis e inconsequentes na administração do que de nós é exalado. Afinal, que diferença temos nós – seres humanos terrestres  – dos animais, nossos irmãozinhos inferiores na escala evolutiva característica deste planeta? 

Cabe a cada um administrar as próprias energias inerentes à nossa condição, ímpar, de seres pensantes e responsáveis pelos próprios atos. Cabe à pessoa administrar o conjunto dos seus sentimentos e dos seus pensamentos, que são marcados de forma indelével na sua própria aura, no próprio campo energético que o rodeia, e que envolve tanto o corpo terrestre quanto o espírito eterno a ele transitoriamente imantado. 

Diante dessa responsabilidade de manter, em si mesmo, a luz do bom ânimo, a luz do esforço incessante, do melhoramento íntimo, da procura do “amar sempre aos outros”, exigindo muito de si mesmo e pouco ou quase nada dos que nos rodeiam, do procurar ser compreensivo, etc., respondemos perante as leis cósmicas – queiramos ou não – sofrendo o efeito do que nós mesmos construímos e nos permitimos expressar, seja este efeito vibratório benéfico, ou não. 

Em face, pois, dessa responsabilidade, quando desistimos de administrar a nós mesmos, quando nos tornamos vítimas de nós mesmos e das circunstâncias que rodeiam nossa existência, passamos a ser um mero produto do mundo, e não um ser pensante que exerce a sua capacidade de influenciar positivamente o ambiente ao seu redor.  

Essas circunstâncias são causadas por efeito de atos do passado ou mesmo por consequências de erros do presente, ou ainda pelo conjunto disso tudo, acrescentado dos erros advindos da pouca vigilância dos espíritos encarnados, que conosco convivem no contexto familiar, no trabalho, etc. 

Quando o conjunto resultante dessas circunstâncias se torna muito complicado, muitos deixam – por comodidade, desespero ou mesmo por falta de habilidade psicológica, para lidar com situações de alto grau de insucesso e de revés – de administrar o próprio combustível existencial. 

Quando isso ocorre, aí sim, a exemplo do câncer que destrói as células do corpo, esse câncer espiritual-energético atua no campo psicológico, destruindo as defesas espirituais energéticas da pessoa. Instala-se um aparente caos psicológico, energético e espiritual. Depois, esse aparente caos começa a produzir os inevitáveis efeitos que se somatizam no corpo físico. 

E tal qual a morte em plena vida, o espírito que assim se permite sentir, morre – no sentido espiritual – mesmo tendo um corpo ainda vivo, atuante e que se movimenta. Mas, o espírito deixa de gerar em si mesmo, ou de administrar o fluido vital, essencial, conjuntamente com suas energias cerebrais, mentais, para fazer brilhar a si mesmo, enquanto ser existente e pensante. 

Para que serve um ser vivo e pensante se não tenta, se não assume as suas próprias condições, se não consegue despertar – na sua própria personalidade – as suas conquistas ali registradas, e outras, se não ajuda a si mesmo e aos outros? 

A depressão é responsabilidade de cada um. A química da farmacologia terrena – no jogo dos interesses às vezes inconfessáveis das grandes organizações, das macroforças que governam a vida na Terra e que, por nós, são dificilmente percebidas – produz os remédios de forma a “terceirizar” as responsabilidades do ser, tornando-o dependente do conteúdo químico, utilizado para neutralizar o momentâneo processo químico de produzir “hormônios tendentes à depressão”.  

Esses remédios, quando utilizados, atacam apenas as consequências sem atingir as causas. E, atacando sempre as consequências dos nossos atos pouco vigilantes, nos permitimos o culto da inconsequência constante. Ou seja, esses remédios atacam a “dor de cabeça”, mas não trabalham a causa psicológica do descontrole temperamental, do orgulho, da inveja, do desamor que, às vezes, a produz. 

Ao nos acostumarmos à má administração das próprias forças espirituais –  que, por meio de desajustes temporários, provocam no corpo certos tipos de doenças – mais fácil será, sempre, comprar um remédio, tomar e, assim, administrar a dor ou o desajuste momentâneo, do que reformar o  próprio íntimo, como forma de dominar a conduta indesejável e equivocada que, via de regra, nos leva a exigir tudo de todos e, quando nada recebemos,  nos impulsiona a explodir em rebeldia e revoltas histéricas. 

Todos os remédios ajudam, mas não resolvem. Afinal, a causa de muitos males situa-se fora do corpo perecível, e não há remédio terreno que nos atinja o espírito. Somente a reforma e o melhoramento íntimos hão de produzir o necessário ajuste vibratório cessando, aí sim, os efeitos danosos, já que as causas foram devidamente combatidas. 

Assim se processa a vida terrena, queiramos ou não, percebamos ou não. E somos todos algozes de nós mesmos, porquanto vítimas nos tornamos do sistema de valores vigente. A depressão é apenas um dos muitos painéis que nos invadem a alma, quando dela não cuidamos – com o mínimo de zelo – no campo da sabedoria existencial. Desistir de administrar as próprias forças existenciais é transferência indevida da soberania que devemos exercer sobre o nosso próprio destino. 

A oração, a vigilância, a insistência da postura amorosa, do muito dar, do algo dar e do nada exigir, ou pouco exigir. O perdão necessário em todos os momentos, o amor fraterno, a caridade, a solidariedade, a compreensão e a compaixão, tudo isso funciona tal qual alimento que edifica – no nosso próprio espírito – a luz que nos protege e que nos permite viver de forma a vibrarmos harmoniosamente com as forças cósmicas.  

Entretanto, quando nos desconectamos desse circuito, por pouca vigilância, “esse vírus” – a que chamam de depressão, tristeza, desânimo – de fato, tal qual alimento estragado a invadir o corpo e causar lá os seus desajustes intestinais, da mesma forma esse alimento estragado nos invade o espírito. E quando assim acontece, por nossa própria responsabilidade, cometemos danos difíceis de serem sanados à nossa própria alma. 

Quando o “vírus espiritual do desânimo” invade a psicologia existencial, o corpo físico começa a sua produção química característica da depressão. E quanto mais tristes, desesperados e deprimidos nos permitimos ficar, maior é a produção química que as nossas células corporais praticam para sustentar a depressão.  

Os remédios – muitas vezes necessários para romper o circuito depressivo  – equilibram a química do corpo, atuando na psicologia fragilizada, mas não resolvem a questão da tendência espiritual. 

Jesus, conhecedor profundo da alma humana, advertia a todos: “tendes sempre bom ânimo”, porque quando temos bom ânimo, mantemos acesa a nossa luz existencial e, por mais erros que cometamos e por piores que sejam as circunstâncias da vida, essa coisa chamada depressão, desânimo, esse verdadeiro vírus para o espírito, de nós não se aproxima. 

Sede, portanto, caminhante que jamais se detém na busca da elevação das próprias vibrações, tendo sempre bom ânimo diante de tudo. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 140-144. 

Consulte site  https://www.janvalellam.org/livros 

O que entendem por morte nada mais é do que o “afrouxamento” de certa situação vibratória que não mais consegue reter a individualidade espiritual no corpo físico. Assim, essa personalidade espiritual abandona o corpo que não mais consegue retê-la. 

Morte é um processo simples, é um processo renovador; é, realmente, a porta para a caminhada infinita do espírito. Mesmo porque, a existência cósmica seria uma miséria se um espírito fosse obrigado a permanecer – de forma imorredoura – ligada a um corpo que, apesar de maravilhoso, é bastante “complicado”, uma vez que dispõe de apenas cinco sentidos despertos para perceber o universo que o rodeia, como é a questão dos corpos terrestres. 

A morte, portanto, na situação terrestre e dentro deste contexto é, acima de tudo, uma bênção. Uma bênção que permite ao espírito se libertar de uma determinada experiência – em um corpo que aqui na Terra dificilmente lhe é aprazível – por ser um mundo bastante complicado de purgações e expiações a serem inevitavelmente vividas, seja por força do carma pessoal, seja por força do carma coletivo.  

Neste contexto, a morte tem opção libertadora e renovadora porque interrompe a existência transitória do mundo complicado, do mundo que, em verdade, é uma espécie de:  

  • “planeta-escola” para todos nós,  
  • “planeta-hospital” para certa parte dos que aí vivem,  
  • “planeta-hospício” para um grande grupo de “espíritos enlouquecidos” aí alojados;  
  • “planeta-prisão” para a maior parte dos “criminosos siderais” que vieram, também,em caráter de exílio.  

Dessa forma, morrer para o mundo terreno, se observado através de óticas pouco usuais à mentalidade comum dos encarnados, permite ao espírito:  

  • libertar-se das mazelas do corpo;  
  • livrar-se das doenças e necessidades, que tantas vezes terminam por complicar a caminha terrena; 
  • aproveitar-se de lições outras e aprendizados novos; 
  • beneficiar-se do reordenamento das forças espirituais para novas existências. 

Como somos – todos os que vivemos na Terra – ligados ainda às questões materiais, pensamos ver na morte do corpo físico um fim quando, em verdade, é um simples começo; o recomeço para o espírito que daquele corpo se liberta. Por ser um mundo complicado, há diversas formas de se morrer e muitas dessas formas são extremamente desagradáveis e ferem a sensibilidade cósmica.  

Assim foi, é, e assim ainda será por algum tempo, já que somente no século XIX a codificação espírita ofertou ao mundo dos encarnados as principais noções do pano de fundo espiritual que envolve a vida na Terra. Poucos a estudam como deveria ser estudada. Muitos, sequer a conhecem. 

Entretanto, precisamos aprender a respeitar a morte corporal, que permite a libertação espiritual. Para isso, como para tudo mais, necessitamos de processos educativos que nos adestrem as posturas psíquicas para bem vivermos e bem morrermos, já que são polos inevitáveis de um processo existencial cósmico. Respeitá-la – no sentido de que ela existe – é uma bênção. E não é o “fim do mundo”, nem da existência do espírito. 

Na situação terrestre ocorrem processos desiguais, apesar de simultâneos, referentes ao entendimento do significado da morte. Ao avanço dos processos da medicina e das tecnologias – que dão o necessário suporte à atividade clínica – deveria corresponder, também, um avanço paralelo dos imprescindíveis processos de arrazoadas discussões – quanto aos limites da intervenção da aparelhagem médica – que movida por interesses nobres, ou equivocados, pretende sempre perpetuar uma situação de existência corporal, mesmo que o corpo não mais consiga, por si mesmo, reter a chama espiritual da vida.  

É óbvio que cada caso é específico e, portanto, deve ser analisado separadamente. O que não se pode é tratar todos os casos como se – ao menos por enquanto – o processo normal e inexorável da morte devesse, necessariamente, ser impedido a qualquer custo. Depois que os aparelhos imperam, esvaem-se as noções de limite quanto a decisões dificílimas que levam as famílias terrenas ao desespero, já que ninguém pode se tornar “senhor ou juiz” da vida, ou da morte de quem quer que seja. 

Presume o bom-senso das noções de humanismo – diante da inevitabilidade da morte corporal – que a opinião de uma junta médica, mesmo que falível, deveria ser o norte a balizar a utilização, ou não, de aparelhagem que sustenta a vida do corpo, mesmo quando este não tem mais condições de viver. 

Infelizmente, não existem padrões de atuação acordados entre as partes, já que a morte é tida como uma questão religiosa, quando ela é somente um fato a mais na vida do ser cósmico. E, quando entra em jogo a crença religiosa pessoal, esta há de ser respeitada, já que não temos, ainda, a educação e o tirocínio pessoais devidamente esclarecidos, quanto ao sensato equacionamento de tal questão.  

É importante que nas entrelinhas do inevitável processo do avanço tecnológico e científico – avanço esse sem o qual a sociedade planetária não lograria evoluir, posto que é essencial à manutenção da vida no planeta – esteja o correspondente aprofundamento da análise do tema “morte”, nos seus aspectos morais, éticos e filosóficos. Sem que se consiga harmonizar essas suas componentes, o ato de morrer estará sempre sendo vítima da ignorância que o cerca, apesar de toda a tecnologia clínica disponível. 

Por falar em vítima, todo e qualquer assunto que se torna tema dogmático termina por ser vitimado – na sua essência – pelos exageros do fanatismo, elemento comum às crenças destituídas de análise e de compreensão. 

Somente o avanço – da preocupação quanto ao aspecto espiritual que cerca a vida terrena – poderá facilitar o processo de compreensão da morte. Ainda assim, seja como for, devido à tendência do ser humano de envolver os chamados assuntos transcendentais com o produto da pequenez de percepção do cérebro limitado, sempre surgirão os inevitáveis exageros, como tudo o mais que ocorre na Terra. 

E em face da imperiosa da necessidade médica que, movida por nobres interesses, procura sempre desenvolver procedimentos com vistas à manutenção da vida corporal, ultrapassando limites filosóficos sobre os quais não há discussão acadêmica, aí, sim, é que as posturas exageradas no campo do psiquismo imperam. As emoções que cercam eventos como a morte, dificilmente fornecem a base propícia para que as decisões – em torno do assunto – sejam tomadas com a devida prudência. 

A ciência haverá sempre de procurar a longevidade celular para a manutenção do fluxo da vida, e é importante que isso ocorra. Entretanto, esse processo teria que estar embasado – o repetimos – em preceitos filosóficos comuns ao entendimento da raça humana, que dessem sustentação aos procedimentos clínicos. 

Afinal, todos sabem que a imperfeição humana, travestida de interesses inconfessáveis de ordem financeira, pode disfarçar a preocupação com a manutenção da vida em um simples processo de mercancia comercial. Quando isso acontece – e infelizmente ocorre – certos grupamentos de pessoas que “juraram trabalhar pela vida”, cometem exageros que não têm nenhuma diferença em relação a crimes hediondos. 

Portanto, estamos a lhes chamar a atenção para aspectos positivos e negativos – desta tentativa normal e edificante da comunidade terrena – de procurar a longevidade do corpo físico, de procurar dominar a morte, ou domá-la, ou mesmo atrasá-la o máximo possível. O que a Espiritualidade Maior não observa com bons olhos são os exageros praticados em detrimento do bom senso e do respeito. 

Por outro lado não existe – na atual condição do desenvolvimento humano – a menor condição de maturidade para que alguém “decida” se é correto, ou não, impedir o ciclo de vida de alguém, mesmo que vegetativo. 

Sabemos tão pouco em relação à morte que não podemos nos arvorar em senhores do destino de quem quer que seja. Os Espíritos afirmam, de há muito, que a ninguém é dado este direito, pelo simples fato de sermos ignorantes quanto aos aspectos que cercam a vida e a morte na Terra; o que está correto. Por outro lado, existe o livre-arbítrio de cada ser, que tem que ser respeitado.  

Como resolver esta equação? 

As leis existem e são expressas conforme o tirocínio dos povos; isto é um fato. Entretanto, mesmo com as leis, pessoas há que as desobedecem, no usufruto das suas liberdades de optar por isto ou por aquilo. 

As pessoas – que já adentraram um mínimo que seja – no vislumbre do entendimento da realidade espiritual que cerca a vida terrena, dificilmente concordarão em interromper o fluxo da vida, seja por que motivo for. Se aí estivéssemos vivendo, faríamos parte desse grupo, por questões de afinidade de ponto de vista filosófico em torno da questão.  

Contudo, outras há que ressaltam o livre-arbítrio de alguém que está sofrendo, e que deseja pôr fim ao curso aparentemente inevitável do seu sofrimento. E que, não seria justo nem legal, que alguma lei houvesse para impedir o que nem a própria natureza impede, na medida em que o livre-arbítrio dá ao ser humano a “capacidade de agir conforme deseja”, mesmo no cometimento de crimes cruéis com os outros, ou consigo mesmo. 

Portanto, a “tomada de decisão” quanto aos fatos dependerá, sempre, de uma conjugação entre as posturas pessoais e as leis existentes sobre a questão da morte, mesmo sabendo que cada fato é uma ocorrência distinta. Em sã consciência, a espiritualidade não pode concordar e nem estimular o ser humano terrestre para que ele se sinta no direito de agir como senhor da vida e da morte, quando ele pouco ou nada sabe a respeito de coisa alguma.  

A questão pontual, para nós, é o fato de se usar o bom senso para que as máquinas não invadam o campo que não lhes pertence, deixando ao senso humano – e dos gabaritados para tal perceberem – quando e como a morte deve ser respeitada ou evitada a qualquer custo.  

Quando esse limite do bom senso não é observado – e as máquinas imperam – será sempre difícil para a razão humana tomar decisões que não lhe competem, por falta de discernimento moral, ético e de puro conhecimento ante o que chamam de morte. 

Assim, diante da dificuldade de analisar todos os aspectos que envolvem a questão e, ao mesmo tempo, pela facilidade que a crença religiosa e/ou filosófica impõe ao indivíduo – obrigando-o a decidir conforme a sua crença pessoal – torna-se difícil e complexa a apresentação de uma conclusão absoluta, de uma resposta contundente, porque o assunto não permite.  

É fundamental que o intelecto humano esbarre no limite de sua própria moral, no limite de seus próprios valores éticos, forçando-o à reflexão necessária ao progresso espiritual. De toda forma, não poderia jamais ser considerada correta, decisão desse tipo.  

E se a situação chegou a esse impasse é porque as decisões anteriores forma infelizes ou equivocadas, e aí reside uma das causas do problema. Quando isso ocorre, não existe uma opção correta a ser tomada, não existe uma boa opção; somente angústia e sofrimento para quem decide. 

Não deveria e nem deverá haver, jamais, na evolução humana, uma lei absoluta quanto a esse assunto, porque cada caso tem as suas especificidades e dependerá, sempre, da crença religiosa ou da postura filosófica das pessoas envolvidas.  

Entretanto, deverão existir sempre – nos valores transitórios das épocas da evolução terrena – os conjuntos e os princípios que deverão nortear, em primeiro lugar, a busca pela longevidade do corpo terreno – esperando que seja muito mais no campo preventivo do que no curativo – e, em segundo lugar, a postura, seja da ciência médica ou do cidadão comum diante da morte. 

A prática terrena às vezes é simplória. Certos casos existem em que, quando surge o desastre “de uma morte que já se anuncia” – devido à absoluta incapacidade do corpo em se manter vivo – muitas vezes se verifica que jamais, durante a existência, foram tomadas medidas preventivas ou cuidados diversos para a manutenção da saúde. Contudo, na hora em que a morte se anuncia, aparece todo um conjunto de procedimentos de “última hora” que procuram, a todo custo, impedi-la.  

Em outros, passa-se a vida toda sofrendo miseravelmente os efeitos da pouca vigilância, seja do próprio indivíduo, da sociedade e dos governos atrasados. Porém, na hora do seu desenlace, ali aparece a medicina do final dos tempos, para que se faça em um minuto o que não foi feito em décadas de existência. Muitos cobram, e outros tantos têm a condição de pagar recursos caros para manter o corpo vivo, quando a sua alma foi desrespeitada durante toda a existência. 

Em palavras simples, é como se poucos no mundo prestassem atenção aos cuidados corporais. No entanto, quando este está para morrer, aparecem todas as máquinas para mantê-lo vivo, quiçá apenas para auferir certos repasses de fundos sociais e clínicos. O bom senso – conjugado às boas intenções e a um mínimo de esclarecimento, inclusive respaldado em noções básicas da essência espiritual da existência do ser terrestre – há de ser sempre o norte que deverá orientar, iluminando os esforços da caminhada da comunidade planetária terrestre.  

Mas se, até então, só restar o bom senso, mesmo que destituído do aspecto existencial da vida terrena, que seja, porque sem o devido “equilíbrio moral” – diante deste assunto – não se chegará a lugar nenhum.  

E, não queiram os senhores, ter uma lei absoluta que vos diga exatamente o que poderá ser feito em detalhes, nesse ou naquele caso, pois jamais lhes será ofertado – por imposição – o que deve ser percebido pelo esforço e méritos de todos os que vivem na Terra. Lei por lei, existem aos milhares na Terra; quantos as cumprem de maneira consciente?  

Jamais caberá à Espiritualidade Maior cercear a capacidade de aprendizado e mesmo a responsabilidade de decidir das pessoas, porque não pertence a estas – e sim ao livre-arbítrio individual e/ou coletivo dos que vivem na Terra – traçar os limites das suas próprias ambições, das suas aventuras, dos seus conceitos quanto ao significado da vida e ao valor do ser humano; construir, enfim, a sua própria concepção de mundo. 

