Em certa oportunidade Pandora me disse:
“Ouse imaginar-se como um super humano, uma super mulher que senhora de si comandará o seu próprio destino. Liberte-se do que você pensa e sente. Liberte-se das suas opiniões e dos julgamentos que fazes a respeito de tudo. Siga adiante e não tenha medo de seres quem tu és verdadeiramente!”
Ao receber esse conselho de Pandora muito ponderei sobre a forma como pensamos e agirmos na nossa atual sociedade. Vivemos em um mundo onde o ato de agir, com liberdade de pensamento e ação, é algo que todos pensam que possuem e conseguem exercer efetivamente.
Todavia, se pararmos um pouco para observar se temos ou não liberdade, iremos perceber que estamos todos envolvidos numa teia de controle mental e emocional, em tal nível que, falar em liberdade é algo utópico diante da realidade que estamos inseridos.
Todos acreditam que pensam e agem a partir da educação, dos valores e princípios que receberam dos pais, da família e da escola. Ledo engano!
Somos estimulados a agir mediante o que as Mídias Sociais nos bombardeiam, com modelos que devemos reproduzir. Porém, o problema é que não paramos para questionar se o que estou vendo ou ouvindo é algo que seja bom para mim ou para a sociedade na qual estou inserido.
Quando somente reproduzimos o que nos é colocado pelos meios de comunicação, esquecemos de nos perguntar sobre o que está por trás destas informações vinculadas, quais são os grupos ou as forças que tentam a todo o custo ditar e impor conceitos, opiniões e comportamentos que todos devem seguir.
Me questiono por qual motivo adoramos exibir nossas roupas, carro, casa, comidas, bebidas, viagens, e, até mesmo, as alegrias, dores ou sofrimento que estamos passando? Por que fazemos isso e achamos natural expor a nossa vida íntima para pessoas que mal nos conhecem?
Por que precisamos adornar o nosso modo de agir com imagens e frases que tentam demonstrar para os outros que somos pessoas gentis, educadas e cultas? Qual o motivo desta necessidade de autoafirmação diante dos outros? Por que necessitamos que os outros pensem que alcançamos o sucesso material e que somos felizes?
É chegado o momento de entendermos que o atual modo humano é um produto determinado e controlado por aqueles que querem nos moldar para que continuemos a ser massa de manobra para que os mesmos ganhem mais poder e dinheiro as nossas custas! Portanto, penso que:
Para que o nosso verdadeiro EU possa se revelar, temos de ousar nos imaginar diferentes daquilo que nos foi condicionado a pensar e de como devemos agir!
Entretanto, para iniciarmos este processo de ousadia e de autoconhecimento, temos que primeiro delinear o modelo que gostaríamos de alcançar. Como por exemplo, nos tornarmos pessoas éticas, honestas ou termos mais empatia com o sofrimento do outro.
Todavia, é imperativo que nos questionemos porque agimos de determinada maneira. Por que nos comportamos assim? Por que damos tanta importância para as aparências? Por que nos esforçamos tanto em demonstrar um comportamento que, muitas vezes, sequer faz parte do modo que agir no nosso cotidiano, principalmente, junto aqueles que nos são mais íntimos, por exemplo, nossos amigos e familiares?
Para estas questões não existem respostas simples. Acredito que a espécie humana terá de encontrar um caminho de atuação onde o firme propósito baseado no bem agir, no belo e no amor que existe em cada um de nós, nos torne deuses agindo aqui mesmo na Terra!
A questão que se coloca é tentarmos responder para nós mesmos o que nos motiva a agir desta ou daquela determinada maneira. No entanto, cada um terá de definir qual o modelo que melhor se adequa ao tipo de pessoa que você gostaria de se tornar.
Precisamos nos libertar das nossas opiniões e conceitos que foram entronizados ao longo do tempo como verdades absolutas. Temos de ter em mente que estas mesmas “verdades” acabam, em algum momento, por serem ultrapassadas.
Afinal, o que nos torna seres livres? Como devemos exercer a nossa liberdade?
Precisamos urgentemente nos ofertar uma resposta honesta sobre estes questionamentos. Temos de nos tornar adultos responsáveis e capazes de gerir a nossa própria vida e não mais nos satisfazer com respostas prontas que foram produzidas por outros!
Precisamos ressignificar nossas relações e o nosso modo de agir diante de nós mesmos, dos outros e do mundo que estamos todos dividindo.
A pergunta que me faço todos os dias é a seguinte:
Como podemos nos tornar seres livres? Como podemos desenvolver o nosso potencial de sermos humanos que agem de modo digno, honesto, ético e amoroso uns para com os outros?
Não tenho respostas para estas e tantas outras questões aqui colocadas, apenas tenho conjeturas particulares do modo que quero existir e me apresentar ao mundo.
Sei que o caminho do autodescobrimento, de saber se afirmar como um ser que sabe pensar por si mesmo, é árduo, pois os que não se comporta igual a todos normalmente é criticado ou rejeitado pela sociedade.
Penso que se todos entenderem que ao construirmos um modo humano de agir mais digno e ético, não caberá mais espaço para o orgulho, o preconceito, a agressividade e a violência.
Se, enquanto espécie, conseguíssemos atingir esse patamar de conduta, talvez, pudéssemos mudar completamente o nosso rumo evolucional e nos tornarmos o super homem ou super mulher a que Pandora se referiu.
Jeane Miranda é escritora da Nova Egrégora e tem formação como mestre em Ciências da Educação, pelo Instituto de Educação da Universidade do Minho em Portugal. Atualmente estuda a Revelação Cósmica desenvolvida por Jan Val Ellam e na medida que seus estudos avançam novos painéis tornam-se disponíveis em seu psiquismo, permitindo a escrita por meio da psicografia de livros narrados por protagonistas que fizeram parte de um passado esquecido pela humanidade terrestre. Ressignificar a história desses personagens, por vezes mal interpretados pela compreensão humana, tem sido a finalidade de suas obras.