Se bem percebemos, tudo já foi dito quanto a este mister. Os mestres da humanidade, de há muito, já sinalizaram o roteiro seguro para que se possa viver e morrer com dignidade na Terra. Quantos se esforçam para aprender e praticar esses ensinamentos?  

Acreditem ou não, existe um mundo aqui “próximo” – em termos de proximidade astronômica – onde existe vida física “semelhante” à que existe na Terra. Nesse mundo “próximo”, o espírito encarna com um programa a ser cumprido e, como lá, devido ao adiantamento científico, não mais existem as mortes horrendas, como as que ocorrem aqui na Terra – lá, todo mundo “morre da mesma maneira”, se entendermos por morte a liberação do espírito eterno de um corpo transitório – e somente dali sai quando conclui o programa previsto. 

Lá, existem nascimento e morte iguais aos que existem na Terra, porém não mais existe sofrimento, como o entendem. Quando chega ao fim o cumprimento do programa encarnatório, a família se reúne, analisando conjuntamente a situação existencial do indivíduo em questão.  

E, quando se conclui que já é satisfatório o conjunto dos resultados alcançados, todos eles se dirigem a uma espécie de portal – aqui nos faltam  palavras terrenas para nos referirmos a algo não existente na realidade terrena, mas que seria uma espécie de instituição caracterizada pela mais bela moral, e orientada pelos mais belos princípios éticos e cósmicos, Instituto de Passagem Dimensional – onde, após as despedidas comuns aos que se amam, o indivíduo deita-se e é, vamos assim dizer, desintegrado para aquele mundo e automaticamente desperto para outras realidades do cosmos. 

O mundo, em questão, é um pouco mais evoluído que o terrestre. Apesar disso, como seria considerada essa situação diante dos valores comuns ao entendimento terreno?  

Em mundos complicados, de carma negativo e de profundo sofrimento, como é a questão terrena, a morte assume terrificante papel – já conhecido – devido à nossa ignorância quanto ao assunto e pela pouca condição moral que nos caracteriza.  

Afinal, cada mundo dá – à bênção da existência eterna – “os nascimentos e as mortes” que nos possibilitam aprender e apreender as realidades das muitas moradas da casa do Pai, cada qual com valores conceituais característicos, correspondentes  a cada nível de compreensão.  

Da perspectiva do planeta Terra, assim é a análise da morte. Do ponto de vista cósmico, é uma dádiva porque nos permite sair de situações existenciais complicadas, para outras oportunidades de vivência cósmica. 

Portanto, tudo depende da ótica de análise. Pouco a pouco, essas e outras notícias nos chegam, ampliando os nossos horizontes de percepção e de análise. 

Façam, pois, bom proveito. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 38-47. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

No início, era a Casa de Lucas. Centro Espírita administrado por um grupo de amigos que – com todo carinho – nos deram guarida para que pudéssemos estudar in loco a doutrina que tanto nos atraía. 

Naquele recanto abençoado encontramos irmãos e irmãs que, mais tarde, nos ajudariam a formar outra “Casa de Lucas”. Mesmo porque, esta denominação nos acompanhava a todo instante – independentemente do lugar para onde fôssemos – haja vista que tínhamos nos acostumado a assim denominar o local dos nossos encontros de estudos, de desenvolvimento e de ajuda fraterna na seara espírita. Portanto, nos era impossível não chamar de “Casa de Lucas” os recantos que nos dessem a oportunidade do esclarecimento e da evolução espiritual. 

Com a evolução dos trabalhos, seres cósmicos de naipe vibratório – algo diferente do que normalmente caracteriza os espíritos desencarnados – se fizeram presentes e, com isso, alguns mitos e limites do movimento espírita foram por nós ultrapassados, gerando os inevitáveis incômodos. No papel de médium, muitas vezes a angústia tornava-se companheira inseparável, já que no trabalho de intermediação mediúnica estamos expostos, inevitavelmente, ao julgamento alheio; queiramos ou não. 

Então, na tentativa de não ferir suscetibilidades, de modo a não aumentar as inquietações normais dos que, com toda boa vontade, apenas aceitavam a comunicação espiritual de espíritos desencarnados, e não a comunicação espiritual que “vinha de fora” – isto é, de seres cósmicos ou extraterrenos –, e diante de outros desafios comuns ao percurso, procuramos outro espaço e, a partir de então, mudamos a denominação, tanto do nosso grupo quanto do nosso recanto de estudos, para Grupo Atlan. 

Quatro, seis, às vezes oito reuniões por mês, desde o ano de 1986, foi a rotina de trabalho, em grupos de estudos, do autor terreno das páginas dos Livros 1, 2 e 3, da Série intitulada “Nos Bastidores da Luz”, cujas mensagens formaram a temática destes livros. Além das mensagens recebidas durante essas reuniões – das quais destacamos algumas para ilustrar o trabalho que o Grupo Atlan vem desenvolvendo, desde os seus primórdios – outras tantas foram desenvolvidas na “solidão das madrugadas”, as quais compuseram outro grupo de livros.  

Servindo de medianeiro a entidades tão esclarecidas, era forçoso o empenho na superação pessoal com o objetivo de, ao menos, não atrapalhar muito o desenvolvimento dos trabalhos fraternos que se sucediam, a cada oportunidade em que ofertávamos o tempo disponível. Estabelecida a meta e disponibilizados os recursos no campo da boa vontade de servir, os reencontros foram ocorrendo, tanto com amigos e amigas do lado dos desencarnados como também com irmãos e irmãs do lado de lá. 

Vale registrar que, infelizmente, muito mais da metade destas reuniões não foram devidamente registradas, por meio de algum tipo de gravação. Das gravações realizadas, muitas se perderam. E, se algumas poucas restaram e se encontram transcritas até o momento – tendo por base o período de reuniões públicas compreendido entre 11/11/1997 e 17/03/2000 –, deve-se ao trabalho de algumas pessoas que ajudaram nas tarefas de gravação e transcrição. 

E, nesse particular, cabe menção em especial à participação dos irmãos Manoel Pereira Júnior e Ricardo Frederico Neves de Carvalho, sem os quais esses conteúdos também teriam se perdido. Portanto, se a alguém servir, saibam os leitores destes conteúdos – tanto os constantes nos respectivos livros impressos quanto nos textos e temas que possam figurar nos demais veículos de mídia social – que este material somente existe, e se encontra disponível, graças aos esforços dos irmãos citados. 

Na esteira do tratamento dado aos respectivos livros, a apresentação dos textos, nos diferentes veículos midiáticos, manterá a forma didática de  perguntas – feitas pelas pessoas presentes às reuniões – e respectivas respostas, identificadas com os nomes das entidades que as responderam. 

Este trabalho é dedicado a todos os membros da família Atlan. 

Quanto aos espíritos e amigos comunicantes – dos outros lados da vida cósmica – a nossa homenagem e gratidão por tantos painéis de luz, repletos de esclarecimento e de solidariedade, com que nos brindaram ao longo dessa convivência.  

Roguemos ao Pai para que essa convivência nunca acabe! E que possa sempre se renovar no decorrer dos tempos! 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 11-13. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

Absolutamente! Dois aspectos principais envolvem a questão que, a seguir serão abordados, dentro do que nós – espíritos comunicantes – podemos lhes informar, e dentro do que a média do conhecimento cerebral, de todos os que estão aqui presentes, pode perceber. 

O primeiro aspecto diz respeito ao conhecido fato de que o Pai a nenhum de seus filhos condena. Nós, no uso do próprio livre-arbítrio, herança maior da deidade, vamos nessa e noutras vidas agindo conforme nosso tirocínio e, em assim agindo, acionamos o mecanismo das leis de causa e efeito, que fazem com que as consequências daquilo que causamos – e que ficam registradas em nossa própria organização espiritual – retornem para nós mesmos.  

Da mesma forma que uma estrela se caracteriza pelo conjunto resultante da sua capacidade de vibração luminosa energética – apresentando, portanto, padrões específicos de temperatura, cor, campo magnético e outras características que a distingue das demais – assim também é o ser humano, bem como as fragrâncias de cada perfume e o sabor de cada fruta. Enfim, cada um de nós produz e exala, exatamente, aquilo que carrega no respectivo íntimo. 

Dessa maneira, o que carregamos no íntimo é sempre herança espiritual de nós mesmos, consequente dos hábitos nutridos em vidas passadas. Portanto, se tudo isso, se toda essa herança espiritual de tudo o que fizemos para trás – que indelevelmente fica marcada no nosso espírito – estivesse desperta, a vida terrena seria insuportável, porquanto somente haveria loucura, uma vez que o cérebro físico somente suporta os efeitos problemáticos de uma só vida 

E, no equacionamento desta questão, o mecanismo das leis de causa e efeito, já acionado, permite aos espíritos complicados diante das leis cósmicas – caso de todos nós que vivemos na Terra, com pouquíssimas exceções – a assunção de um novo corpo carnal, cuja vibração cerebral anestesia todo esse conjunto de vivências do passado, marcado na mente espiritual, que se subordina ao cérebro físico durante a vida terrena. 

Assim, esses registros cármicos – apesar de existirem como tais nas nossas organizações espirituais – não despejam o conteúdo sensório e magnético de suas marcações, na psicologia pessoal do espírito encarnado, a não ser quando despertos por alguma circunstância. O espírito eterno, ao nascer para uma nova vida com um novo corpo, conforme as circunstâncias e situações que o cercam – dentro do “programa encarnatório” que o espera na nova existência – terá esses arquivos abertos conforme a administração que exerça sobre si mesmo.  

Na medida em que esses arquivos se abrem, cabe à personificação atual do espírito – exteriorizada por meio do corpo físico que o espírito está utilizando naquela encarnação – ter a devida força e sabedoria para saber lidar e controlar as próprias emoções que explodem no íntimo, à medida  que, o repetimos, esses arquivos da alma vão sendo despertados. 

Ao contrário, quando esses sentimentos e sensações nos dominam – e fazem com que esqueçamos de que a soberania espiritual passa, necessariamente, pelo controle das próprias emoções e a estas nos entregamos, sem maiores critérios – perdemo-nos completamente e as mazelas da alma aparecem, e passam a marcar a nossa vida com as suas angústias e inquietações. 

O segundo aspecto refere-se ao processo de imantação – do espírito ao corpo terrestre – em uma reencarnação Esse processo tem como base duas questões essenciais: uma, refere-se à herança dos registros cármicos do próprio espírito e a outra, está relacionada com a herança genética do corpo físico que este assumirá. Como já sabem, o espermatozóide que “ganha a corrida da vida” – não por coincidência, mas por injunção – é sempre aquele que tem a carga genética compatível com a realidade magnético-vibratória do espírito que vai ser imantado ao óvulo fecundado.  

Assim, os dois aspectos – ou seja, os tipos de arquivos dos carmas presentes no “corpo espiritual” do espírito que está reencarnando, e a adequação deste espírito à carga genética do corpo terrestre – formam uma resultante vibratória que tenderá a facilitar ou a dificultar a abertura desses arquivos, conforme o mérito ou demérito do espírito, diante das leis divinas. 

A ciência terrena já sabe que cada célula do corpo físico é uma espécie de usina que fabrica, conforme os estímulos mentais, as substâncias químicas que provocam as tendências e inclinações do corpo, conforme a qualidade dos estímulos recebidos. Dessa forma, a cada sentimento que os seres humanos terrestres tiverem, estarão, pois, produzindo os componentes químicos pertinentes ao tipo do sentimento, ou da sensação que está dominando temporariamente a postura mental daquele instante.  

Por exemplo, se repentinamente tomarem algum susto, as suas células passam a produzir no seu organismo a adrenalina necessária à tentativa de sobrevivência, diante da aparente ameaça. De igual modo, as energias psicossexuais invadem o seu psiquismo, como as sensações de fome, sede, angústia, etc. 

O que chamam de esquizofrenia é postura psíquica decorrente de fragilidades espirituais, que também se enquadram nesse tipo de análise. Mero desajuste de postura íntima da alma – que não consegue administrar convenientemente os seus próprios registros cármicos – e que se traduz na exteriorização depressiva por meio de comportamentos desajustados, que foram motivados pela produção química correspondente aos influxos mentais.  

Quando isso acontece, as defesas espirituais se enfraquecem a tal ponto, que permitem a aproximação de espíritos obsessores que “pegam uma carona” no problema que, por si só já é complicado, tornando-o trágico, muitas das vezes. Mas, não cabe ao espírito obsessor a responsabilidade, ou que a ele seja creditada a causa do problema. Absolutamente. 

Portanto, o que chamam de tendência depressiva, de comportamentos esquizofrênicos, representam uma inadequação mental diante da vida, uma postura equivocada da mente que nada mais é do que o reflexo direto da própria herança espiritual.  

Esse reflexo, se bem administrado, não causa maiores problemas. Caso contrário, a pessoa se vê infelicitada nas suas próprias forças íntimas. É o império da infelicidade existencial. Cuidem, pois, para que essas sementes não sejam adubadas pela incúria existencial. 

Por fim, só nos cabe repetir: a esquizofrenia não é causada por nenhuma obsessão, mesmo que muitos dentre os presentes pensem, justamente, o contrário. As obsessões, muitas vezes, tornam mais graves os comportamentos esquizofrênicos. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 144-147. 

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De fato, no universo, na grande obra de criação do Pai, não há distâncias a serem percorridas pelas nossas almas. Os espíritos dizem que a criação divina, aquilo a que chamamos de obra da criação universal, é um grande circuito vibrante e amoroso. Somos individualidades cósmicas – filhas e filhos diletos do Pai Universal, criados à Sua imagem e semelhança – se por isso entendemos que deste Pai herdamos, “geneticamente”, os seus atributos.  

Portanto, somos todos deuses. Filhos de Deus, deuses o são. Cada um de nós tem na alma uma chave para “poder abrir” as portas desse circuito e nele penetrar com uma simples atitude da mente. Para isso, a postura mínima necessária é a postura amorosa. Ela é o quantum energético mínimo que deve ser emanado da individualidade – para ela se vincular a esse circuito emanado do Pai –, para que esse indivíduo possa mergulhar e se tornar uno com esse circuito. 

Uma onda do mar é uma onda. Mas, na verdade é só uma expressão de todo o oceano, de um só oceano. A chave, para que isso se abra, é exatamente essa atitude amorosa que a individualidade cósmica há de ter em si mesma. Essa chave vibratória é uma expressão da alma emanada naturalmente das individualidades que possuem essa condição mínima, derivada das suas posturas. Os seres que conseguem trabalhar essa condição – em nível de amplitude vibratória – se tornam incapacitados de fazer o mal, em quaisquer circunstâncias.  

Unificados ao circuito vibratório do Pai Universal eles amam incondicionalmente a tal ponto que, mesmo quando são agredidos, se tornam inabilitados de fazer mal a quem quer que seja, sob que pretexto for. Esses seres se fecham em um circuito vibratório com o Pai Celestial – e unificam-se com Ele por possuírem unidade de pensamento, de sentimento, de princípios, de atitudes –, podendo representá-Lo em qualquer recanto do cosmo. Eles agem nas realidades transitórias, como o próprio Pai agiria se ali estivesse individualizado. 

Quando esses seres mergulham suas almas maravilhosas nas realidades transitórias são obrigados a diminuir a si mesmos, para poder caber em realidades onde não se permite que a luz se faça em toda plenitude da sua expressão vibratória. Ao olharmos para o sol com os olhos do nosso corpo físico, a luz – por ser muito forte – faz com que deixemos de ver durante algum tempo. Se um desses seres simplesmente se fizesse presente em uma realidade transitória, como a Terra, com toda sua potencialidade vibratória, “vibrando no máximo”, a sua atitude íntima amorosa “cegaria” vibratoriamente os seres que habitam nessa realidade transitória. Isto, eles não fazem. 

Em resumo, os seres que são unificados com o Pai afirmam que não há distância entre aqueles que se amam. Essa ilusão terrena de que fulano de tal, que eu gosto muito, morreu e agora eu sinto saudade dele, é uma postura natural da condição transitória humana; de uma condição animal do nosso psiquismo, já que nossa alma está submetida ao corpo animal.  

Portanto, o psiquismo humano é produto da alma submetida ao cérebro animal. Quando perdemos esse cérebro, ao desencarnarmos, não pensamos do mesmo jeito que costumamos pensar quando estamos no corpo. Nós nos liberamos e pensamos numa amplitude maior. Percebemos até que não havia motivo para termos saudades daqueles que se foram porque, sendo espíritos, poderão estar muito mais próximo de nós.  

Se nós calássemos esse cérebro teríamos a graça de conviver com aqueles a quem amamos, mesmo que desencarnados. Alguns na Terra já têm esse privilégio; se é que se trate, mesmo, de um privilégio. E se, quem está na Terra, já tiver condições de expressar amor, verá que não só podemos conviver com espíritos desencarnados, como podemos, inclusive, conviver com seres e espíritos que estão em orbes distantes, pois esse circuito aproxima os seres que se amam. Isso parece ficção para realidade terrena, mas não é. É o estado natural de espíritos de escol. 

Jesus, representação maior do amor do Pai para todos nós, de onde Ele estiver – em qualquer recanto cósmico – a uma simples atitude de sua vontade amorosa, Ele pode focalizar qualquer uma de suas ovelhas, a exemplo de um pai ou mãe que, estando em qualquer canto, em se recordando de um dos seus filhos, faz vibrar em si mesmo os arquivos em relação àquela pessoa. 

Jesus, além de conseguir vibrar por qualquer uma de suas ovelhas, independente do local onde Ele esteja, se Ele quiser, terá condições de fazer com que qualquer uma possa sentir a sua vibração, independentemente  da distância cósmica. Até mesmo ouvir recados, conselhos, como se Ele estivesse ao lado.  

Esses seres unificados ao Pai têm nível de onisciência, de onipresença e, mesmo assim, podendo fazer tudo isso, por que chegar ao planeta Terra numa nave espacial? Qual a necessidade que esses seres têm de chegar a este, ou a outros planetas, cujo astral seja complicado, em algum tipo de artefato tecnológico, se suas almas já são unificadas ao Pai? 

Primeira consideração: 

  • O fogo e o isopor – quando se aproximam – um deixa de existir. O isopor se derrete. É inevitável que não se derreta. Não há sequer atrito, há simplesmente a vibração forte de um foco energético sobre outro foco energético.  
  • Esses seres mais evoluídos têm um quantum vibratório pessoal que  a nós – na condição animal que temos –, não nos é dado conseguir conviver e sobreviver ao contato muito próximo com os seres de vibração muito diferente da nossa.  
  • Os irmãos espirituais dizem que ainda não estão falando de seres que vibram muito mais intensamente do que nós, terráqueos, no sentido amoroso.  
  • O que eles estão dizendo é simplesmente que vibram de forma diferente, porque a vibração mais intensa termina aniquilando a vibração mais primitiva. 

Segunda consideração: 

  • Na medida em que passamos perfume nos nossos corpos, é a fragrância desse perfume vai dominar o ambiente.  
  • É importante perceber que a cada pensamento e a cada sentimento, estamos soltando seus respectivos perfumes sobre as nossas cabeças.  
  • Bilhões de seres fazendo isso vai se formando ao redor da Terra uma nuvem, um astral psíquico energético.  
  • Para os seres que vêm de fora, independentemente do seu nível vibratório, eles têm que perpassar essa nuvem ou esse conteúdo vibratório, promovido pelo psiquismo humano.  
  • Alguns conseguem perpassar sem prejudicar os seus corpos e, também, sem provocar nenhum tipo de onda vibratória que danifique os corpos daqueles que estão vivendo naqueles mundos.  
  • Porém, há certos quesitos de vibração – por nós desconhecidos –  que são explicados na ótica espiritual, mas não na terrena.  
  • Se certos seres penetrassem ou perpassassem essa zona – onde se situa o repositório das vibrações consequentes às formas pensamentos e às formas sentimento da humanidade –, eles, por menos que quisessem vibrar, a sua simples presença provocaria uma emanação de energia que, mesmo maravilhosa, danificaria os circuitos vibratórios energéticos de seres animalizados.  
  • Da mesma forma que não sabemos conviver com o excesso de luz, também não o sabemos com o excesso da vibração amorosa.  
  • Por menor que fosse esta força ela danificaria certos compartimentos dos nossos espíritos adoentados. 

Terceira consideração: 

  • Existem certas situações astronômicas no cosmos – e aqui falamos do universo físico – e determinadas estrelas produzem algumas substâncias que, quando existe reação nuclear, as vibrações magnéticas decorrentes desse tipo de reação podem interferir vibratoriamente nos seres que estejam se aproximando desses mundos, quando eles estão protegidos apenas pelas suas condições pessoais.  
  • Para que esses seres se defendam eles, às vezes, provocam certas ondas vibratórias, que podem envolver todo um sistema de mundos, tamanha é a vibração emanada de um ser unificado ao Pai. 

Todas essas argumentações, diante da ótica terrena, parecem pura ficção, mas não é.  

Ainda há uma quarta consideração:  

  • Diante do conteúdo psicológico do conhecimento que marca a humanidade, nós teríamos muita dificuldade em interagir com extraterrestres que, simplesmente, poderiam invadir a atmosfera desse mundo, parando suas naves ali perto e, tal qual um super-homem, aparecesse voando.  
  • Mesmo os que pudessem fazer isso, não o fariam por causa dos arquétipos que existem na psicologia humana. Por conhecerem isso, eles não o fariam. 
  • Nos nossos arquétipos é até aceitável que seres extraterrenos penetrem na atmosfera do mundo, mas somente em naves. O psiquismo humano foi se acostumando com isso, desde a antiguidade. 

Concluindo:  

  • De fato, Aquele a quem conhecemos como Jesus, um ser unificado ao Pai, não precisaria, como não precisa de nenhum artefato tecnológico, para se fazer presente, do jeito que Ele quiser, em qualquer recanto da criação, porque Ele é cocriador com o Pai. 
  • Porém, nós, seres terráqueos, não temos conteúdo psicológico e nem muito menos vibratório de defesa espiritual, para convivermos com a presença de seres que entrassem na atmosfera terrestre com seus conteúdos vibratórios, pois, independentemente daquilo que consideramos como polo positivo ou negativo, nós teríamos problemas. 
  •  A nossa situação vibratória é tão frágil que qualquer coisa, vibratoriamente diferente do nosso padrão normal, nos poria por terra.  
  • É como se fosse um choque terrível, como se colocássemos o dedo em uma tomada; nós desfaleceríamos. 

Assim, dizem os mentores da espiritualidade, em especial os irmãos que se encontram conosco na noite de hoje:  

– “O mestre Jesus virá como um ser extraterreno, inserido no contexto de uma tripulação de uma nave espacial, em primeiro lugar, para que nós possamos entender a nossa própria origem, dentro dos arquétipos que nos marcam o psiquismo. Somos todos espíritos que, em tempos idos, já existiam em outros mundos. Por descumprirmos as regras desses mundos, decaímos, mudamos de endereço e passamos a viver aqui na Terra. Nosso planeta foi isolado da convivência com o cosmo a tal ponto que, até hoje,  temos dúvida se, de fato, existem seres viventes lá fora. O que é desconhecido para a frágil psicologia humana torna-se questão pontual de pânico, pavor e temor. Nós morremos de medo do desconhecido. Para nós, os seres extraterrenos e os espíritos desencarnados, ainda são desconhecidos, por mais que falemos a respeito deles.” 

Jesus, por ser o príncipe da paz, por ter sido um ser que demonstrou aqui na Terra ser incapaz de fazer o mal, por maior que possa ser o nosso susto ao ver um extraterrestre, em sendo Ele, Jesus, esse susto se reduz a um simples custo que – no primeiro momento, e diante do desconhecido –,  resultará em uma descarga de adrenalina, sendo que logo depois o susto será substituído pelo encanto.    

A partir daí, teremos absoluta certeza que sendo Ele que está capitaneando essa reintegração da Terra ao cosmo, não teremos nada a temer. 

Mas, aí reside um detalhe, no sentido de que não é com Jesus que nós vamos ficar convivendo. Nós, moradores da Terra, conviveremos com seres de outros orbes, que estão muito longe de terem o conteúdo vibratório de Jesus. Estes, sim, precisam viajar em naves pelo cosmo. É com eles que nós vamos continuar convivendo, ao longo dos próximos séculos. 

Portanto, atendendo as próprias necessidades do psiquismo humano e evitando qualquer problema de vibração de Sua parte, para que não venha nos prejudicar pelo simples fato de possuir uma vibração diferente, é que esse Ser, a quem chamamos Jesus, estará promovendo, daqui a algum tempo, o primeiro contato oficial dos terráqueos com os seres de fora. Será exatamente com o mestre Jesus – por mais que isso choque – o nosso entendimento. É isso que eles afirmam. 

Por que com Ele? Porque Ele representa o amor do Pai Celestial nesse recanto do cosmo. 

Jesus de fato não precisa de um disco voador. Porém, nós teremos que conviver com seres de outros mundos e esses se deslocam em naves. Estamos há cerca de 600 mil anos afastados dessa realidade. A primeira vez em que isso for acontecer publicamente, aos olhos de todos, o mestre Jesus se permitirá inserir nesse contexto transitório de viajante cósmico, ou numa nave, para que nós possamos assimilar o conteúdo do nosso passado, do presente e do futuro que nos espera. 

De toda forma, é mais prudente para nós que o Mestre Amado venha em uma nave, pois ninguém sabe como nós reagiremos. São bilhões de seres que, em menos de 72 horas, tomarão certa dose de susto e ninguém sabe o que significa seis bilhões de almas vibrando de certa forma. Isso poderá provocar problemas vibratórios. Por isso, os seres que acompanharão o Mestre têm de tomar as suas precauções com a tecnologia da nave, para poder administrar tudo isso. 

Então a questão não é só porque Jesus vem em disco voador, Ele não precisa. Os seres que acompanharão Jesus e os seres que Jesus vem visitar precisam de muita proteção. No contexto terreno, essa é a forma mais natural, mais normal deles agirem. Isso é o que os amigos espirituais podem nos explicar no atual momento. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Pergunta muito interessante e nunca feita, antes, nas diversas reuniões espiritistas realizadas neste País. É pela primeira vez que este tema será desenvolvido, e é com alegria que o faremos.  

De fato, esta peculiaridade assim foi registrada nos livros do Antigo Testamento. Realmente, os fatos ocorreram dessa forma. Este e tantos outros aspectos ainda necessitam de maior esclarecimento. Doravante deverão ser esclarecidos, no seu devido tempo, junto aos seres humanos terrestres. 

Moisés foi o Espírito escolhido pelo Mais Alto para, de certa forma, ser coordenador de um determinado momento de transição planetária, em especial junto ao povo hebreu. Seu espírito foi adrede preparado para a missão terrena. Mesmo com todo o seu preparo, eram grandes as dificuldades de toda ordem a minar os seus esforços. 

Moisés, o maior médium daquele tempo, era uma espécie de ponta de lança de uma equipe de seres cósmicos e espirituais que, dos ambientes astrais terrenos, tentavam a todo custo esclarecer e semear as sementes de progresso para um futuro. 

Era um homem valoroso, de temperamento voluntarioso. Diante da ignorância de seus pares, da teimosia de todos os que com ele conviviam naquela época, vez por outra se permitia explodir. Era um médium – atentem bem – que tinha uma intimidade nunca antes vista, e nunca depois repetida, com os nossos irmãos de outros orbes. 

Quando estava mediunizado, ele se encontrava sob os efeitos de certa tecnologia daqueles seres cósmicos que conviviam com ele. O nosso irmão Moisés também se encontrava sob o controle de determinadas forças espirituais necessárias àquela missão. Devido à intimidade, tinha um problema muito específico. O homem Moisés era um espírito possuidor de grande potencial mediúnico.  

Encarnara para desenvolver um trabalho no campo da mediunidade consciente. Logo após a libertação do povo hebreu, em certos momentos do seu ministério, quando se encontrava falando para diversos grupos, Moisés tinha momentos de ira e de indignação com a teimosia do povo, por não aceitarem as lições advindas do Pai. 

Possuía tamanha força magnética que, mesmo tendo sido uma grande personalidade, um grande ser cósmico, mesmo inflamado pelos potenciais mediúnicos, era grande o seu “descontrole temperamental”. Moisés começou a perceber que quando estava mediunizado por forças não terrenas e falava aos grupos com sua oratória forte e precisa, tinha explosões temperamentais.  

Mesmo contra sua vontade, começou a promover verdadeiras tempestades magnéticas em quem ele colocasse os olhos ou a quem ele dirigisse a mão magnetizada, atingindo algumas pessoas que o rodeavam. Dessa forma, começaram a surgir doenças e até mortes. 

Moisés, então, longe de possuir alguma enfermidade e mediante orientação de seus mentores, quando notava que ia começar a perder o seu autocontrole – e como isso ocorria quase a todo instante, quando ele ia se referir à teimosia ou à ignorância daqueles povos –, passou a pedir ao seu irmão Aarão que o ajudasse, no sentido de tornar a oratória suave, porém objetiva e verdadeira do esclarecimento necessário. 

Sabemos ser surpresa o que estamos a lhes revelar, porém que sirva apenas como ponto e padrão de reflexão para outras análises. Isto não está escrito em nenhum livro, em nenhum lugar. Não saiam daqui dizendo isto ou aquilo como sendo verdade. A verdade está sempre um pouco mais além da pobre percepção terrena. Estes fatos revelados são apenas alguns painéis de toda uma história ainda por ser contada e explicitada nos seus detalhes. 

Mas, respondendo objetivamente à pergunta do querido irmão, não, Moisés não sofria nenhuma enfermidade, da forma como a entendem. De fato, todos nós que estamos aqui no orbe Terra somos enfermos, no que se refere às vibrações espirituais. Contudo, da forma como o irmão fez a pergunta, a resposta é não. 

Moisés não tinha nenhuma enfermidade. Utilizava-se de seu irmão Aarão e passou a utilizar cada vez mais, em vista até de outros aspectos que hoje não abordaremos. O início de todo esse processo deveu-se principalmente a este fato. Quando estava mediunizado, o forte espírito de Moisés tinha explosões que terminavam causando problemas ao seu redor. O próprio Moisés passou a se culpar por alguns fatos ocorridos, que não foram registrados nos livros de então. Esta história um dia será contada – aos habitantes deste planeta Terra – em todos os seus detalhes. 

Não pedimos ao querido irmão que nos endereçou a pergunta que acredite. Apenas que reflita. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil  

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro II. São Paulo, Zian Editora, 2006, pp. 210-212. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

Platão foi, talvez, o grande divisor nos tempos mais recentes da história da humanidade; ou seja, nos últimos milênios. Ele foi o primeiro a distinguir o mundo material de um mundo que não era material. Antes dele, Pitágoras e outros tantos falaram e expressaram conceitos de forma lúcida e genial, mas coube a Platão, com o vocabulário e dentro do conhecimento – que a época permitia – formular ideias para explicar o até então inexplicado. 

Nós ainda somos muito ignorantes na avaliação dos fatos ao nosso redor. Tudo começou na tal “doença vibratória” – que adquirimos há muito tempo atrás – quando, além de termos perdido a simplicidade da alma, perdemos também a capacidade de nos autoavaliarmos. E, na medida em que não sabemos nos avaliar, perdemos a condição de avaliar qualquer coisa ao nosso redor, correta e coerentemente. 

Vejam vocês, numa discussão acadêmica a que tive oportunidade de assistir em São Paulo, alguém “encheu a boca” para dizer: – “Ah, é muito bom ser democrata como Platão, tendo escravos!” Isso porque, havia escravos na época de Platão. A mesma situação, aliás, ocorreu comigo na cidade do Porto, em Portugal, por ocasião de palestra que eu proferia sobre tema próximo ao das ideias que Platão defendia. 

O certo é que não podemos olhar para o passado e julgá-lo com os olhos do presente. Se assim fosse, não haveria heróis da humanidade, nem haveria ninguém inteligente. Até porque, estaríamos exigindo – de quem viveu há 2.600, 400 ou 120 anos – que pensasse da mesma forma como atualmente pensamos, o que seria um absurdo lógico. 

Assim, as ideias de qualquer pessoa do passado devem ser analisadas sem  crivo algum que distorça o seu mérito. Para citar um exemplo, somente há pouco tempo a humanidade faz uso de colher, garfo, faca, papel higiênico e demais apetrechos que, para nós, hoje são corriqueiros, a ponto de não  se conseguir imaginar como seria possível viver sem dispor desses utensílios e comodidades; no entanto, vivia-se. 

Portanto, é imperioso que, na hora em que formos avaliar os tributos concedidos a pessoas do passado, tenhamos o bom senso – se é que existe – de não crivar as atitudes do passado com os valores que temos hoje. O que fizeram Platão, Sócrates, Aristóteles, e tantos outros como Pitágoras, Tales de Mileto – homens geniais daquele tempo – configura uma época única na história da humanidade. É pena que a mulher grega não pôde contribuir, pois era tida como sendo de categoria existencial de segunda classe. E aqui, também, não podemos analisar esse aspecto da sociedade grega da época com o filtro do olhar contemporâneo. 

Platão foi o primeiro a dividir as coisas: um mundo material, animalizado, e um mundo inteligente, um “mundo das ideias”. Um mundo espiritual, sim! É apenas questão de vocábulos, mas os princípios são os mesmos. 

Retorno agora, com a ajuda dos amigos espirituais, especificamente ao cerne do que foi perguntado, e inicio dizendo que o cérebro animal humano tem três – e somente três – funções. A primeira função é a de “perceber”.  

E como o cérebro percebe?  

Ele percebe por meio dos sentidos do corpo no qual está inserido, e nosso corpo animal tem somente cinco sentidos. À vista disso, uma criancinha pega um objeto e, de tanto a gente falar “lápis”, “lápis”, ela vai, pelo tato, sentindo que aquilo é “um lápis”, vai vendo que aquilo é “um lápis”, põe na boca, mastiga, etc. 

Ou seja, é com os sentidos que o ser humano tem que lidar com a realidade ao seu redor. E assim, à medida que a criança vai crescendo, vai recebendo informações dos pais, dos irmãos, da babá, na escola, e vai criando a sua visão de mundo; ela, enfim, vai percebendo. Barulho de avião? Ela já sabe que é um avião, porque alguém um dia explicou que aquilo é um avião, ou algum dia ela viu um avião na televisão fazendo aquele barulho. 

Então, a primeira função do cérebro é perceber a realidade. A segunda função é a de memorizar essas percepções nos arquivos cerebrais, e a terceira é a de trabalhar criticamente, através do raciocínio, esses arquivos da memória. Essas são as três únicas funções que o cérebro humano tem. 

O pior dessa história é que, com o raciocínio lógico, o cérebro não consegue dar conta daquilo que não conhece. Querem um exemplo? Vamos imaginar o nada. Ninguém, ninguém mesmo, consegue imaginar: “Se eu não existisse, como é que seria?” O cérebro “entra em pane”! Assim, o cérebro, através do aprendizado, vai se abrindo para absorver a percepção de um conceito, ou de uma ideia. E, quando aparece uma novidade, o cérebro a absorve.  

A questão pode começar a ser equacionada mediante as perguntas: 

  • Quem foi o primeiro a criar aquela novidade?  
  • De onde veio aquela novidade, onde ela estava antes de um ser humano poder formulá-la ou recebê-la intuitivamente?  

A partir dessas indagações, é que se pode tentar um esclarecimento do tal “mundo das ideias”, de Platão. Se o melão fosse extinto da face da Terra –  daqui a setecentos anos –, se não houvesse reproduções da imagem ou registros na nossa literatura, ou nos laboratórios, não se teria ideia do que seria um melão. Até o século XVIII, ninguém ouvira falar em dinossauros, ninguém sabia que haviam existido; hoje, porém, todo o mundo que seja minimamente informado, já sabe da existência deles. 

Portanto, nosso cérebro lida com os fatos na medida em que vai sendo informado da sua existência. Só que há fatos, na Terra, que não são puramente materiais. Os poetas da espiritualidade dizem que Deus não criou a tristeza. Foi preciso que alguém, por pouca vigilância, se sentisse triste para que surgisse a tristeza. Mas, se não foi Deus quem criou a tristeza, se não foi Deus quem fez alguém ficar triste, a questão é: – “De onde veio a tristeza? 

Em resumo, existem níveis fluídicos em que as emanações daquilo que cada ser humano produz – isto é, as formas-pensamento, as formas-sentimento – estão “voando por aí” em dimensões que, ainda bem, não percebemos. 

Estamos caminhando junto aos experimentos do Dr. Rupert Sheldrake, que talvez nos permitam, em pouco tempo, entender com mais propriedade o que Platão já nos dizia, há 2.400 anos. 

Nos idos dos anos 60, cientistas japoneses – que cuidavam de alguns grupos de macacos que viviam em ilhas isoladas do arquipélago do Japão, sendo uma ilha aqui, outra ali, uma terceira mais distante ainda, de forma que os macaquinhos que viviam em uma ilha não viam os macaquinhos que viviam nas outras ilhas – notaram um fato curioso. 

Esses cientistas saíam diariamente em barcos, jogando batatas para que os macacos se alimentassem. Os macacos pegavam as batatas e as comiam como estavam; sujas de areia da praia. Um belo dia, os cientistas começaram a observar que uma pequena fêmea, estranhamente, adquirira o hábito de lavar a batata na água do mar, para tirar a areia antes de comê-la.  

Já que todos os macacos comiam a batata com areia e tudo, sabe-se lá de onde aquela macaquinha tirou a ideia de lavá-la antes?  

Fato é que, com o tempo, outros macacos daquela ilha estavam fazendo a mesmíssima coisa. E que, quando um “centésimo” macaco começou também a agir daquela forma, todos os macacos da ilha também passaram a lavar as batatas. E mais, os macacos das outras ilhas, que não viam os macacos da primeira ilha – a ilha da macaquinha “educada” – também estavam lavando as batatas antes de comê-las! 

A partir daí, foi criada a “Teoria dos Campos Morfogenéticos”, que alguns relacionam com a “alma coletiva” das espécies não pensantes, com o “mundo das ideias”, ou com “circuitos espirituais”. 

Os espíritos, brincando, dizem em reuniões “lá em cima” – se isso serve para os macacos, será que não serve para os homens? 

Quando Jesus diz: 

 – “Amai-vos uns aos outros…”  

E alguém pensa:  

– “Mas por que, num mundo onde todos são espertos, um mundo que só nos convida a sermos violentos, a ‘levar vantagem’, por que eu vou dar uma de otário, e vou me tornar amoroso? Isso não vai adiantar nada!” 

Será que nós também não estamos ligados num circuito cósmico?  

Será que, quando um “centésimo” homem, ou mulher da história, conseguir se tornar amoroso, a quantidade de energia provocada por essa mudança de atitude não vai propiciar uma chuva de bons fluidos – que venha a influenciar toda a raça humana –, do mesmo modo que funcionou com os macacos? 

De fato, existe um mundo, ou muitos mundos, ou muitos níveis, que estão muito além do que pode “ver” a limitada ótica da percepção humana.  

Platão se referia a isso com as palavras que ele podia utilizar; as palavras de sua época. Fato é que existe muito mais, ainda, do que Platão disse, mas não é o academicismo do mundo que vai conseguir compreender adequadamente isso, porque temos, todos, o orgulho intelectual vinculado a conceitos acadêmicos nem sempre corretos. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Antes de começar esta reunião, estávamos nós, espíritos trabalhadores desta casa, num ambiente fora desta sala, no ajardinado que a circunda, conversando a respeito do que mais limita o ser humano a não ser o conjunto das suas próprias opiniões, a forma como as pessoas veem o mundo, a concepção que têm da vida e de tudo que as rodeia, e outros tantos senões das nossas posturas diante da vida. 

Certo irmão nosso, aqui presente, mas que não dará a comunicação, deixou que cada um de nós desse sua opinião para, no final, como se estivesse adivinhando a pergunta do nosso irmão Pereira, dizer para todos nós, sorridente, que o maior problema do ser humano se chama ego. 

O orgulho do que se pensa saber – ou o orgulho intelectual –, a exigência descabida de querer receber de tudo e de todos, sem se preocupar em doar nada de si, formam uma base podre, destituída de alicerces na sabedoria, na qual se assenta grande parte da humanidade. 

Aquilo a que chamamos de ego refere-se aos compartimentos doentios da alma, mal administrados pelo cérebro e pela mente espiritual. Quando não temos o freio da prudência na administração de nossas tendências e inclinações, que se irrompem do fundo da nossa alma, somos tal e qual um animal sem orientação, sem sentido de direção, sem objetivos nobres e morais a serem atingidos. 

Quando nosso ego não é administrado por princípios morais que trazem um horizonte prudente – norteando até onde podem ir nossas ambições, nossas buscas, progressões, expectativas –, comportamo-nos como um cavalo em desabalada carreira, sem o controle do condutor. 

O ego funciona como uma força que afasta de nós aqueles que não conseguem vibrar em sintonia com as nossas opiniões, desejos; enfim, com as nossas expectativas. Quem se afinar com esses princípios será simpático e terá importância estratégica para nós, pelo simples fato de se adequar às nossas preferências.  

O ego – firmado em si mesmo, nas próprias opiniões, nas próprias ambições –, tudo quer, tudo espera receber e, quando o que almeja não vem, exaspera-se em explosões temperamentais. Além de vitimar a si mesmo com esses comportamentos, consegue também perturbar o ambiente em que está inserido, como também a organização espiritual das pessoas que convivem com ele. 

Imaginem uma pessoa que passa um perfume desagradável em seu corpo, mas a quantidade do perfume é tamanha, que o odor fatalmente vai ficar marcado naquela pessoa. Se essa pessoa permanecer por instantes em algum ambiente, aquele perfume lá ficará plasmado por muito tempo. Quem penetrar no mesmo local será envolvido pela fragrância, assumindo também aquele odor característico. 

Cada explosão temperamental funciona mais ou menos como uma “bomba”. Se pegarem um saco, encherem de pó e fuligem e jogarem para cima, na hora em que o saco cair, haverá sujeira para todo lado. Este exemplo é válido para nós. Da espiritualidade observamos e sentimos as explosões temperamentais descontroladas lançarem “odores desagradáveis” para todo lado. 

Quantos projetos são sonhados aqui na erraticidade? No entanto, quando são levados para execução no mundo dos encarnados, não conseguem ser realizados por incapacidade, ou por falta de habilidade dos egos em se adequarem uns aos outros. 

Ao verificarem a história terrena verão grupos de seres memoráveis nas artes, nas ciências, nas religiões, que se agruparam pelas mãos do destino e se encontraram em determinados momentos e locais, com o nobre objetivo de produzir a favor do progresso planetário. Contudo, as disjunções dos egos mal administrados pela falta de humildade e pela imprudência, transformam – o que é para somar e acrescentar – em questões pontuais que dividem, desagregam, diminuem e obstaculizam o progresso de uma região ou até mesmo de um continente ou planeta. 

O conjunto das nossas vontades e das nossas opiniões, que chamam de ego, traça o perfil das personalidades transitórias que o espírito assume quando aí, na carne. 

Repetimos. Quando o ego não é administrado, convenientemente, torna-se o pior obstáculo à evolução do espírito. Portanto, saibam que, para o exemplo que queremos dar, em conformidade com a pergunta formulada, podemos distinguir o ego da mente soberana. 

A soberania espiritual de cada ser passa, necessariamente, pelo controle das emoções. Cada emoção sentida aí, na carne, ou aqui, nos ambientes espirituais, faz com que as células do nosso corpo transitório produzam substâncias químicas. Como sabem, cada célula possui centenas de mitocôndrias. Quando estão irados, suas células produzem hormônios necessários à sustentação desse estado psicológico emocional. Adrenalina e outras substâncias produzidas, a cada vez que uma pessoa se irrita, induzem os corpos físicos a produzirem permanentemente hormônios de sustentação à ira. Quem vive ansioso e assustado tem o corpo repleto de adrenalina. 

Assim ocorre com nosso corpo espiritual, em relação à sua química particular. O que estamos querendo dizer é que cada emoção, cada sensação faz com que o cérebro – ou a mente – ordene a produção química proporcional ao impulso da emoção. No entanto, muito além da emoção, além das vontades, das idiossincrasias, existe a vontade soberana da mente espiritual. Ai daquela mente que não exercer a soberania sobre si mesma, administrando-se no controle educativo, no melhoramento íntimo, pois é fácil expressar a raiva quando somos agredidos; o difícil é controlar a nós mesmos e perdoar aqueles que nos agridem. 

O custo do perdão é muito menor do que o da vingança, do que o da reação fácil. Mas, para perdoar – para controlar a si mesmo e não agredir quando estou sendo agredido – existe um ônus, o exercício da sabedoria espiritual. O ego mal administrado é como um animal ferido que agride a tudo e a todos, independente da situação. Basta não ter um desejo atendido. 

Jesus, nosso amado Mestre maior – o espírito mais evoluído que esteve na Terra e conviveu conosco –, sabia e sabe tudo. Tudo deu, sem nada exigir e esperar. Diminuiu seu ego de forma inversamente proporcional à sua capacidade amorosa, como o herói do amor que Ele é. Quando lhe agrediam num lado da face, Ele ofertava a outra, porque sabia que aquele que agride é um ser doente. Quando um ser está em pleno exercício da cidadania cósmica, simplesmente ama, simplesmente perdoa, simplesmente é tolerante e tem o seu ego educado. 

Os cidadãos cósmicos, vivendo o exercício pleno dessa cidadania, pelos muitos orbes espalhados no Cosmos, pelos muitos níveis espirituais envolvidos e envolventes a essas esferas físicas – as quais chamam de planetas –, são seres que conseguiram crucificar seus egos e não impõem o conjunto de suas vontades e de suas opiniões a ninguém. 

Jesus, representante maior dessa hoste, esteve na Terra. Mesmo sabendo muito mais do que todo o mundo, a ninguém impôs as suas opiniões. Mesmo sabendo tudo, jamais se meteu na vida de alguém, dizendo “fulano tem que fazer isso e aquilo”. Ele apenas dava o seu testemunho, demonstrava como agir e dizia que o seu jugo era suave. Todos podiam se aproximar d’Ele porque sua fragrância era amorosa. 

Jesus se preocupava apenas em dar e não esperava receber. Tanto assim foi, e é, que – no instante maior do seu sofrimento físico na cruz –, ainda encontrou forças para:  

  • superar as reações do egocentrismo terrestre;  
  • deixar um exemplo maior de perdão e amor; 
  • endereçar ao Pai uma prece por aqueles que o estavam fazendo sofrer; 
  • pedir a Ele que fossem perdoados; 
  • registrar, ali, o testemunho maior de um ego cósmico completamente submetido à idiotice terrestre dos valores transitórios, do egocentrismo deste mundo; 
  • oferecer um exemplo cósmico de amor, solidariedade e compaixão aos seus irmãos e irmãs, menores em sabedoria. 

Jesus endereçou-nos um convite para administrarmos nossos egos, se não amando, ao menos perdoando. Se todos nós somos imperfeitos, por que não perdoar os defeitos do próximo, já que eu também tenho tantos defeitos que também precisam ser perdoados? E, no entanto, dois mil anos se passaram desde as suas lições e o seu testemunho, e nós continuamos com os nossos egos e com as nossas imaginações descontroladas. Nada pode tornar mais infeliz um ser humano do que um ego descontrolado. 

Diante do Cosmos, todos nós que encarnamos ciclicamente na Terra, temos “fama” de sermos egoístas, orgulhosos, teimosos e, de fato, o somos, mas porque ainda não conseguimos dulcificar, suavizar os nossos egos. 

Lao-Tsé, Confúcio, Gandhi, Sai Baba, Jesus, Zoroastro, Francisco Xavier, e tantos outros, dizem a mesmíssima coisa há tanto tempo e nós não conseguimos apreender. Mas não nos custa repetir a grande lição de fraternidade dada por super-homens e supermulheres que foram, são e serão verdadeiros heróis do progresso planetário. 

Preocupem-se em dar e não em receber, em ajudar e não em ser ajudado. Os cidadãos de mundos superiores servem uns aos outros e, como todos se preocupam apenas em servir, no final, todos recebem. Esta é a grande receita cósmica dos mundos superiores, testemunhada por Jesus e outros tantos mestres na Terra. Porém, nós ainda não entendemos porque as vontades e as opiniões – que marcam os nossos egocentrismos terrestres equivocados – nos cegam para as coisas do espírito, no convite fácil à atenção total da nossa energia para as coisas da materialidade. 

O grande Hermes Trismegisto dizia que: “Para onde voltais vossa atenção, para ali fareis convergir toda a vossa energia”. E estão todos cansados porque, quando estamos no dia-a-dia terreno, na pressa da sobrevivência material, nos obrigamos a voltar toda a nossa atenção, toda a nossa energia para as coisas da materialidade, esquecidos de que, intrinsecamente, somos um espírito necessitado do pão espirsitual, bem como de projetos espirituais.  

Não se realiza nenhum projeto espiritual meritório sem que se consiga educar a si próprio, controlando seu ego. Mas, temos toda a eternidade para isso. Caminhemos, pois, conjuntamente, na busca desse ideal! 

Francisco 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro II. São Paulo, Zian Editora, 2006, pp. 91-97. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

Que seja do meu conhecimento, não há, sob a ótica cabalística ou numerológica, absolutamente nada que ligue os fatos, a não ser o livre arbítrio dos mentores que estão por trás dos eventos terroristas, que talvez tenham alguma preferência pelo dia 11. 

É necessário, no entanto, que compreendamos que há muitas maneiras de se fazer terrorismo. Temos que entender que nos cabe a responsabilidade maior – e quem me ajuda a responder são os espíritos de alguns filósofos – pois o terrorismo orientalista que nós, ocidentais, estamos vendo, existe como reação desesperada a alguma coisa.  

Esse terrorismo não contrata ninguém para matar; ninguém. São pessoas que, loucas ou não, em nome de uma causa que julgam correta, dão suas próprias vidas, contanto que destruam outras tantas. Esse terrorismo tem, no entanto, uma lógica – mesmo que estúpida – a lógica do desespero. 

Como dizia, há muitas maneiras de se fazer terrorismo. Há, por exemplo, aquela que produz a exclusão social que, diária e lentamente, mata milhares de pessoas no mundo, mas que muito pouco ou nunca sai na mídia, e não chama a nossa atenção. Esse terrorismo é promovido pelas forças financeiras, macroforças que não percebemos, mas que ditam o fluxo do dinheiro no mundo. 

Assim, se de fato o que aqui está sendo dito for verdade, há o terrorismo promovido pela internacionalização do capitalismo “burro” – e digo capitalismo “burro”, porque existe o capitalismo inteligente – que, num mundo em que vivem seis bilhões de pessoas, concentra a riqueza na mão de apenas doze milhões delas. Os outros cinco bilhões 988 milhões de pessoas que “se virem”, ou então, morram de fome.  

Na África, há milhares de pessoas morrendo de AIDS, simplesmente porque laboratórios americanos impediram que organismos internacionais fornecessem gratuitamente medicamentos, temerosos de que fossem contrabandeados para a Europa, reduzindo, assim, seu volume de vendas naquele continente e, consequentemente, seus lucros. Que morressem os africanos!  

Isso não é também uma forma de terrorismo?  

E é feito por pessoas de paletó, homens e mulheres lúcidos, que aparecem nas principais revistas do mundo, que são os donos ou dirigentes das macroforças que ditam os rumos do planeta. Há ainda outras tantas formas de se fazer terrorismo, mas a mídia enfoca somente uma delas. Ficamos chocados com o cenário que nos é apresentado, mas deveríamos ficar chocados com tudo! 

Na África, no mesmo dia em que os Estados Unidos invadiram o Iraque, cerca de 930 pessoas foram mortas a machadadas, mas quase ninguém soube. A mídia não veiculou a notícia porque – claro, não daria manchete –, ninguém iria comprar jornal para ler sobre isso, e sim, para ler sobre o ataque dos Estados Unidos ao Iraque, visto que a mídia nos acostumou à sensacionalização daquilo que ela quer que seja consumido por nós.  

A espiritualidade, no entanto, discorda por completo da nossa limitada ótica que só vê o que a mídia quer que vejamos. 

É necessário, portanto, que se tenha certa prudência na hora em que se for definir o que é terrorismo porque, como vimos, o terrorismo está sendo praticado no mundo de muitas maneiras, e esse que estamos vendo –  que está entronizado na mídia – é apenas um dos seus aspectos; tão nojento e horroroso quanto os demais. Porém, não é só isso que está em curso. 

O Apocalipse de João não fala somente disso, fala de todo um conjunto de bestas apocalípticas, de feras que surgiriam do mar e dos abismos, e de outros tantos aspectos. E, não sendo apenas isso, em nome do amigo espiritual que tenta nos ajudar, posso garantir que devemos aprofundar nossa visão, para podermos entender o pano de fundo espiritual do que está profetizado. Há muitas mais coisas negativas para ocorrer porque, enquanto houver ódio aglutinado, concentrado, represado no psiquismo do homem, há de chegar o momento em que esse “algo” terá que se expressar de alguma maneira.  

Se um copo está cheio, e continuamos a lhe adicionar água, chega o instante em que ela transborda. Até mesmo na tentativa de se retirar um pouco da água, ela transborda. Do mesmo modo ocorre com o ódio represado no homem, e quando esse ódio transborda, ele se expressa de muitas maneiras, das quais o terrorismo é uma. 

Sob essa perspectiva, portanto, muito ainda nos espera.  

Mas, O Apocalipse de João não coloca esse aspecto como sendo o mais importante, porque o mais importante é que, para além disso, existe todo um processo sob os auspícios de uma entidade celestial que ama insistentemente os “doidos” que vivem na Terra, mesmo tendo sido crucificado, vítima do terrorismo – porque Jesus foi, na verdade, vítima do “terrorismo” que a assolava a Palestina na sua época – vítima de judeus e romanos. 

Melhor dizendo, na verdade, vítima não somente de judeus e romanos, porque de quaisquer povos que fossem as pessoas que estavam naquele contexto de ódio, teriam agido também de forma a liquidar alguém que insistia em falar de amor, num mundo que não quer amar. 

O que está em curso, neste momento, é o que foi planejado por essa Entidade, e é esse planejamento que foi revelado a João e por ele colocado nas páginas d’O Apocalipse. A ênfase no terrorismo ali existe apenas para mostrar que, nesta época, as “forças de oposição” aparentemente iriam vencer, pois que até as duas testemunhas do Senhor seriam por elas “nocauteadas” e mortas.  

Mas, só aparentemente e apenas por breve período, pois, mesmo assim, o sétimo anjo tocaria a sétima trombeta, e a Jerusalém Celeste, ou seja, uma “coisa” que voa, e que leva muita gente, chegaria e seria vista por todos. E, na verdade, todos os olhos irão vê-la, assim como também a Ele, vindo sobre as nuvens e assessorado por seus anjos. Portanto, o terrorismo é só um capítulo dessa história. 

O final dela, para que outras tantas se iniciem, é positivo, já que, depois do terror, virá a luz, e é nisso que deveremos fixar a nossa atenção, pois esse momento está muito próximo. Mais alguns dias, mais alguns espetáculos do terror, e teremos algo sublime com que lidar.  

E, por estarmos acostumados com coisas tão feias, vai-nos faltar a sensibilidade para percebermos tanta beleza, tanta simplicidade, e o mundo vai continuar ainda com homens e mulheres feios, mesmo depois da visita amorosa de alguém muito especial. E, enquanto existirem homens e mulheres “feios”, feiúras serão praticadas na Terra, mas cada vez mais com menos frequência, já que os “feios” não mais renascerão aqui, pois que a partir de algum momento próximo ao ano 2050, somente nascerão neste mundo espíritos tendentes ao bem.  

Aqueles ainda tendentes à “feiúra da alma” receberão suas “transferências” e irão fazer um curso de “recuperação cósmica” em outra escola. Mas, eles são membros da nossa família, e nenhuma família ficará em paz, pois nenhum pai ou mãe fica feliz se parte de seus filhos está no “céu” e outra, no “inferno”. Nossa família tem que trabalhar, cada membro se habilitando à atitude amorosa, porque ela só ficará em paz quando tudo isso se acabar. Teremos ainda uns bons 1500 anos pela frente, com as reencarnações necessárias, até que essa história toda se acabe. 

Os amigos espirituais se despedem, desejando que os temas aqui colocados possam servir para a reflexão de cada um. Como diz o nosso irmão François, aqui presente, que saibamos ter a sensibilidade para poder focalizar a nossa atenção naquilo que é essencial hoje em dia, e o essencial, hoje em dia, é cada um conseguir manter o equilíbrio amoroso diante de um mundo que parece estar sofrendo um grande abalo.  

Mas – continua o amigo espiritual – o que está de pé, o que ainda estamos vendo e prestando atenção, é apenas o cenário de uma peça onde predominavam a loucura, a falta de sensibilidade, a falta de respeito à vida, e que já acabou há algum tempo. Só que os “doidos” atores não perceberam isso, e continuam ainda a representá-la. 

Mas, como a peça já acabou, e não haverá reapresentação, não há mais como o mal prevalecer na Terra, porque o mérito de parte da família humana, consorciado ao esforço e à insistência amorosa dessa entidade amorosa chamada Jesus, e de outros tantos mestres, suplantarão, em muito, a onda “negativa”.  

Mais um pouco, e a onda “positiva”, a onda amorosa, envolverá a todos os que vivem neste mundo. Que tenhamos a sensibilidade para perceber a beleza da vida, mesmo neste contexto tão aparentemente “doido”, pois a vida é bela e generosa. 

Nós temos é que crescer para dignificar a beleza e a generosidade da vida! 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Para que o assunto fique completo, além dos dois estados comentados, deveria ser incluído também o da Paraíba, já que lá ocorrem tantos eventos como nos outros, apesar de menos percebidos e comentados. 

Em realidade, existe certa “área ou região vibratória” que corresponde às porções de cada um desses estados e que, para os olhos dos seres humanos terrenos, não é possível verificar. Esta “área” é produzida por três espécies de grandes torres – que foram ali edificadas há muito tempo atrás – quando essa região do Nordeste brasileiro abrigava um espaço aéreo controlado por uma base dos antigos atlantes, a base Atlan, localizada onde atualmente se encontra a cidade de Natal, capital do Rio Grande do Norte. 

Cada uma dessas torres – construídas com matéria invisível aos olhos dos terráqueos – está fincada no centro de três triângulos, cujos vértices correspondiam, naqueles tempos, à aparelhagem que servia como sendo uma espécie de sala de controle e de irradiação magnética, cujos objetivos são difíceis de serem explicados nos dias de hoje. Um pálido aspecto desses objetivos corresponderia – na atualidade – a dizer que esse conjunto de forças servia para frear as naves que se aproximavam, ou fornecer impulso às que estavam se afastando da Terra por aquela rota. 

Tanto é que o conjunto vibratório resultante dessas torres servia, e ainda serve – a exemplo de um farol que orienta os navios que passam ao largo da costa praiana em busca da terra, ou mesmo como uma espécie de torre de comando de sinalização que orienta os aviões para um pouso seguro – como ponto de apoio para as naves, para as cápsulas de reconhecimento e artefatos diversos dos nossos irmãos de outros orbes, que tenham uma espécie de ligação confederada com as forças amistosas extraterrenas que já envolvem a Terra, com vistas à reintegração. 

Além disso, especificamente onde hoje se situam algumas das praias da  cidade de Natal, há muitos milhares de anos existiu aquela que foi, durante um certo período, uma das principais bases do grande império Atlante, a base Atlan. Só que, naquele tempo, muito do que hoje é mar era chão firme, onde muita coisa foi construída pelos engenheiros atlantes.  

Como já informado, há cerca de 15.000 anos a Terra passava pelo “apressado e complicado final” de um dos muitos períodos glaciais que se sucedem na história geológica do planeta. Com o esfriamento do clima, muito do que é água se transforma em gelo. Assim sendo, ocorre uma diminuição do nível hidrostático do oceano. Com isso, a água do mar recua e deixa – muito do que está coberto pelas marés oceânicas – como terra livre para ser utilizada pelas comunidades, pelas civilizações. 

Por outro lado, quando começa o aquecimento planetário, o processo se inverte e as terras costeiras começam a ser invadidas pelas águas. E, foi exatamente isso que aconteceu com a base Atlan, bem como com as demais bases litorâneas do império atlante. 

Para que possam ter idéia aproximada do quanto a base Atlan era importante – no contexto planetário do tempo a que nos referimos – qualquer viajante cósmico que, ao penetrar nos túneis do “hiperespaço” que encurtam as distâncias cósmicas, ao emitir o primeiro sinal em busca de apoio logístico para a saída do hiperespaço e a respectiva projeção ou potencialização de sua nave no espaço tridimensional, que conhecem, era da base Atlan que saía a resposta referente à captação do sinal. 

Ademais, da “área” ou conjunto vibratório resultante das referidas torres, algumas das máquinas – tal como certos minerais radioativos, já do conhecimento científico no âmbito deste planeta, que emitem radiação por milhares de anos terrestres – ainda vibram, emitindo seus pulsos energéticos remanescentes. Pulsos estes que ainda servem – como ponto de apoio e/ou referência – para as aproximações de diversas classes de extraterrestres que nos visitam.  

Portanto, mesmo não mais existindo a base Atlan, e sim a cidade de Natal, o mar que costeia essa cidade encobre parte do resquício de uma tecnologia soterrada que, mesmo não mais estando em uso inteligente, a vibração magnética que dela emana ainda serve como ponto de referência para os viajantes espaciais. Na verdade, ainda serve para muitas outras coisas que, pela impossibilidade de vocábulo, não iremos aqui nos referir. 

Principalmente por isso, é que os três estados referidos – Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba – têm uma casuística maior que a de outros. Mas, na atualidade planetária, não há um só recanto deste planeta que não tenha a sua fenomenologia própria, porque muitas são as raças de fora que já visitam este orbe com vistas ao porvir planetário. 

Existe ainda outro motivo histórico, desconhecido para os que vivem atualmente na Terra, referente ao fato de que foi pela base Atlan que certo problema terreno teve início. A saber, foi na base Atlan que Yel Luzbel, ou Lúcifer – quando aqui chegou – colocou os pés no chão terrestre pela primeira vez.  

Foi, também, no ambiente espiritual concernente à cidade de Natal que Len Mion, conhecido por Satã, foi finalmente recolhido e ajudado pela Espiritualidade Maior, durante os anos de 1993 e 1994. Será, portanto – ou pelo menos está previsto – que seja nessa mesma região planetária que uma tentativa de reordenamento cármico, de todo o planeta, terá início. 

Espíritos muito velhos – em termos de idade cósmica, e com expressiva bagagem existencial – estão encarnados nesta região, ou para aqui se deslocam mesmo tendo nascido em outros recantos planetários, porque se pretende certo conjunto vibratório para que determinadas “atividades energéticas” possam ser possíveis.  

Dizemos isso por causa da pergunta feita, mas é importante que seja esclarecido que diversas são as regiões do planeta, nas quais o processo de reaproximação com os irmãos siderais já está em curso, tendo cada uma delas sua “história particular” dentro do contexto maior que envolve a Terra. 

Dizemos isso por causa da pergunta feita, ao mesmo tempo em que esclarecemos que diversas são as regiões do planeta, nas quais o processo de reaproximação com os irmãos siderais já está em curso, tendo cada uma delas sua “história particular”, dentro do contexto maior que envolve a Terra. E para esses centros também se “deslocam” irmãos e irmãs para ali residirem, desenvolvendo os trabalhos necessários para os eventos que não tardam. 

Os irmãos que de fora chegam – os extraterrestres – sabem dessas reuniões, desse congraçamento, desse reencontro de ex-parceiros do passado que hoje vivem na Terra, e que outrora se desviaram dos caminhos salutares da evolução cósmica.  

Hoje, todos desejosos de trabalhar pelo progresso planetário, desenvolvem os seus melhores esforços – mesmo que disso muitos não tenham a devida consciência – com vistas a esse mister fraternal. 

Trabalhemos, pois, já que as promessas do Cristo se cumprirão inexoravelmente. Um pouco mais, e O teremos entre nós – em visitação fraterna – como Ele mesmo prometeu. 

Enéas 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil  

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro II. São Paulo, Zian Editora, 2006, pp. 141-144. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros

A parábola dos talentos tem sido pouco compreendida ao longo dos séculos. De fato, estranhamente, tem uma singular relação com o que se chama de juízo final ou julgamento geral, o que torna a pergunta muito interessante, mas, curiosamente e apesar disso, apresentada com pouca frequência. É possível até que, nesses quase 20 anos de estudos, essa questão jamais tenha sido levantada. Mas, o que é a parábola dos talentos? 

Jesus, em certa oportunidade, tentando ensinar ao povo por meio de uma história simples – como sempre fazia – disse que um determinado homem de posses ia viajar. Por isso, chamou os seus servos e resolveu entregar a eles as suas posses, a cada um segundo sua capacidade, dizendo que, quando retornasse, queria que lhe fossem prestadas contas daquilo que ele deixara. Chamou o primeiro servo e disse: “Aqui tens cinco talentos”. Com o segundo deixou dois talentos, e com o terceiro, um. 

Viajou e quando retornou chamou o servo com quem deixara os cinco talentos e lhe perguntou o que havia feito deles. O servo respondeu: “Aqui estão os cinco talentos que me destes e mais cinco que conquistei com meu esforço”. O senhor lhe disse: “Servo bom e fiel, no muito serás comigo.” Ou seja, eu te darei mais ainda. 

Aquele que havia recebido dois talentos chegou e disse: “Senhor, aqui estão os teus dois talentos e aqui estão mais dois conseguidos com o meu esforço”. O senhor lhe disse a mesma coisa: “Servo bom e fiel, regozijarás comigo também no muito, mais ainda te darei”. 

Aquele, porém, que recebera um talento chegou para o senhor e disse: “Aqui está o talento que me destes, escondi-o para devolvê-lo na volta”. Estranhamente, o senhor critica a postura desse servo, dizendo que, na hora da prestação de contas, “até o pouco que alguns têm será tirado, e a quem muito tem muito mais ainda será dado”. 

O que significa essa mensagem? O que isso tem ver com o julgamento geral? Os espíritos dizem que isso somente pode ser compreendido através da doutrina da reencarnação. 

Às vezes nascemos na vida com os talentos da beleza física, da oratória, da riqueza material, do tempo disponível, e o que fazemos desses talentos? 

Às vezes, alguém chega e pede que consigamos um emprego para uma terceira pessoa. Então raciocinamos assim: eu não vou pedir esse emprego, porque vou terminar empenhando o meu nome, e se essa pessoa não se sair bem, eu vou me “dar mal”. E decido não utilizar o meu prestigio social para ajudar essa pessoa. 

Talvez eu tenha tempo disponível, mas gasto todo ele em coisas não muito úteis tais como ver novelas na televisão, e nunca tenho tempo para ajudar ou escutar alguém. 

Sou talvez muito bonito e uso a minha beleza física apenas para as conquistas no campo da natureza animal, e provoco infelicidade nas pessoas que conquisto. 

Com o meu talento de oratória desvio caminhos, semeio inquietações e ilusões. 

Uma pessoa que agir dessa forma não multiplicará os talentos recebidos numa determinada vida. Para que ela possa aprender a valorizar o talento da beleza física, da oratória, da riqueza material e o tempo disponível, até esse pouco que lhe foi dado será tirado, pois, em suas próximas vidas, essa pessoa nascerá sem beleza física, pobre, tendo que lutar a cada segundo da existência por um emprego que lhe possa dar o suporte material e precisando desesperadamente da ajuda de outros. Se os outros agirem como essa pessoa agiu numa vida passada, quando tinha prestígio e tempo disponível, ela não será ajudada. 

A cada encarnação, cada um recebe sua cota de possibilidades, de acordo com um fator resultante dos seus méritos e deméritos espirituais. Assim, durante a vida, em nome do progresso moral e espiritual em que necessariamente deveríamos nos empenhar, a providência divina possibilita certas situações de aprendizagem dos sentimentos de bonança, fraternidade e amor – nos contextos em que estivermos inseridos – nossa família, o ambiente de trabalho ou outros. 

Quando nos utilizamos das “facilidades e potencialidades” dadas pela vida – a exemplo de alguém que ocupa funções importantes no âmbito maior – para servir ao próximo, mais e mais a natureza vai nos provendo, tanto nesta vida como nas futuras. O Pai Celestial nos dará muito mais, porque quantos mais talentos uma pessoa como essa tiver, mais riqueza ela distribuirá com aquelas pessoas que estão ao seu redor. 

Mas, quem recebe talentos na vida e não os multiplica, guardando-os para si mesmo, de forma egoísta e falsamente prudente, termina por tê-los retirados de si, para que possa valorizar o esforço pessoal, aprender a se sensibilizar com a desgraça alheia e a se pôr em risco para ajudar. 

Os espíritos dizem que teria sido nesse sentido que Jesus ensinou na parábola dos talentos. É imperioso observar que, sob essa mesma ótica, o julgamento geral, o juízo final, a separação do joio e do trigo, ou o julgamento dos vivos e dos mortos são quatro conceitos que dizem a mesmíssima coisa. 

É importante observar que a própria doutrina espírita esclarece que, de tempos em tempos, qualquer orbe no cosmos passa por reciclagens espirituais, quando mais da metade da população planetária já atingiu certo grau de evolução, mas ainda existe uma minoria empedernida apresentando comportamento diverso, e impedindo o progresso daquele mundo.  

Para que ele evolua é necessário que ocorra essa reciclagem espiritual, na qual as individualidades ainda equivocadas são convidadas a se retirar do ambiente, para que o planeta possa progredir. Essas individualidades são exiladas, expulsas daquele mundo para outro, onde lograrão aprender o que naquele primeiro não conseguiram.  

É como se, por exemplo, de uma classe de 50 alunos, 35 esforçados para aprender e 15 que simplesmente “bagunçam” o tempo todo, impedindo o aprendizado dos primeiros. O professor, então, avisa que no fim do ano as médias serão consequentes ao esforço e desempenho de cada um, e que aqueles que não atingirem a nota mínima não conseguirão ser aprovados e serão “convidados” a fazer o curso de recuperação em outra escola. 

Assim, pelo que informa a espiritualidade, há cerca de 600 mil anos começou uma espécie de “ano letivo” para as almas que encarnam ciclicamente na Terra e, agora, esse “ano” está terminando. 

Quando Jesus falava das “gerações de espíritos que vivem na Terra”, Ele se referia à população de almas que reencarnam ciclicamente e lotam esse mundo, desde 600 mil anos atrás. Todas elas se caracterizam por um comportamento comum: perderam a habilidade de amar, tornaram-se incapazes de amar.  

As almas que vieram exiladas para cá, e ainda estão aqui até hoje – ou seja, nós – foram contaminadas com essa “doença”. Com isso, perdemos a simplicidade necessária para expressar a ternura, a fraternidade e o amor que, em tese, deveríamos sentir uns pelos outros. Esse é o nosso grande problema. 

Em não amando, ficamos doentes e nos tornamos complexos e perigosos, descumprindo as regras das sociedades cósmicas. Por isso, fomos alojados neste mundo, a exemplo de alguém que, na sociedade dos homens, infringe as leis e agride, mata ou rouba. Esse criminoso tem que ficar numa penitenciária durante certo tempo, até que purgue sua pena, ou apresente um novo comportamento que lhe permita ser aceito pela sociedade. Somente após o pagamento da pena, apresentando a condição de ser reintegrado à sociedade, esse individuo é solto. 

É sob essa ótica que todos nós estamos neste mundo, acreditemos ou não em Deus, percebamos ou não o processo da reencarnação. Fato é que estamos pagando as mesmíssimas matérias ao longo das vidas, recebendo cotas de talentos para multiplicá-los e poder ir adiante. 

O Pai Celestial – na sua infinita bondade, misericórdia e justiça – proporciona a cada ser terreno todas as condições para que, ao final do “ano letivo”, todos tenham tido as mesmíssimas oportunidades, o mesmo grau de dificuldade.  

É sob essa premissa que os espíritos afirmam que estamos chegando – na atualidade – aos últimos dias desse processo e que o tal julgamento geral já está em curso, só que nos ambientes espirituais, pois que, a partir do ano de 2.050, somente reencarnarão na Terra espíritos tendentes ao bem, mesmo que ainda muito imperfeitos. 

Então, se assim é, esses espíritos tendentes ao bem nada mais são do que aqueles que multiplicaram os talentos recebidos nas muitas vidas, em benefício próprio, ou das pessoas da comunidade em que estavam inseridos. 

 Aqueles que, infelizmente, após terem tido as mesmas oportunidades reencarnatórias, não conseguiram a tal nota mínima de tendência ao bem e perturbam o progresso da Terra, dela sairão. 

Como visto, a parábola dos talentos tem tudo a ver com o julgamento geral. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Dar por sabido aquilo que ainda se pretende descobrir é atitude que, por um lado, pode revelar a postura cômoda de quem é mais afeito à verificação e, por outro, a de alguém que – diante da aparente impossibilidade de poder saber – entroniza a crença como instrumento decodificador da realidade à sua volta. 

O Tao, conjunto de preceitos filosóficos apontados pelo mestre chinês Lao Tse e seus seguidores, há muito recomenda prudência aos que tentam – e ainda bem que tentam – compreender o todo que os envolve, dizendo: 

“Aquele que conhece a própria ignorância revela alta sapiência. 

Aquele que ignora a própria ignorância vive em profunda ilusão. 

O sábio conhece o seu não saber. 

O conhecimento do seu não saber o preserva de toda ilusão.” 

A forma mais tragicômica com a qual o ser humano normalmente costuma se iludir – é a de pensar que sabe muitas coisas. Pelo fato de ignorar que nada sabe ele vive, portanto, a iludir-se, pensando ser doutor em matérias que, sequer, ainda foram devidamente postas diante do seu entendimento, no curso da sua vida. 

Respeitando os prudentes e sábios preceitos ofertados pelo Tao, o homem deveria: 

  • Exercitar o discernimento, por meio dos sentidos corporais, dentro do campo de observação que lhe é dado perceber. 
  • Estar ciente de que os sentidos corporais são coordenados pelo cérebro transitório, válido apenas para a vida presente, pois, nasce e morre com o corpo. 
  • Entender, uma vez consciente desses processos, que é lícito que ele tente mapear o mundo observado à sua volta – por meio da metodologia científica – formulando com segurança os preceitos acadêmicos que marcam o atual estágio evolutivo das muitas ciências que existem.  
  • Considerar que, mesmo assim, sobre o que lhe é dado observar, o ser terráqueo não sabe tudo e costuma equivocar-se bastante, até que as verdades científicas vão sendo estabelecidas sem maiores margens de dúvidas. 

Se assim é – com o que pode ser objetivamente percebido –, o que dizer sobre as realidades que estão situadas além do horizonte da sua capacidade de percepção?  

Deveria o homem pontificar a respeito daquilo que sequer consegue perceber, com um mínimo de objetividade?  

Como traçar aparentes verdades sobre o que não pode ser objetivamente percebido pelo cérebro humano? 

O inacreditável é que existe uma quantidade assombrosa de conceitos entronizados como “verdades” que nortearam – e ainda norteiam – a jornada desta humanidade, os quais jamais puderam ser objetivamente verificados, pois são pertinentes a aspectos de uma realidade maior que se situa muito além do âmbito da percepção humana.  

E que aspectos da realidade são esses? Isto é, quais são essas realidades? Essas realidades são a realidade espiritual e a cósmica, ou seja, o contexto espiritual e o extraterreno. 

O questionamento que agora se impõe é: quantas verdades existem, já estabelecidas, sobre esses dois contextos? 

Seria óbvio que, por questão de prudência intelectual e moral, o homem não se desse à irresponsabilidade de pretender pontificar sobre o que não lhe é possível sequer saber, na sua atual condição, se realmente existe ou não.  

O interessante é perceber que, devido ao modesto padrão evolutivo desta humanidade, se os seres – que porventura possam existir nessas outras realidades – não se propuserem a nos contatar, na atualidade jamais poderemos saber, ao certo, sobre as suas existências. 

Não seria exatamente isso que vem acontecendo ao longo dos milênios?  

Ou os muitos relatos sobre anjos, carros de fogo e rodas voadoras somente serão produto da loucura dos escribas bíblicos, além da mania milenar – que alguns seres humanos parecem ter inventado – de contatar e venerar os espíritos dos seus ancestrais, ou de serem por estes envolvidos? 

Será que não seria prudente refletir, antes, sobre o fato da condição humana não poder avançar muito mais na direção das “realidades espirituais” e, exatamente por isso, os espíritos que vivem nessas “realidades” teriam começado a manusear objetos, como pranchetas, mesas, cadeiras, etc., numa tentativa desesperada para chamar a atenção dos que estão do lado de cá da vida, para a existência da realidade espiritual?  

Será que não foi exatamente por estarem impossibilitados de falar às mentes das pessoas, que tais espíritos resolveram arquitetar uma estratégia para atuar sobre os objetos materiais, chamando assim a atenção dos sentidos humanos para uma causa inteligente, que não pertencia ao mundo dos “encarnados”? 

Pois foi exatamente isso que aconteceu quando do surgimento da revelação espiritual, na França, codificada por Allan Kardec. E se assim fizeram os Espíritos – ao revelar páginas de sabedoria e de consolação tão singulares –, difícil se torna ajuizar que esta atitude possa ser justificada pelo exercício da simples arte de fazer gracejos com a humanidade encarnada.  

Mas, assim devem ter agido por ser urgente e imperiosa a necessidade de se tentar esclarecer os orgulhosos terráqueos sobre outras fronteiras da existência cósmica –, de modo a ampliar as fronteiras de nossa limitada percepção, convidando-nos a evoluir em sabedoria e conhecimento. 

E o fizeram sem impor “verdades”, uma vez que apenas ofertaram elucidativas sementes de luz para quem delas quisesse se servir. Já o mesmo não se pode dizer do movimento religioso que se formou a partir do postulado doutrinário-filosófico, legado por Kardec.  

Até porque, ao repetir o equívoco de todas as religiões, o legado de Kardec não ficou imune à pretensão de impor limites às possibilidades do progresso, sempre que este progresso não se enquadre no que podem aceitar as mentes de alguns poucos, que se autoelegem autoridades em assuntos religiosos. 

Não seria também prudente refletir sobre a atual impossibilidade – dos que vivem na Terra – se dirigirem a outros rincões do cosmos e que, exatamente por isso, seres de outros orbes mais evoluídos já venham, desde há muito, preparando esta humanidade para a convivência sideral?  

E, com vistas a esse objetivo, tais seres se deixam ser percebidos em visitas furtivas e discretas – além de outras, que nada têm de discretas –, como se estivessem preparando o árido terreno do entendimento terrestre para a convivência futura?  

Se não for esta a opção, qual é a que deveria ser? 

O que explica os fatos que envolvem a história desta humanidade em relação aos Espíritos e aos Extraterrestres?  

De toda forma, mesmo partindo da premissa de que eles estão nos contatando, ainda assim não é conclusão – admitida por todos no sentido de que tanto os Espíritos quanto os Seres Cósmicos, ou Extraterrenos, existem.  

A propósito, essa concepção geral transforma, por um lado, os espíritas como sendo aqueles que creem e defendem a existência dos espíritos desencarnados e, por outro, os ufologistas, como sendo aqueles que admitem, estudam e mesmo acreditam em seres que se situam além das fronteiras terrestres. 

O que é lamentável! 

E aqui começam todos os nossos problemas – enquanto seres pensantes –diante de uma realidade cósmica ainda por ser decodificada, sobre a qual absolutamente nada, ou muito pouco, sabemos.  

Apesar disso, no movimento espírita já existem diversos segmentos que defendem questões tão díspares sobre pretensas verdades – às quais se agarram de forma doentia –, esquecidos da prudência e da tolerância preceituada pelo codificador do espiritismo, ao tomar como lema da doutrina o fato de que “fora da caridade não há salvação”. E torna-se imperioso observar que “caridade”, aqui, não aparece no sentido de esmola, mas sim de tolerância, de postura elegante e fraterna para com as diferenças no campo das ideias, sejam elas quais forem. 

De igual forma, porém com outras cores emocionais, o movimento ufológico também se perde nos descaminhos da discussão de pretensas verdades sem que, contudo, se saiba ao certo coisa alguma, a não ser o óbvio que pode ser verificado pelos fatos e indicativos, no sentido de que está em curso – desde tempos imemoriais – um processo produzido por inteligências que não são terrenas e que, na atualidade, responde pela fenomenologia ufológica.  

Todo o resto é motivo de discussão que não pode e nem deve ser tido como verdade pelos que estão envolvidos com os estudos ufológicos. Porém, tal fato não implica arbitrar que todas as teses e os diversos pontos de vista não possam e nem devam ser estudados, antes de poderem ser classificados como bobagens ou equívocos. 

O orgulho intelectual do ser humano, notadamente do travestido de defensor da pureza dos ideais, ou das ideias que julga defender – e dos muitos que, mesmo se declarando religiosos, ainda assim se apropriam desse lema para justificar as agressões que fazem à honra alheia, esquecidos de que nada justifica causar danos à alma do próximo – o tem levado a cometer uma série de desatinos que não o qualificam para o trato com as coisas espirituais e celestes. Apesar disso, alguns insistem na manutenção da pretensa autoridade sobre o que, de fato, nada sabem. 

Jamais podemos perder de vista a posição ou a função que, por enquanto, nos cabe no processo de lidar com essas realidades. Isto é, a de simples estudiosos e pesquisadores. Nada mais! É essencial perceber – no trato com os aspectos do contexto espiritual e do celestial – que não há doutores ou autoridades entre os que vivem na Terra. A mais, não se pode pretender!  

Em não havendo autoridades, não poderá haver a imposição de pontos de vista pessoais sobre os temas em questão, posto que não há outras verdades, por enquanto, a não ser o aspecto fenomenológico e o produto deste, em termos de mensagens reveladoras que podem estar certas, parcialmente corretas ou simplesmente equivocadas, quanto ao contexto espiritual e  o extraterreno. 

O autor da presente reflexão é somente “mais um” que pensa estar recebendo informações “de fora”, sem que, no entanto, ele mesmo saiba se está entendendo corretamente o sentido das mensagens que recebe e, caso esteja, se está conseguindo repassá-las de maneira a não desfigurá-las. Por isso, e falando francamente, jamais pretendi ou pretendo afirmar verdades. Apenas pratico o direito de expressar, livremente, o que julgo ser cada mensagem discretamente recebida ao longo dos anos. 

Assim, sou dos que pensam que devemos agir de maneira prudente, sem nos apegarmos a conceitos que ainda não podem ser tidos como “verdades” e, muito menos, nos vincularmos aos conceitos que imaginamos representar a verdade, por uma questão de crença pessoal.  

Quando agimos dessa maneira, sem a necessária vigilância espiritual ou prudência intelectual, terminamos por transformar o objeto da nossa busca em uma questão de crença – e o que é pior –, muitas vezes fanatizada pelo nosso orgulho intelectual, que não admite outra hipótese que não aquela a que estamos ferrenhamente abraçados. 

Sob esta perspectiva de análise, pergunto: 

  • Como se encontra a ufologia nos dias atuais, enquanto área de estudo que pretende administrar o processo de busca pela decodificação da existência de seres extraterrenos?  
  • Como se encontram os ufólogos com as suas opiniões particulares diante da ufologia? 
  • Afinal, quantas verdades existem na ufologia? 

E, sob a mesma ótica de abordagem: 

  • Como se encontra o Espiritismo na atualidade, enquanto movimento de cunho religioso que pretende administrar as notícias que chegam “de fora”? 
  • Como se encontra o Espiritismo na atualidade, enquanto movimento de cunho religioso que pretende pontificar quanto ao que é verdadeiro, ou não, no intercâmbio mediúnico, modo ímpar – desde que os Espíritos não queiram ou ainda não possam manter contato direto – de comunicação entre os que estão para lá das fronteiras da Terra e os que aqui vivem?  
  • Quais são as opiniões dos que estão à frente de alguns segmentos do movimento espírita quanto à questão extraterrena? 

Os estudos, tanto dos Extraterrestres quanto dos Espíritos, têm em comum, implicitamente, a total incapacidade do homem em poder comandar ou definir o processo fenomenológico. São outras as inteligências que parecem medir a conveniência dos eventos em curso.  

Sendo assim, pelo menos por enquanto, está fora do alcance da nossa atual capacidade o poder de provar, objetivamente, algo que seja inevitavelmente aceito por todos. Mesmo porque, dependemos de decisões – que não são nossas – para que os eventos possam ter continuidade. Enquanto assim for, a conclusão disso, ou daquilo, dependerá sempre de possíveis vivências e de opiniões pessoais, o que poderá ser verdadeiro,  ou não. 

Assim, parece que há um discernimento – que se encontra além das fronteiras terrestres – que define o processo em curso e que, pelos indicativos das inúmeras mensagens, o tão esperado “dia do encontro ou do reencontro”, claro e objetivo aos sentidos humanos, não deve tardar. 

Até lá poderemos, sim, vislumbrar a possibilidade de realmente existirem muitas outras realidades, e diversas “humanidades celestes”, espalhadas nas muitas moradas do cosmos, por deduções filosóficas mescladas ao avanço da capacidade de observação: 

  • dos métodos da “transcomunicação”que, de forma simplificada seria a comunicação com espíritos desencarnados, por intermédio de equipamentos eletrônicos, no caso dos espíritos; 
  • da ciência astronômica e de outros procedimentos afins, no caso dos extraterrestres.  

A nada mais, por enquanto, poderemos pretender, já que, conforme penso, a condição humana dificulta a percepção do óbvio, seja em que nível for, porque é apegada a conceitos equivocados entronizados como verdades e, em assim sendo, o que mais limita o ser humano é o conjunto de conceitos que marca a sua visão de realidade. Nesse caso, somente se o óbvio se fizer presente – em detalhes objetivos diante do ser terráqueo – é que este poderá ter a possibilidade concreta de percebê-lo. 

Alguém já pontificou que, quem tem uma sólida linha de raciocínio, normalmente costuma permanecer solidamente estacionado em torno do que pensa.  

E quem poderá evoluir dessa maneira?  

Como poderá o novo surgir diante de alguém que vive preso a valores do passado? 

O interessante é que, ainda que os tais eventos – tão esperados – venham a surgir no horizonte das nossas vidas, muitos dos que estão histericamente vinculados a dogmas e a conceitos, talvez se esforcem para distorcer os fatos, classificando-os como embustes. E, tão somente, para que prevaleça o seu ponto de vista, pois, quem estiver – de forma doentia – com a sua atenção posta radicalmente em equívocos, normalmente permanecerá cego para a verdade. 

E assim tem sido durante a nossa lenta evolução. 

As páginas da nossa história têm revelado a nossa total inabilidade na convivência com os personagens dessas outras realidades, que envolvem a vida terrestre. Temos demonstrado um comportamento completamente equivocado no trato com esses seres, transformando-os em anjos, semideuses, santos, milagreiros e em oráculos da nossa própria incapacidade de administrar a vida. 

Parece longe, muito longe, o tempo em que Kardec disse que não se devia esperar dos espíritos mais do que podemos esperar de nós mesmos. 

Fato é que não temos sabido respeitar a existência e nem, muito menos, o principal ator desse processo que, no caso da Terra, é o próprio ser humano. Ainda assim, mesmo sem saber ao certo coisa alguma sobre a nossa origem, qual a função da vida, se existe Deus, Espíritos e Extraterrestres, membros desta humanidade pretendem impor as verdades que pensam saber sobre os seus pares, e muitos têm sido sacrificados nesse processo. 

Para complicar ainda mais essa situação, coube às religiões, até o momento, o papel de pontificar a respeito do que nos é, absolutamente, desconhecido, dando por sabido os conceitos e a existência de ilustres personalidades celestiais que, ao certo, ainda não sabemos se existem.  

Alguém, por vivência ou percepção pessoal, pode até pensar que sabe, ou até mesmo saber alguma coisa a respeito dessas questões, como produto de experiência pessoal; que o diga o autor da presente reflexão.  

Mas, não é dado a esses – que assim se enquadram – impor o jugo das suas experiências pessoais às demais pessoas, sob pena de virar religião, onde muitos acreditam que alguém seja isso, ou aquilo. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Crônicas de Um Novo Tempo – Introdução à Era do Conhecimento e da Espiritualização. Natal, Conectar Editora, 2012, pp. 69-75.  

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

O espiritismo, acertadamente, pontificou sobre os efeitos materiais promovidos por causas inteligentes, situadas além do horizonte de observação comum aos que aqui vivem.  

E ofertou ao mundo, sob a forma de revelação e por meio de muitas mensagens de caráter mediúnico – as quais ainda não são aceitas pelo academicismo como algo cientificamente possível e comprovado – preceitos filosóficos, orientações e esclarecimentos diversos que dignificam a existência, para apreciação e análise dos que estão encarnados. 

E os espíritos codificadores fizeram mais, pois, nas páginas produzidas por Allan Kardec, encontram-se referências claras e objetivas a respeito de “outras humanidades celestes”. 

Contudo, necessitamos entender que “os espíritos não ensinam senão apenas o que é necessário para guiar no caminho da verdade, mas eles se abstêm de revelar o que o homem pode descobrir por si mesmo, deixando-lhe o cuidado de discutir, verificar e submeter tudo ao cadinho da razão, deixando mesmo, muitas vezes, que adquira experiência à sua custa. Fornecem-lhe o princípio, os materiais: a ele cabe aproveitá-los e pô-los a funcionar.” (A Gênese, de Allan Kardec). 

No que concerne à abordagem da vida extraterrestre, alguns poucos –  porém importantes segmentos do movimento espírita –, simplesmente não aceitam sequer que o tema possa ser discutido no âmbito de suas reuniões, pois afirmam que esse procedimento fere o que chamam de pureza doutrinária e, assim, dão continuidade ao extravagante processo de impedir que – o que é óbvio – demore uns bons séculos para poder ser percebido.  

No caso em questão, pela própria avaliação dos cientistas, descobrir vida lá fora é uma simples questão de tempo, que não deve sequer durar mais do que o intervalo de algumas poucas décadas. Nos próximos anos, novas tecnologias de busca estarão acopladas aos satélites, o que transformará a busca – pela existência de vida fora da Terra – em algo tão plausível como o conhecimento que temos sobre a diversidade da natureza terrestre. 

Assim, torna-se interessante perceber que o tema “vida extraterrestre” é assunto tido como absolutamente possível, e certo, para os cientistas. O que muitos deles têm dificuldade em aceitar é o fato de que os ETs já possam estar visitando a Terra. Todavia, no meio científico, não se discute mais se existe, ou não, vida lá fora.  

Para a maioria dos cientistas, à exceção de uns poucos, é opinião corrente de que existe vida abundante por todo o cosmos e, o que hoje se discute, é “como” deve ser feita a comunicação para esta humanidade, quando chegar o momento em que o aviso se tornar inevitável.  

E, isto, se a descoberta da vida lá fora se der através do método científico. Porém, outras deverão ser as providências – como produto da estratégia de nossos irmãos cósmicos – se um primeiro contato oficial se antecipar aos resultados dessas descobertas.  

Para o movimento espírita, a continuar valendo o epíteto de heresia doutrinária para o tema extraterrestre, imposto por algumas poucas pessoas que, infelizmente, entronizam as suas próprias opiniões – esquecidas de escutar a dos Espíritos e de fazer valer a intenção da Espiritualidade –  somente restará assumir o equívoco de considerar como sendo herético, em pleno século XXI, o que já era filosoficamente óbvio para o codificador Allan Kardec, no século XIX. 

Assim tem sido e, infelizmente, continua a ser ao longo da evolução do pensamento religioso, mesmo porque o que se tem por “verdade” passa a ser fator impeditivo para que novas verdades – ou novos aspectos da realidade maior – possam surgir. 

Ora, se essas poucas pessoas – que desvirtuam o movimento espírita – não prestarem atenção ao que Kardec escreveu, quem haverá de fazê-lo? A propósito vejamos, mais uma vez, o que o codificador deixou registrado no livro A Gênese: 

“Há coisas a cujo sacrifício é preciso que nos resignemos de boa ou de má vontade, quando não é possível proceder de outro modo. Quando o mundo marcha, a vontade de alguns se revela impotente para o deter; o mais sábio é segui-lo, conformando-se com o novo estado de coisas, ao invés de se agarrar ao passado que se desintegra, com o risco de cair com ele.” 

“Por respeito a textos considerados como sagrados, seria necessário impor silêncio à ciência? Isto é uma atitude tão impossível quanto impedir a Terra de girar. As religiões, quaisquer que tenham sido, jamais ganharam nada por sustentar erros manifestos. A missão da ciência é a de descobrir as leis da Natureza; ora, como essas leis são obras de Deus, não podem ser contrárias às religiões fundadas sobre a verdade. Lançar anátema ao progresso como inimigo da religião é lançar anátema à própria obra de Deus; ademais, é isso completamente inútil, pois todos os anátemas do mundo não impedirão que a ciência caminhe, e que a verdade venha à luz do dia. Se a religião se recusar a caminhar com a ciência, a ciência prosseguirá sozinha.” 

“Somente as religiões estacionárias podem temer as descobertas da ciência. Essas descobertas não são funestas senão aos que se distanciam das ideias progressivas, imobilizando-se no absolutismo de suas crenças; eles fazem em geral uma ideia tão mesquinha da Divindade, que não compreendem que o fato de se assimilarem às leis da Natureza reveladas pela ciência é glorificar Deus em suas obras; porém, em sua cegueira, preferem com isso prestar uma homenagem ao Espírito do mal. Uma religião que não estivesse em contradição com as leis da Natureza nada teria que temer do progresso, e seria invulnerável.” 

Urge uma reflexão por parte dos espíritas – em especial dos médiuns e dos dirigentes – que consideram como embuste a questão extraterrena, pois será inconcebível se, daqui a alguns poucos anos, for percebido que os mesmos agiram como os escribas e os fariseus no tempo de Jesus, visto que não avançavam e nem deixavam avançar, não entravam e nem deixavam entrar os que queriam se iniciar nos estudos de vanguarda que levam ao desenvolvimento espiritual, única maneira de evoluir. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Vós fechais aos homens o reino dos céus: vós mesmos não entrais e nem deixais que entrem os que querem entrar.” (Mt 23, 13). 

Na segunda metade do século XIX, afrontado pelo desinteresse e resistência à mudança que a ortodoxia vigente sempre oferta às novidades que intentam surgir, Kardec preferiu desenvolver, com toda a profundidade de análise que lhe fosse possível, a temática do “espírito”, deixando – por questão de estratégia pessoal frente às forças conservadoras da época – o conceito de ser celeste, ser cósmico ou extraterreno, para o porvir.  

Mesmo assim, Kardec foi compondo paulatinamente os painéis da compreensão desse contexto relativo a seres celestes, cósmicos ou extraterrenos, mas, ao perceber que mal conseguiria levar adiante o mister espírita – pela falta de apoio e pelo acúmulo de obstáculos que a cada momento se ajuntavam  – foi distribuindo pelos artigos da Revista Espírita, lançada em 1858,  e mesmo pelas entrelinhas dos livros que estava produzindo, um pouco dessas reflexões. 

E o que era o conceito de “ser celeste”, que Kardec depreendera dos seus estudos?  

Preocupado em ofertar a melhor possibilidade de compreensão diante do assunto novo, e por força de sua experiência como professor, Kardec preocupou-se em dividir em quatro partes, de forma didática, O Livro dos Espíritos: As Causas Primeiras, Mundo dos Espíritos, As Leis Morais e Esperanças e Consolações. 

Na segunda parte, denominada Mundo dos Espíritos, no seu capítulo IV, Pluralidade das Existências, na pergunta 172 é questionado aos espíritos: “Nossas diferentes existências corporais se passam todas sobre a Terra?”  

E os espíritos responderam:  

“Não, não todas, mas nos diferentes mundos; a que passamos neste globo não é a primeira, nem a última e é uma das mais materiais e das mais distanciadas da perfeição.” 

Muitas vezes, ao analisar as perguntas que haviam sido formuladas aos espíritos codificadores e as respectivas respostas obtidas, Kardec defrontou-se com as limitações psíquicas da própria época em que viveu. Contudo, algumas questões deixavam tão óbvias as conclusões que, por mais distantes do senso comum que porventura pudessem se encontrar, eram-lhe motivo de muito estudo reflexivo sobre os temas envolvidos. 

Um das que mais lhe marcou a sobriedade de análise foi, exatamente, a resposta dada pelos espíritos, no sentido de que a existência corporal que estávamos tendo na Terra não era nem a primeira, e nem seria a última, donde se depreende que todos, ou alguns dos que vivem na Terra, já “viveram” – isto é, já haviam tido existências corporais em outros mundos –, e que ainda iriam viver em outros planetas em um tempo futuro. 

Se dúvida houvesse, a resposta dada à pergunta 173 – incluindo seus desdobramentos em 173a e 173b, que deixam claro que: “[…] já vivestes em outros mundos e sobre a Terra” –, ajudaria a dissipá-las.  

Assim, visando encerrar – de vez e de forma inequívoca – qualquer questionamento sobre o fato dos espíritos estarem afirmando, claramente, que existia vida corpórea encarnada em mundos, que não o terrestre e, por conseguinte, em mundos extraterrestres, na pergunta 181, Kardec quis saber: 

“Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos nossos?” 

E os espíritos responderam que:  

“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material, conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso que assinala a diferença entre os mundos que temos que percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá.” 

Observemos que Kardec não perguntou “os espíritos”, mas sim “os seres”, pois que na sua percepção já havia a distinção entre os conceitos de espírito – desencarnado ou encarnado no contexto do orbe terreno – e de seres, isto é, espíritos encarnados em outras realidades planetárias. 

No entanto, ultrapassada qualquer hesitação sobre a existência desse outro contexto “celeste”, Kardec tocou, ainda que levemente, a questão do possível intercâmbio – no campo da troca de conhecimentos entre as diferentes humanidades –, ao esboçar a pergunta 182: 

“Podemos conhecer com exatidão o estado físico e moral dos diferentes mundos?”  

E os Espíritos aclararam que:  

“Nós, os Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos estariam em estado de compreendê-las, e semelhante revelação os perturbaria.”  

E assim ficava claro que, de acordo com os conhecimentos terrenos da época, não poderia ser dito muito mais. 

Apesar de tudo, por prudência, Kardec achou melhor publicar O Livro dos Espíritos sem aprofundar, de forma mais explícita, a questão extraterrestre. A seu juízo, se a simples menção da novidade – sobre um contexto espiritual ainda por ser entendido pela humanidade – já seria dificilmente aceita pelos valores religiosos e filosóficos vigentes, tanto mais seria se, a esta novidade do contexto espiritual, também fossem agregadas as noções de outro contexto, ainda mais amplo. 

Assim, equivocam-se alguns que, no movimento espírita, afirmam que essa questão fere a pureza doutrinária do espiritismo porque envolve o fator extraterrestre, o que, também segundo os mesmos, jamais foi abordado por Allan Kardec. Novamente o equívoco, cuja base intelectual de apoio não encontra respaldo nem na obra e nem na vida do codificador. Não devem ter lido Kardec. Se o fizeram, não entenderam o essencial da sua mensagem. 

Para os que acham que a questão extraterrestre fere a chamada pureza doutrinária, ou coisa do gênero, afirmando que em centro espírita kardecista não entra comunicação de supostos ETs, seria aconselhável recordar o que certo personagem disse em seu discurso de despedida – ao lado do túmulo do amigo recém-desencarnado –, com quem se acostumara a conversar.  

Nesse sentido destaca-se, a seguir, uma pequena parte do discurso – pronunciado pelo notável astrônomo Camille Flammarion – no túmulo do seu amigo e mestre Allan Kardec. 

“Que importa que joguem sobre este gênero de estudos o sarcasmo ou o anátema aqueles, cuja vista é turvada pelo orgulho ou por preconceitos, que os impedem de compreender os ansiosos desejos do nosso pensamento ávido de conhecer; mais alto elevaremos as nossas contemplações!” 

“Tu foste o primeiro, mestre e amigo! Foste o primeiro que, desde os meus primeiros passos na carreira astronômica, testemunhaste a mais viva simpatia por minhas deduções relativas à existência das humanidades celestes; pois que, do meu livro Pluralidade dos Mundos Habitados, fizeste a pedra angular do edifício doutrinário, que tinhas arquitetado em tua mente. Muitas vezes conversamos sobre essa vida celeste tão misteriosa e agora, oh! Alma, já sabes, por uma visão direta, em que consiste ela – a vida espiritual, para a qual voltaremos, embora dela nos esqueçamos enquanto aqui estamos.” 

Em outras palavras, é dito claramente que, a propósito da ideia central do tema da Pluralidade dos Mundos Habitados, o amigo Camille Flammarion, autor deste livro, conversou muitas vezes com Kardec sobre a “vida celeste” — leia-se extraterrestre, pois na época este termo não existia — ressaltando ter Kardec utilizado este assunto como sendo a “pedra angular do edifício doutrinário” por ele formulado.  

O que quis Flammarion dizer com isto se não o aspecto óbvio do teor das intermináveis conversas sobre vida fora da Terra com o seu amigo Kardec? E observemos, também, que no seu discurso o astrônomo fez uma distinção entre vida celeste e vida espiritual. 

Como podem os atuais espíritas afirmar que a questão extraterrestre fere a pureza doutrinária, novamente questionamos, se o próprio Allan Kardec costumava conversar sobre este assunto com seus amigos?  

E se, conforme o testemunho histórico de um desses amigos, o codificador teria utilizado este tema como pedra angular do edifício doutrinário por ele arquitetado, ou seja, a Doutrina Espírita?  

Como explicar que uma das preocupações centrais do codificador transformou-se, cerca de 150 anos depois, em uma questão considerada herética e detestável pelos padrões da doutrina que ele criou? 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Crônicas de Um Novo Tempo – Introdução à Era do Conhecimento e da Espiritualização. Natal, Conectar Editora, 2012, pp. 75-80. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros 

Afinal, por que recorrer à Revelação Espiritual ocorrida na segunda metade do século XIX para pretender afirmar a existência de seres extraterrenos?  

Por que buscar nas informações dadas pelos Espíritos as notícias das muitas humanidades celestes?  

Por que, dirão os que acham que é misturar o que não dever ser misturado, recorrer ao Espiritismo para afirmar a Ufologia?  

A Ufologia precisa disso?  

Óbvio que não! Mesmo sem esses esclarecimentos, os fatos que anunciam o porvir planetário, em possível comunhão com outras humanidades celestes, já estão postos e continuam em curso, pois que a fenomenologia ufológica nada mais seria, sob esta ótica, do que os primeiros momentos de um novo tempo – para o nosso berço planetário – que está ocorrendo, e ocorrerá sem embargo de tudo mais, inclusive da opinião de algumas poucas autoridades religiosas.  

Porém, qual o problema se já existirem algumas elucidações disponíveis, dadas por avançadas inteligências espirituais que, de onde se encontram, parecem ter informações privilegiadas sobre a questão? 

Independentemente de percebermos o processo em curso, o que parece estar em jogo é o fato de as “revelações” ocorrerem na medida em que os encarnados possam apreender o seu conteúdo, valendo-se desses esclarecimentos para poder evoluir, afastando-se da ignorância que é o maior entrave à liberdade e ao progresso do ser cósmico, esteja ele evoluindo onde estiver.  

Contudo, diferente da Revelação Espiritual que teve Espíritos comunicantes e o codificador terreno na pessoa de Kardec, a Revelação Cósmica não se dará por obra de nenhum terráqueo – apesar de todos poderem participar do processo, pois que o mesmo será progressivo e deverá ocupar o trabalho de gerações – mas sim, através da convivência clara e objetiva com os nossos irmãos cósmicos, que já se preparam para os primeiros momentos dessa nova etapa evolutiva.  

Mas, enquanto isso não se der, somente nos resta a percepção do que nos pode ser dado pela nobre e correta interpretação dos fatos, e não pelas crenças ou opiniões pessoais, inclusive deste autor, que apenas pretende semear reflexão em torno do tema. 

Caminhamos até aqui para afirmar que, conforme entendemos, a única verdade da Ufologia é que algo muito sério está ocorrendo e esse “algo” já era fator presente no passado terrestre. E seja lá o que esse “algo” for, não é produto desta humanidade, até porque uma das probabilidades é que esse “algo extraterreno” seja o responsável pela criação da espécie homo sapiens.  

Além dessa assertiva, é a verdade presumível, partindo-se da premissa de que filosoficamente pode-se perceber o sentido do que é óbvio, em termos de realidade – apesar de ainda não provada pelos sentidos perceptivos do cérebro humano – de que, pelo que se pode depreender do nosso contexto histórico, esse fenômeno que parece ser tão antigo quanto a história desta humanidade, é promovido por inteligências outras que não as terrenas. No momento, mais que isso não pode ser afirmado como sendo verdade, e nem como verdade presumível, pelo menos na ótica deste escrevente.  

Quanto às desagregações entre os diversos segmentos da ufologia, que sejam tidas como aspectos da nossa própria incapacidade de agir de maneira diferente, o que não impede o progresso da busca, das ideias e dos ideais. Afinal, cada pessoa tem as suas próprias conclusões quanto ao que é óbvio e se julga dotada de profundo bom senso. 

No que se refere a essa matéria, o genial filósofo francês René Descartes, em um dos seus livros, “Discurso do Método”, já havia registrado que:  

“O bom senso é, das coisas do mundo, a mais bem dividida, pois cada qual julga estar tão bem dotado dele, que mesmo os mais difíceis de contentar-se em outras coisas não costumam desejar tê-lo mais do que já têm. E não é verossímil que todos se enganem a esse respeito; pelo contrário, isso evidencia que o poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso, isto é, o que se denomina o bom senso ou a razão, é naturalmente igual em todos os homens. A diversidade das nossas opiniões não provém do fato de uns serem mais racionais do que os outros, mas tão-somente em razão de conduzirmos o nosso pensamento por diferentes caminhos e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não basta ter o espírito bom: o essencial é aplicá-lo bem.” 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Crônicas de Um Novo Tempo – Introdução à Era do Conhecimento e da Espiritualização. Natal, Conectar Editora, 2012, pp. 80-82. 

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Assim, por não termos ainda a necessária habilidade de aplicar os nossos espíritos na arte do bem e, também, por não conseguirmos perceber o óbvio, costumamos nos esquecer de observar que, por meio de comunicações mediúnicas ou canalizadas, a condição humana não nos permitirá maiores certezas na identificação de coisa alguma nesse sentido, pois que nesse contexto existe o inevitável fator da imperfeição do ser terráqueo. 

Deveríamos ter, portanto, a humildade necessária para sabermos lidar com processos que se encontram fora do alcance do que podemos ao certo perceber. E mais ainda: percebermos o sentido óbvio de que o processo de canalização é somente uma etapa, algo arriscada, do processo evolutivo, enquanto ainda não estivermos habilitados a lidar diretamente com espíritos desencarnados e seres de outros mundos. 

Nos dias atuais, foi fartamente veiculado pela imprensa que o amado Chico Xavier teria afirmado em vida que suas possíveis mensagens, após o seu desencarne, deveriam estar envolvidas em uma espécie de código identificador somente conhecido por três pessoas da sua intimidade.  

Desculpem, mas isso é uma afronta à memória de Chico, por cuja grandeza espiritual, jamais derrogaria o mais simples dos preceitos observados pelos espíritos codificadores e expressamente ressaltado por Kardec: que as mensagens vindas do outro lado da vida não deveriam ter as suas marcas de possível autenticidade grafadas pelo nome do autor, mas sim pelo conteúdo das mesmas.  

Os espíritos codificadores agiram dessa maneira por um motivo óbvio: na condição humana é simplesmente impossível se determinar se a “autoria intelectual” é de tal ou qual individualidade. Este é o preceito mais precioso da prudência no campo das comunicações interdimensionais. E seria exatamente Chico que iria ferir, depois da obra magnífica que realizou, tão comezinho princípio da lógica espiritual? 

Devemos todos, independente de outras questões, procurar beber de todas as fontes cristalinas que matam a sede de saber, que nos move o íntimo. A Doutrina Espírita é uma dessas fontes, a mais moderna e talvez a mais rica já fecundada neste mundo.  

Por que não estudá-la, mesmo que certos segmentos do espiritismo pretendam patrulhar esse acesso, na pretensão de transformar o leitor desta doutrina em um espírita, o que é um profundo e lamentável equívoco?! O acervo de informações das doutrinas budista, espírita-cristã, taoísta e de todas mais, pertencem à humanidade e não aos seguidores desse ou daquele movimento. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Crônicas de Um Novo Tempo – Introdução à Era do Conhecimento e da Espiritualização. Natal, Conectar Editora, 2012, pp. 82-83. 

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Concluindo, obrigamo-nos a repetir que é sempre temeroso dar-se por sabido o que ainda precisa ser descoberto pelos padrões do que pode ser considerado como “verdade”, na condição humana. E no que se refere a espíritos e extraterrestres, esta humanidade ainda precisa galgar muitos degraus de uma escada evolutiva, na qual, a cada patamar que alcança, o vislumbre do horizonte de observação vai se tornando cada vez mais amplo.  

Talvez haja falta de humildade intelectual onde sobra – em todos nós – a sinceridade de propósitos na busca do progresso espiritual. 

No que me toca observar – e isso é somente um testemunho passível de equívocos comuns à frágil percepção espiritual que me caracteriza a busca evolutiva – esses dois contextos, a saber, o espiritual e o cósmico, ou extraterreno, respondem pelas duas componentes que servem de pilares para a vida na Terra, e que nos fornecem as respostas para as inquietantes indagações da nossa filosofia existencial:  

Quem somos?  

De onde viemos?  

Por que estamos neste mundo?  

Qual o sentido da vida?  

Qual a função do ser humano diante da existência? 

Precisamos estudar e compreender esses dois contextos que envolvem a vida na Terra, para que então nos seja possível entender a nossa situação neste mundo, fruto exatamente da interseção dessas duas hostes existenciais. 

Tudo o que precisamos é que espíritas, ufólogos e demais estudiosos e  pesquisadores, das diferentes áreas do conhecimento humano terreno, tenham o devido bom senso para não disputarem a propriedade de temas que – a bem da verdade – a ninguém pertence.  

Ou, sob outra perspectiva de análise, pertence a todos nós, que é o exercício pleno da cidadania cósmica que qualquer individualidade expressa.  Tanto pelo simples fato de existir em algum recanto deste majestoso universo – provável conjunto de muitos universos e dimensões – quanto pelo seu direito de buscar amorosamente a verdade. 

Eis que surge um tempo em que precisamos todos nos espiritualizar para melhor poder conhecer a realidade – que nos envolve – com todos os seus contextos. É chegada a era do conhecimento e da espiritualização. 

E que possamos, portanto, ter a liberdade de nos expressar livremente na busca da “verdade”, sem maiores preocupações com rótulos transitórios. 

 Afinal, na condição humana terrena, o que podemos saber ao certo a não ser a importância do: – “Amai-vos uns aos outros…”?  

Até porque, independentemente de existirem espíritos e extraterrestres, e de vivermos nesta ou naquela época, se nos amássemos verdadeiramente, a Terra seria o próprio paraíso.  

Porém, e a bem da verdade, mesmo existindo outras tantas humanidades celestes e espirituais, enquanto não aprendermos a amar uns aos outros, a vida na Terra será sempre o caos já conhecido, mesmo que sejamos doutores em ufologia, espiritismo e outras matérias.  

E não será nenhum espírito, ou extraterrestre, que virá fazer pelos terráqueos o que estes precisam, de fato, aprender a realizar. 

A saber, o desenvolvimento – em si mesmos – das habilidades para amar ao próximo e para dignificar e honrar a vida, seja ela em que nível for, seja ela, também, em que morada cósmica for. 

Jan Val Ellam 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Crônicas de Um Novo Tempo – Introdução à Era do Conhecimento e da Espiritualização. Natal, Conectar Editora, 2012, pp. 83-84. 

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A principal característica quase nunca percebida, “por trás” da vida na Terra, é exatamente um conjunto de intenções traçadas no plano espiritual antes do nascimento, quanto a possíveis realizações a serem empreendidas durante a jornada terrena. 

Normalmente, um espírito de razoável porte evolutivo – média da humanidade – antes de encarnar, conversa com seus afins na espiritualidade, com seus guias espirituais, com seus amigos, sobre algumas obras que gostaria de realizar, sejam elas pequeníssimas, notadas apenas por ele próprio; sejam outras, mais significativas; sejam, ainda, aquelas de grande abrangência, dependendo da condição do espírito reencarnante. 

Se fossem tornadas públicas as promessas daqueles que encarnaram com o intuito de construir grandes obras políticas e sociais como hospitais, creches, escolas, e que conseguiram passar setenta anos na Terra sem ajudarem uma só criança – esquecendo-se, por vezes, de acompanhar a formação da personalidade dos próprios filhos – seria claramente percebido como as circunstâncias da vida terrena impõem os seus limites sobre as boas intenções. As paixões do jogo do poder temporal, das conquistas, da troca de afetividade no campo da sexualidade mal conduzida, tudo isso concorre para que pouco, ou nada mais, se perceba ao redor. 

Há aqueles que queriam construir uma creche para mil crianças, mas nunca tiveram tempo e nem se permitiram perder dez minutos para ajudar uma só criança. Outros, que podendo edificar um educandário para vinte crianças carentes, orgulhosamente ostentam a intenção de construir um bem maior, e passam pela vida sem nada fazer de palpável. 

Portanto, apesar de haver honrosas exceções, a principal característica que se percebe é que todo espírito mediano que encarna na Terra, e que “escreve na sua ficha encarnatória” os projetos a que se compromete empreender, continuamente encerra o prazo de sua existência sem maiores realizações. 

No caso de uma família espiritual em questão, formada por cerca de 900 espíritos – dos quais, quase duas centenas e meia de espíritos ou 254 espíritos, para ser mais exato, estão atualmente reencarnados e os demais, desencarnados –, das fichas existenciais que pudemos observar dessa família espiritual, nenhum, literalmente nenhum, fez o que gostaria de ter feito, ou o que se comprometeu a fazer. Ou, em outras palavras, o que se esperava que ele fizesse, já que era possível de ser realizado. Situações desse tipo retardam o progresso de toda a família espiritual das famílias terrenas, formadas por intermédio das reencarnações desse grande grupo, como também das comunidades nas quais estão inseridas; enfim, retardam o progresso do planeta Terra. 

O interessante é notar que a maioria deles, ao longo da segunda metade do século XX que ora se finda, mesmo não tendo conseguido fazer aquilo que esperava fazer, ainda fez bem menos porque terminou se complicando diante das leis cármicas, já que fez convergir toda a sua energia para aspectos menos nobres da vida, o que, no entanto, frequentemente ocorre. A fácil e irresistível atração pelos painéis do mundo material mantém-se como fator imperioso para espíritos ainda presos à materialidade grosseira do campo das sensações primitivas. 

Quando aqui chegamos, após o desenlace do corpo físico, a primeira pergunta que fazemos a nós mesmos é: “Onde estão as obras que intentei realizar?” 

Tentamos criar mil e uma desculpas que, em silêncio respeitoso, os mentores as escutam. A princípio, o silêncio é agradável. Depois, a nossa própria consciência, diante de tanto silêncio, também se cala em atitude sensata. Mais tarde, abre-se o entendimento pleno da oportunidade e do tempo perdidos. 

Mas, como todas as atitudes e intenções são avaliadas e, quando não se encontra nenhuma obra no campo das realizações terrenas, nos é perguntado: “E as suas intenções?” Nesse quesito, todo mundo tira nota dez porque todo e qualquer espírito mediano, já tendente ao bem – o que já é muita coisa, no caso terreno – é cheio de boas intenções. 

Assim dizemos por que, infelizmente, grande parte dos nossos irmãos e irmãs ainda congregados na Terra, nem no campo das intenções consegue sequer tirar notas medianas, porquanto se mantêm presos a intenções equivocadas.  

Todavia, como lhes dissemos, estamos a falar de espíritos medianos – de razoável bagagem existencial, bem intencionados e cheios de fragilidades que, geralmente, lhes tolhem as boas atitudes – e, quando não se tem nenhuma obra a apresentar, ainda assim, a riqueza das boas intenções compõe o modesto, e ao mesmo tempo maravilhoso, marco espiritual que já os caracteriza. 

— “Tudo bem! Não foi capaz de construir hospital, creche, etc. Não foi capaz de ajudar a uma, a dezenas ou a centenas de crianças necessitadas de amparo, mas teve filhos. Como os tratou enquanto pai de família? Que obras tem a apresentar, ao menos nessa inevitável realização que a condição terrena nos impõe, que é a de nascermos numa família para, também no seio familiar, recebermos outros espíritos que chegam ao planeta Terra, precisando de apoio e estímulo educacional? Quanto e como contribuiu para que os espíritos, que foram seus filhos, pudessem evoluir?” A voz da nossa consciência, estimulada pelos mentores, assim pondera e pergunta. 

Há uma obra inevitável na condição humana terrena, que é a obra da própria família em que o espírito está inserido. Sobre essa realização, não há grandes desculpas a serem apresentadas. Pelo menos, nesse campo de atuação, somos todos obrigados a apresentar uma “boa nota”. Reside, nessa consecução de engenharia de vida na Terra, a inexorabilidade de se realizar alguma coisa digna durante a vida terrena e, disso, ninguém escapa. Mesmo porque, todo mundo há de nascer numa família, ou formará  outra no futuro; ou ainda, na pior das hipóteses, pertencerá a algum grupo que lhe esteja mais próximo, seja em que circunstância for. 

Podemos não ter tempo ou oportunidade para fazer coisa alguma na vida. Entretanto, convivendo com aqueles que a Providência coloca no nosso caminho, podemos e devemos melhorar a cada instante, ajudando-os e nos ajudando a evoluir.  

Então, pelo teste da família – ou de um grupo de pessoas que nos rodeia,  que a isso possa se assemelhar – todos nós somos obrigados, queiramos ou não, a apresentar as nossas contribuições e posturas assumidas ao longo da vida, quando aqui chegamos. Ou seja, sobre o templo da família, a Providência nos cobrará as ofertas colocadas nesse templo, porque somos responsáveis por tudo o que semeamos nos corações daqueles que nos rodeiam. Disso, todos nós temos que prestar contas. 

Há, entretanto, outrotemplo” a ser erigido, que também dele não se escapa. Há outra obra que o ser humano terreno tem que realizar, contudo muitos passam pela vida e, sequer, disso se apercebem. É a própria edificação do bem que devemos construir em nosso espírito, mesmo vivendo em corpo transitório, com tantas inclinações e necessidades, porém maravilhoso porque propicia – a espíritos tão equivocados – a possibilidade do progresso espiritual. 

No usufruto desse templo físico, que nasce e morre, temos nós que praticar posturas educativas que levem, tanto o corpo físico como a organização espiritual, a melhores condições vibratórias. 

Assim, existem perguntas inevitáveis a serem feitas quando aqui chegamos, seja por nós mesmos ou pelos nossos guias e amigos espirituais: “Quais as obras que têm a nos mostrar?” Silêncio! “Se não têm obras edificadas quais foram, ao menos, as suas intenções?” Ah! E aí falamos horas e horas sobre as nossas intenções. Quando acabamos, nos é perguntado: “Entretanto, especificamente quanto à questão do âmbito familiar, o que fizeram?” 

Chega a ser deprimente observar os que daí chegam, quando começam a enfatizar o que não foi feito, e os “porquês”. Melhor seria se falassem sobre o que foi feito de bom, de construtivo e de tudo aquilo que gratifica ao próprio espírito, apesar das dificuldades e das circunstâncias da vida terrena. Tratando-se, aqui, também da inevitável verificação quanto à participação daqueles que nos rodearam na vida terrena: se nos ajudaram ou dificultaram na tarefa a ser realizada, tanto individual quanto conjuntamente.  

Sabemos, até mesmo por experiência própria, que não é nada fácil viver na Terra. Temos conhecimento do quão difícil é atender às obrigações do dia a dia, porquanto delas é que provém a sobrevivência material para todos os que aí vivem. Afinal, todo mundo tem que trabalhar e produzir um mínimo, que seja. Não estamos, portanto, a lhes pregar a irresponsabilidade cósmica do: “Doravante não mais trabalharei e largarei tudo para começar a praticar a caridade”! Grande coisa! Serão apenas mais um a necessitar da caridade alheia, daqui a pouco, se essa for a atitude. 

Entretanto, é imperioso analisar o ritmo de vida característico de como se vive hoje na Terra e, com um “mínimo de sabedoria”, construir um ponto de equilíbrio entre as necessidades materiais e as grandes conquistas e realizações espirituais a serem feitas. 

Se não puderem tirar uma pequena parcela de tempo:  

  • de suas horas de trabalho profissional; 
  • das horas em que se alimentam para a sobrevivência do próprio corpo;  
  • das horas de convivência com o núcleo familiar;  
  • das horas dos períodos de descanso e de lazer,                                  

então, a pergunta a ser feita, é: de qual parte da vida terão que tirar algum tempo para se dedicarem à edificação das obras importantes para seus espíritos?  

Importa perceber que somente existindo o aparente sacrifício, de um ou de alguns setores da nossa existência material, é que conseguiremos edificar as obras espirituais necessárias ao progresso de nós mesmos. Não há milagre a ser feito, a não ser o da organização de uma boa estratégia de administração do tempo e das oportunidades que surgem durante a vida, além do mínimo de eficácia na realização do que se pretende. 

Temos ciência de que o lazer, o entretenimento e o repouso são fatores importantes para o nosso bem-estar psíquico; no entanto, não há outra saída a não ser retirar construtivamente algumas horas desses campos, para bem investir nos projetos de caráter espiritual. Essa é uma das mais marcantes características da vida terrestre, e quase ninguém consegue se equilibrar entre a necessidade de realizar obras meritórias e as dificuldades do cotidiano planetário. 

Quase todos se perdem nessa confusa mistura de boas intenções, ideias, planos inexequíveis, má coordenação dos esforços diante dos objetivos equivocadamente traçados, além de análises preguiçosamente feitas e, ainda assim, muitos pretendem debitar a causa dos problemas nas suas vidas à “falta de ajuda por parte da espiritualidade”. 

Amados irmãos e irmãs! De forma brincalhona, diríamos que tudo que estamos tentando fazer é facilitar, e mesmo simplificar, o trabalho de seus  guias espirituais para quando chegar a hora do desencarne. Para que essas perguntas – que inevitavelmente escutarão – hoje já estejam sendo ouvidas para que possam refletir, enquanto ainda têm vida em abundância em seus corpos transitórios. Aproveitai-a, portanto! 

É fato conhecido que existe “certa tendência presente na história terrena” onde, via de regra, aqueles que detêm o poder temporal se quedam nos seus postos, e começam a recrutar os esforços de seus súditos e comandados, para que isto ou aquilo seja realizado. Nos tempos da Roma antiga – e eis que entre os presentes há alguns que ali estiveram encarnados –, aqueles imperadores que não tinham mais tempo, a não ser para alimentar-se faustosamente e divertir-se de todas as maneiras, davam ordens e se permitiam fazer coisas que a pouca vigilância do espírito humano permite. 

Tinham a seu lado os mais belos homens, as mais belas mulheres, os melhores atletas, os melhores músicos, os mais argutos sábios. Enfim, tudo o que de “melhor” podiam ter, tinham. Ainda assim, pouco realizaram e a muitos fizeram sofrer. Cuidai! Cuidai! Até porque essa característica dos césares romanos é comum a todos os seres humanos e, independentemente de sermos imperadores ou pobretões, muitas vezes estamos nós – seja no lar ou no trabalho – a esperar que os outros façam aquilo que podemos e devemos fazer por nós mesmos. 

É muito fácil, diante dessa característica terrena, ter poder sobre os outros, exercer o jugo administrativo sobre os demais. O difícil é ter poder sobre si mesmo. Aí, sim, reside a grande dificuldade. E há espíritos que durante a longa história terrena foram reis, imperadores, chefes de muitas vidas e que, após centenas de milhares de anos, ainda são incapazes de administrar a si próprios diante do tempo da vida terrena, diante das obrigações profissionais deste fim de século, diante de intenções outras; enfim, diante de obras que prometeram a si mesmos realizar. 

Acho que falei demais. 

Alguns dos presentes estão a pensar que isto é “um puxão de orelha”, mas não é. É apenas o resultado superficial de um relatório que ainda está por ser apresentado aos mentores, e também a esta audiência em futuro breve. Isso servirá para a aprendizagem de todos os envolvidos. São apenas notícias despretensiosas das fichas existenciais, sobre as quais “bisbilhotamos” – óbvio que, com a autorização dos membros da família espiritual em questão – para que delas possamos retirar as devidas reflexões. 

Daqui a algumas dezenas de anos, será a vez de aqui chegarem e, se ainda por aqui estiver, garanto-lhes, pegarei as fichas de cada um e iremos conversar sobre as “suas boas realizações”.  

Mãos à obra, enquanto tempo ainda têm! 

Yammes 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 30-37. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

A principal característica quase nunca percebida, “por trás” da vida na Terra, é exatamente um conjunto de intenções traçadas no plano espiritual antes do nascimento, quanto a possíveis realizações a serem empreendidas durante a jornada terrena. 

Normalmente, um espírito de razoável porte evolutivo – média da humanidade – antes de encarnar, conversa com seus afins na espiritualidade, com seus guias espirituais, com seus amigos, sobre algumas obras que gostaria de realizar, sejam elas pequeníssimas, notadas apenas por ele próprio; sejam outras, mais significativas; sejam, ainda, aquelas de grande abrangência, dependendo da condição do espírito reencarnante. 

Se fossem tornadas públicas as promessas daqueles que encarnaram com o intuito de construir grandes obras políticas e sociais como hospitais, creches, escolas, e que conseguiram passar setenta anos na Terra sem ajudarem uma só criança – esquecendo-se, por vezes, de acompanhar a formação da personalidade dos próprios filhos – seria claramente percebido como as circunstâncias da vida terrena impõem os seus limites sobre as boas intenções. As paixões do jogo do poder temporal, das conquistas, da troca de afetividade no campo da sexualidade mal conduzida, tudo isso concorre para que pouco, ou nada mais, se perceba ao redor. 

Há aqueles que queriam construir uma creche para mil crianças, mas nunca tiveram tempo e nem se permitiram perder dez minutos para ajudar uma só criança. Outros, que podendo edificar um educandário para vinte crianças carentes, orgulhosamente ostentam a intenção de construir um bem maior, e passam pela vida sem nada fazer de palpável. 

Portanto, apesar de haver honrosas exceções, a principal característica que se percebe é que todo espírito mediano que encarna na Terra, e que “escreve na sua ficha encarnatória” os projetos a que se compromete empreender, continuamente encerra o prazo de sua existência sem maiores realizações. 

No caso de uma família espiritual em questão, formada por cerca de 900 espíritos – dos quais, quase duas centenas e meia de espíritos ou 254 espíritos, para ser mais exato, estão atualmente reencarnados e os demais, desencarnados –, das fichas existenciais que pudemos observar dessa família espiritual, nenhum, literalmente nenhum, fez o que gostaria de ter feito, ou o que se comprometeu a fazer. Ou, em outras palavras, o que se esperava que ele fizesse, já que era possível de ser realizado. Situações desse tipo retardam o progresso de toda a família espiritual das famílias terrenas, formadas por intermédio das reencarnações desse grande grupo, como também das comunidades nas quais estão inseridas; enfim, retardam o progresso do planeta Terra. 

O interessante é notar que a maioria deles, ao longo da segunda metade do século XX que ora se finda, mesmo não tendo conseguido fazer aquilo que esperava fazer, ainda fez bem menos porque terminou se complicando diante das leis cármicas, já que fez convergir toda a sua energia para aspectos menos nobres da vida, o que, no entanto, frequentemente ocorre. A fácil e irresistível atração pelos painéis do mundo material mantém-se como fator imperioso para espíritos ainda presos à materialidade grosseira do campo das sensações primitivas. 

Quando aqui chegamos, após o desenlace do corpo físico, a primeira pergunta que fazemos a nós mesmos é: “Onde estão as obras que intentei realizar?” 

Tentamos criar mil e uma desculpas que, em silêncio respeitoso, os mentores as escutam. A princípio, o silêncio é agradável. Depois, a nossa própria consciência, diante de tanto silêncio, também se cala em atitude sensata. Mais tarde, abre-se o entendimento pleno da oportunidade e do tempo perdidos. 

Mas, como todas as atitudes e intenções são avaliadas e, quando não se encontra nenhuma obra no campo das realizações terrenas, nos é perguntado: “E as suas intenções?” Nesse quesito, todo mundo tira nota dez porque todo e qualquer espírito mediano, já tendente ao bem – o que já é muita coisa, no caso terreno – é cheio de boas intenções. 

Assim dizemos por que, infelizmente, grande parte dos nossos irmãos e irmãs ainda congregados na Terra, nem no campo das intenções consegue sequer tirar notas medianas, porquanto se mantêm presos a intenções equivocadas.  

Todavia, como lhes dissemos, estamos a falar de espíritos medianos – de razoável bagagem existencial, bem intencionados e cheios de fragilidades que, geralmente, lhes tolhem as boas atitudes – e, quando não se tem nenhuma obra a apresentar, ainda assim, a riqueza das boas intenções compõe o modesto, e ao mesmo tempo maravilhoso, marco espiritual que já os caracteriza. 

— “Tudo bem! Não foi capaz de construir hospital, creche, etc. Não foi capaz de ajudar a uma, a dezenas ou a centenas de crianças necessitadas de amparo, mas teve filhos. Como os tratou enquanto pai de família? Que obras tem a apresentar, ao menos nessa inevitável realização que a condição terrena nos impõe, que é a de nascermos numa família para, também no seio familiar, recebermos outros espíritos que chegam ao planeta Terra, precisando de apoio e estímulo educacional? Quanto e como contribuiu para que os espíritos, que foram seus filhos, pudessem evoluir?” A voz da nossa consciência, estimulada pelos mentores, assim pondera e pergunta. 

Há uma obra inevitável na condição humana terrena, que é a obra da própria família em que o espírito está inserido. Sobre essa realização, não há grandes desculpas a serem apresentadas. Pelo menos, nesse campo de atuação, somos todos obrigados a apresentar uma “boa nota”. Reside, nessa consecução de engenharia de vida na Terra, a inexorabilidade de se realizar alguma coisa digna durante a vida terrena e, disso, ninguém escapa. Mesmo porque, todo mundo há de nascer numa família, ou formará  outra no futuro; ou ainda, na pior das hipóteses, pertencerá a algum grupo que lhe esteja mais próximo, seja em que circunstância for. 

Podemos não ter tempo ou oportunidade para fazer coisa alguma na vida. Entretanto, convivendo com aqueles que a Providência coloca no nosso caminho, podemos e devemos melhorar a cada instante, ajudando-os e nos ajudando a evoluir.  

Então, pelo teste da família – ou de um grupo de pessoas que nos rodeia,  que a isso possa se assemelhar – todos nós somos obrigados, queiramos ou não, a apresentar as nossas contribuições e posturas assumidas ao longo da vida, quando aqui chegamos. Ou seja, sobre o templo da família, a Providência nos cobrará as ofertas colocadas nesse templo, porque somos responsáveis por tudo o que semeamos nos corações daqueles que nos rodeiam. Disso, todos nós temos que prestar contas. 

Há, entretanto, outrotemplo” a ser erigido, que também dele não se escapa. Há outra obra que o ser humano terreno tem que realizar, contudo muitos passam pela vida e, sequer, disso se apercebem. É a própria edificação do bem que devemos construir em nosso espírito, mesmo vivendo em corpo transitório, com tantas inclinações e necessidades, porém maravilhoso porque propicia – a espíritos tão equivocados – a possibilidade do progresso espiritual. 

No usufruto desse templo físico, que nasce e morre, temos nós que praticar posturas educativas que levem, tanto o corpo físico como a organização espiritual, a melhores condições vibratórias. 

Assim, existem perguntas inevitáveis a serem feitas quando aqui chegamos, seja por nós mesmos ou pelos nossos guias e amigos espirituais: “Quais as obras que têm a nos mostrar?” Silêncio! “Se não têm obras edificadas quais foram, ao menos, as suas intenções?” Ah! E aí falamos horas e horas sobre as nossas intenções. Quando acabamos, nos é perguntado: “Entretanto, especificamente quanto à questão do âmbito familiar, o que fizeram?” 

Chega a ser deprimente observar os que daí chegam, quando começam a enfatizar o que não foi feito, e os “porquês”. Melhor seria se falassem sobre o que foi feito de bom, de construtivo e de tudo aquilo que gratifica ao próprio espírito, apesar das dificuldades e das circunstâncias da vida terrena. Tratando-se, aqui, também da inevitável verificação quanto à participação daqueles que nos rodearam na vida terrena: se nos ajudaram ou dificultaram na tarefa a ser realizada, tanto individual quanto conjuntamente.  

Sabemos, até mesmo por experiência própria, que não é nada fácil viver na Terra. Temos conhecimento do quão difícil é atender às obrigações do dia a dia, porquanto delas é que provém a sobrevivência material para todos os que aí vivem. Afinal, todo mundo tem que trabalhar e produzir um mínimo, que seja. Não estamos, portanto, a lhes pregar a irresponsabilidade cósmica do: “Doravante não mais trabalharei e largarei tudo para começar a praticar a caridade”! Grande coisa! Serão apenas mais um a necessitar da caridade alheia, daqui a pouco, se essa for a atitude. 

Entretanto, é imperioso analisar o ritmo de vida característico de como se vive hoje na Terra e, com um “mínimo de sabedoria”, construir um ponto de equilíbrio entre as necessidades materiais e as grandes conquistas e realizações espirituais a serem feitas. 

Se não puderem tirar uma pequena parcela de tempo:  

  • de suas horas de trabalho profissional; 
  • das horas em que se alimentam para a sobrevivência do próprio corpo;  
  • das horas de convivência com o núcleo familiar;  
  • das horas dos períodos de descanso e de lazer,                                  

então, a pergunta a ser feita, é: de qual parte da vida terão que tirar algum tempo para se dedicarem à edificação das obras importantes para seus espíritos?  

Importa perceber que somente existindo o aparente sacrifício, de um ou de alguns setores da nossa existência material, é que conseguiremos edificar as obras espirituais necessárias ao progresso de nós mesmos. Não há milagre a ser feito, a não ser o da organização de uma boa estratégia de administração do tempo e das oportunidades que surgem durante a vida, além do mínimo de eficácia na realização do que se pretende. 

Temos ciência de que o lazer, o entretenimento e o repouso são fatores importantes para o nosso bem-estar psíquico; no entanto, não há outra saída a não ser retirar construtivamente algumas horas desses campos, para bem investir nos projetos de caráter espiritual. Essa é uma das mais marcantes características da vida terrestre, e quase ninguém consegue se equilibrar entre a necessidade de realizar obras meritórias e as dificuldades do cotidiano planetário. 

Quase todos se perdem nessa confusa mistura de boas intenções, ideias, planos inexequíveis, má coordenação dos esforços diante dos objetivos equivocadamente traçados, além de análises preguiçosamente feitas e, ainda assim, muitos pretendem debitar a causa dos problemas nas suas vidas à “falta de ajuda por parte da espiritualidade”. 

Amados irmãos e irmãs! De forma brincalhona, diríamos que tudo que estamos tentando fazer é facilitar, e mesmo simplificar, o trabalho de seus  guias espirituais para quando chegar a hora do desencarne. Para que essas perguntas – que inevitavelmente escutarão – hoje já estejam sendo ouvidas para que possam refletir, enquanto ainda têm vida em abundância em seus corpos transitórios. Aproveitai-a, portanto! 

É fato conhecido que existe “certa tendência presente na história terrena” onde, via de regra, aqueles que detêm o poder temporal se quedam nos seus postos, e começam a recrutar os esforços de seus súditos e comandados, para que isto ou aquilo seja realizado. Nos tempos da Roma antiga – e eis que entre os presentes há alguns que ali estiveram encarnados –, aqueles imperadores que não tinham mais tempo, a não ser para alimentar-se faustosamente e divertir-se de todas as maneiras, davam ordens e se permitiam fazer coisas que a pouca vigilância do espírito humano permite. 

Tinham a seu lado os mais belos homens, as mais belas mulheres, os melhores atletas, os melhores músicos, os mais argutos sábios. Enfim, tudo o que de “melhor” podiam ter, tinham. Ainda assim, pouco realizaram e a muitos fizeram sofrer. Cuidai! Cuidai! Até porque essa característica dos césares romanos é comum a todos os seres humanos e, independentemente de sermos imperadores ou pobretões, muitas vezes estamos nós – seja no lar ou no trabalho – a esperar que os outros façam aquilo que podemos e devemos fazer por nós mesmos. 

É muito fácil, diante dessa característica terrena, ter poder sobre os outros, exercer o jugo administrativo sobre os demais. O difícil é ter poder sobre si mesmo. Aí, sim, reside a grande dificuldade. E há espíritos que durante a longa história terrena foram reis, imperadores, chefes de muitas vidas e que, após centenas de milhares de anos, ainda são incapazes de administrar a si próprios diante do tempo da vida terrena, diante das obrigações profissionais deste fim de século, diante de intenções outras; enfim, diante de obras que prometeram a si mesmos realizar. 

Acho que falei demais. 

Alguns dos presentes estão a pensar que isto é “um puxão de orelha”, mas não é. É apenas o resultado superficial de um relatório que ainda está por ser apresentado aos mentores, e também a esta audiência em futuro breve. Isso servirá para a aprendizagem de todos os envolvidos. São apenas notícias despretensiosas das fichas existenciais, sobre as quais “bisbilhotamos” – óbvio que, com a autorização dos membros da família espiritual em questão – para que delas possamos retirar as devidas reflexões. 

Daqui a algumas dezenas de anos, será a vez de aqui chegarem e, se ainda por aqui estiver, garanto-lhes, pegarei as fichas de cada um e iremos conversar sobre as “suas boas realizações”.  

Mãos à obra, enquanto tempo ainda têm! 

Yammes 

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 30-37. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

Nós os saudamos na paz dos mestres cósmicos, lembrando que somente o esforço pessoal produz as condições necessárias para a busca evolutiva! 

Sidarta Gautama transformou a si mesmo no Buda; Saulo de Tarso fez surgir Paulo; Jesus transubstanciou-se no Cristo. Todos eles edificaram a si mesmos mediante esforços pessoais. Com suas obras construíram, no tempo em que viveram, as bases do porvir planetário. 

Hermes se fez Trismegisto; Simão Pedro tornou-se a pedra da edificação cristã; Hippolyte recriou Kardec na busca redentora; todos no esforço constante e intransferível do melhoramento íntimo. 

Que possam, pois, testemunhar – com seus exemplos – a inadiável necessidade da superação pessoal, por meio da busca da instrução e da prática da fraternidade. 

Muitos seres cósmicos já vibram os seus Espíritos amorosos na direção dos senhores. A morada planetária terrestre já está, agora, devidamente preparada para o começo de um novo tempo. Dificuldades de toda ordem ainda lhes restam, mas todas superáveis. 

Diversas equipes de trabalho cósmico já estão a postos.  

Se pudessem detectar na órbita do planeta onde habitam, um dos mais afastados do sistema solar, a presença de algumas bases que ali estão discretamente estacionadas; se pudessem perceber – nas mais altas esferas dos ambientes espirituais que abraçam e envolvem a Terra – quantos seres de naipes vibratórios maravilhosos já estão ali congregados, fluidificando o ambiente que envolve este orbe.  

Se pudessem ver – pelas ruas e estradas do mundo terreno – abnegados trabalhadores espirituais agrupados em equipes a percorrê-las, cantando hinos de saudação cósmica aos que de fora se agrupam em posição crescente de expectativa amorosa; se pudessem a tudo isso ver, pouco ainda seria visto em face do que a existência terrena já os cerca. 

Se pudessem, por fim, ver os olhos misericordiosos do Cristo e dos outros mestres siderais voltados para este planeta – já que aqui ainda está congregada a parte mais problemática do seu rebanho cósmico –, outra seria a postura dos terráqueos quanto à necessidade do pão espiritual. 

E, qual a um pastor amoroso, que não se esquece de alimentar uma só de suas ovelhas, como poderia Ele se esquecer de tantas?  

Em breve, o Seu chamamento será escutado. É chegado, enfim, o tão esperado momento em que todo o rebanho se congregará em torno do seu pastor. 

Mandreya Ramataiana  

Grupo Atlan – Natal, RN – Brasil 

 

Original in: Ellam, Jan Val. Nos Bastidores da Luz – Livro I. 2. ed. São Paulo, Editora do Conhecimento, 2003, pp. 23-24. 

Consulte site https://www.janvalellam.org/livros  

2º Congresso Espírita Mundial - Lisboa - 1998